Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PIRÂMIDES NA ANTÁRTIDA

UMA IMPACTANTE TEORIA SURGE COM A DESCOBERTA DE PIRÂMIDES NA ANTÁRTIDA
Nos últimos dias,  começaram a ser publicadas na internet  em sites especializados, textos, fotos e vídeos sobre  notícias de suposta descoberta de pirâmides na Antártica. Embora as informações ainda não tenham sido confirmadas nem negadas por todas as fontes oficiais (meios científicos), muitos sites têm ecoado essa possibilidade com sendo verdadeira, mostrando algumas fotos que sustentam e dão crédito a esta versão, onde podem ser observadas estruturas piramidais no continente gelado, algumas delas obtidas por meio do Programa Integrado de Perfuração Oceânica-IODP, um projeto internacional de exploração submarina. Sobre algumas destas imagens têm sido numerosos diversas hipóteses, como a que a Antártida pode ter tido um clima favorável para o desenvolvimento de uma civilização há milhares de anos, e só agora estão começando a encontrar os restos dessas  estruturas, devido ao recuo do gelo,  além de especulações sobre  a relação dessas pirâmides com as de outras partes do mundo,  onde as pirâmides também foram construídas em tempos antigos, e que também a comunidade científica, nunca conseguiu explicar,  como o México, Egito, Maia (MesoAmérica) Indonésia, e outros lugares onde essas construções estão sendo encontradas mais recentemente como na Bósnia. 
É evidente que, se confirmado este fato, seria uma revelação  sem precedentes na história da humanidade, mas ainda parece tão distante de confirmação, como as que já são conhecidas da humanidade. Teoria do Acobertamento? De qualquer forma, seja real ou não, deixam marcas no horizonte da imaginação humana. Abrindo novos paradigmas para a História da humanidade. Sabemos que a Antártida é um dos lugares do mundo mais desconhecido e que por isso tem embutido uma aura de mistérios e curiosidades, já que a origem e construção de pirâmides continua sendo um dos enigmas mais poderosos da história.
 
 
 
 
 
 Assistam o vídeo:
 Vídeo:Ancient Pyramids Found In Antarctica? 2012 HD
Programa Integrado de Perfuração Oceânica-IODP (Integrated Ocean Drilling Program)
O que é o Programa Integrado de Perfuração Oceânica e qual a sua importância?
O IODP é o maior programa internacional de pesquisa no mar, apoiado por 24 países. A iniciativa surgiu em 1961 e tem foco em estudos sobre a natureza e a dinâmica da Terra, incluindo processos tectônicos, circulação oceânica, mudanças climáticas, formação de bacias oceânicas e biologia de organismos extremos.
O programa usa as mais modernas tecnologias em perfuração oceânica como instrumento essencial para novas descobertas. A perfuração é apoiada por laboratórios analíticos a bordo dos principais navios do programa – o Joides Resolution e o Chikyu –, que contam com equipamentos de última geração voltados a investigações geofísica, geoquímica, microbiológica e paleoclimática. Essa estrutura tem ainda o suporte de mais de uma centena de universidades e institutos de pesquisa localizados nos países membros do programa e de três grandes ‘sedimentotecas’, onde exemplares de todas as amostras ficam à disposição dos pesquisadores participantes para confirmação de dados ou novas interpretações.
Com esse aparato, a comunidade cientifica internacional atuante em ciências do mar, sobretudo em águas profundas, vem, desde os anos 1960, promovendo uma verdadeira revolução sobre o conhecimento das bacias oceânicas e dos continentes. Para se ter uma ideia, quase tudo que se conhece sobre a história dos oceanos e da própria Terra teve origem nas pesquisas do IODP, que atualmente somam mais de 340 perfurações.
Como as perfurações oceânicas podem contribuir para o avanço do conhecimento sobre a Terra?
O substrato do fundo oceânico contém um registro único da história da Terra e de sua estrutura, o que ajuda a compreender melhor os processos e fenômenos do planeta e a responder perguntas sobre aspectos fundamentais de seus ciclos geodinâmicos, do meio ambiente e da biosfera. Portanto, a perfuração do fundo dos oceanos ilumina o passado, torna possível entender o funcionamento presente e permite criar cenários para o futuro da Terra.
Entre as realizações científicas que derivaram de perfurações oceânicas, destacam-se: a descoberta da influência da calota de gelo polar nas flutuações do nível do mar, o desenvolvimento de uma escala de tempo geológico para os últimos 150 milhões de anos, a reconstrução da história do clima global e da evolução da biodiversidade nos últimos 65 milhões de anos com base em sedimentos oceânicos e o reconhecimento geológico da resposta da Terra ao aumento do dióxido de carbono na atmosfera.
Mais recentemente, microbiologistas participantes das expedições do IODP iniciaram a documentação das formas de vida profundamente enterradas nos sedimentos. Hoje se sabe que microrganismos apresentam atividade biológica até 1.626 metros abaixo do fundo oceânico!
A introdução de técnicas de biologia molecular e de cuidados com o pré-tratamento das amostras retiradas das profundezas permitiu um grande avanço na compreensão da vida em condições ambientais extremas. Resultados recentes do IODP sugerem que a biodiversidade nesses ambientes é imensa.
A existência desses microrganismos expande a zona verdadeiramente habitável do planeta. Para sobreviver em um ambiente inóspito, eles desenvolveram defesas metabólicas e estratégias de vida que os protegem das condições ambientais extremas e levam à adoção de vias biossintéticas únicas e ainda muito pouco conhecidas baseadas em novas moléculas. Por isso, a biosfera do mundo suboceânico é de grande interesse não só da ciência básica; suas múltiplas aplicações têm enorme potencial biotecnológico e farmacêutico.
Além disso, os ambientes sob o fundo oceânico apresentam condições semelhantes àquelas que os cientistas supõem terem existido nos primórdios do planeta. Portanto, entender os processos metabólicos e as estratégias de vida dessa biosfera tão particular pode prover novas abordagens para o entendimento da origem e da evolução da própria vida na Terra.
Quais os principais objetivos de pesquisa do IODP atualmente?
Nos próximos 10 anos, as pesquisas do IODP abordarão aspectos do clima da Terra, da vida em grandes profundidades, da geodinâmica e de eventos geológicos (como terremotos, vulcões e tsunamis), o que poderá fornecer uma resposta global às mais prementes questões ambientais da atualidade.
Os sedimentos e as rochas do substrato marinho registram parâmetros ambientais de dezenas de milhões de anos atrás, de uma época em que ainda não havia influência humana na Terra e quando os níveis de dióxido de carbono atmosférico e as temperaturas globais eram muito maiores do que os de hoje. Esses registros permitirão entender melhor a resposta do planeta a essas situações, o que ajudará a prever mudanças no nível do mar no futuro e avaliar como as alterações nos oceanos e nas temperaturas atmosféricas podem influenciar os padrões regionais de precipitação e a distribuição e a frequência de furacões, por exemplo.
Além disso, os sedimentos marinhos preservam a história da biodiversidade no oceano, desde a origem até a extinção de espécies, e podem fornecer registros de mudanças climáticas nos ecossistemas terrestres que tenham afetado a evolução, inclusive dos hominídeos na África. As amostras e os dados do IODP servirão para compreender a físico-química e os limites da vida no substrato marinho, incluindo os mecanismos que os micróbios usam para gerar energia, fixar e dispersar carbono e encontrar novos recursos.
Os recentes avanços em ferramentas de medição em poços de perfuração permitirão intensificar observatórios de longo prazo para o contínuo monitoramento do substrato marinho e a quantificação de respostas do sistema a perturbações naturais e induzidas. Também será possível identificar a propriedade das rochas e monitorar as condições associadas a grandes terremotos e tsunamis.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

OS LAGARTOS PEÇONHENTOS FORAM REAVALIADOS: AGORA SÃO SEIS ESPÉCIES NO MUNDO!



O tema “lagartos peçonhentos” já foi apresentado pelo menos duas vezes no blog do NUROF-UFC. Especificamente, quando tratamos dos potenciais riscos à saúde humana causados por alguns lagartos brasileiros (“Lagartos brasileiros: peçonhentos não, masnem tão inofensivos!”) e quando apresentamos as espécies de lagartos viventes verdadeiramente peçonhentas (“Lagartos peçonhentos”).
Nesta postagem, revisitamos a temática para atualizar os caros leitores em relação aos últimos avanços herpetológicos.
No último mês (Julho de 2013), uma equipe de pesquisadores norte-americanos publicou no periódico “Amphibian & Reptile Conservation” uma pesquisa que trouxe à tona uma grande descoberta para a herpetologia mundial. Neste trabalho, os autores reavaliaram a classificação taxonômica do “Lagarto de Contas” (Heloderma horridum), uma das espécies verdadeiramente peçonhentas previamente conhecidas, e descobriram que, sob este nome científico, existiam outras três espécies até então desconhecidas pela ciência (Figura 1).
Figura 1.  Relações de parentesco entre as espécies do gênero Heloderma
Fonte: Reiserer et al., 2013.
Com base em informações morfológicas (folidose e coloração), moleculares (DNA mitocondrial e nuclear) e biogeográficas, as três novas espécies foram então nomeadas como: Heloderma alvarezi, Heloderma charlesbogerti e Heloderma exasperatum. De acordo com os autores do artigo recém publicado, as quatro espécies divergiram de um ancestral comum há cerca de 35 milhões de anos.
Figura 2. Detalhe das quatro espécies viventes de Lagartos de Contas.  
Fonte: Reiserer et al., 2013.
Heloderma alvarezi (acima à esquerda, foto por Thomas Wiewandt),
Heloderma charlesbogerti (acima à direita, foto por Daniel Ariano-Sánchez),
Heloderma exasperatum (abaixo à esquerda, foto por Stephanie Meyer) e
Heloderma horridum (abaixo à direita, foto por Javier Alvarado).
Portanto, após esses novos achados, o número de espécies de lagartos peçonhentos foi elevado para seis, sendo três destas já previamente conhecidas (“Dragão de Komodo” – Varanus komodoensis, “Lagarto de Contas Mexicano” – Heloderma horridum e o “Monstro de Gila” – Heloderma suspectum), além das outras três espécies de “Lagartos de Contas” recém descritas (Heloderma alvarezi, Heloderma charlesbogerti e Heloderma exasperatum).
Para os mais curiosos e interessados, o artigo completo está disponível on-line e pode ser acessado em: “Reiserer et al., 2013. Taxonomic reassessment and conservation status of the beaded lizard, Heloderma horridum (Squamata: Helodermatidae)“.
Dr. Daniel D. Beck (à direita) com Martin Villa, no Centro de Ecologia Sonora, em Hermosillo, no México. Dr. Beck está segurando um espécime Río Fuerte (Heloderma horridum exasperatum), lagarto frisado. Photo by Thomas Wiewandt

LAGARTOS BRASILEIROS: PEÇONHENTOS NÃO, MAS NEM TÃO INOFENSIVOS!


Sendo historicamente responsável pela 3ª postagem mais acessada do blog do NUROF-UFC e figurando entre os 10 termos de busca pelos quais mais visitam nosso blog, a temática “lagartos peçonhentos/venenosos” é indubitavelmente curiosa e importante de ser discutida.
NÃO existe nenhuma espécie de lagarto naturalmente estabelecida em território nacional que produza toxinas em seu corpo (ou seja, venenosa), ou muito menos que seja capaz de inocular veneno em presas ou predadores (isto é, peçonhenta). Apesar disto, sou frequentemente indagado acerca dos perigos potenciais dos lagartos aos seres humanos. Como resposta, informo que, em geral, os lagartos brasileiros não provocam riscos relevantes, mas que são dotados de ferramentas naturais e estratégias defensivas para se proteger de ameaças.
Figura 1. Indivíduo adulto de Tupinambis merianae do plantel NUROF-UFC
 Entre as táticas defensivas de lagartos, a mais primária é evitar ser detectado por seu predador, através da combinação de comportamentos crípticos, como camuflagem, coloração disruptiva e imobilidade. Após ser encontrado por um predador, o comportamento mais amplamente executado por lagartos é a fuga, na tentativa de escapar da ameaça. Entretanto, algumas vezes o lagarto está encurralado e, nestes casos, alguns comportamentos de intimidação podem ser exibidos no sentido de dissuadir seu potencial predador, como abrir a boca, inflar o corpo e agitar a cauda (Martins, 1996). Mesmo após todas estas tentativas de defesa, o predador pode persistir em sua investida e então, os lagartos podem se utilizar de ferramentas para atacar e agredir seu oponente. Na perspectiva dos lagartos, existem três principais tipos de dispositivos de ataque (neste caso para se defender): a cauda, as garras e a boca.
Neste âmbito, apresento os possíveis, embora pequenos, riscos da aproximação e manipulação de lagartos por leigos. Em especial, me detenho a duas espécies de grande porte que ocorrem no Brasil, a Iguana-verde (Iguana iguana) e o Tejo (Tupinambis merianae), ambas podendo atingir mais de um metro e meio de comprimento.
Figura 2. Detalhe da cabeça de Tupinambis merianae.
Obs: Vale frisar que as duas espécies citadas algumas vezes são criadas domesticamente como pets e podem tornar-se bastante dóceis, fornecendo pouco ou nenhum risco aos seus proprietários.
A longa e robusta cauda das Iguanas e dos Tejos, mecanicamente utilizada para locomoção e equilíbrio, constitui um tipo de arma de longo alcance que evita a aproximação exagerada do potencial predador. Ao ser agitada bruscamente, a cauda pode ser usada como um “chicote” para golpear o adversário, causando bastante dor no local atingido.
As fortes garras afiadas, usadas pelas Iguanas para se fixar e se locomover nas árvores e pelos Tejos para forragear e escavar tocas, quando os lagartos são manipulados, podem atingir a pele, causando danos físicos e provocando hemorragias locais.
A boca, ornamentada com fortes dentes, é pouco utilizada com fins defensivos por Iguanas, mas é uma das mais importantes armas dos Tejos. No caso dos Tejos, sua dentição é caracterizada pela heterodontia (presença de vários tipos de dentes), podendo desempenhar funções de corte, perfuração e esmagamento (Brizuela & Albino, 2010).
Recentemente, foi publicado um caso de mordida de Tejo em humanos. A vítima levou uma mordida no dedo indicador da mão direita ao tentar separar a briga entre seu cão e um Tejo com cerca de 1,5 m de comprimento. A lesão provocou perda de tecido, fratura óssea na falange distal, intensa hemorragia, inflamação local e dor intensa por mais de 10 horas. A intensidade da injúria foi tamanha que necessitou de intervenção cirúrgica, com a aplicação de enxerto cutâneo para reabilitação funcional e benefícios estéticos ao paciente (Haddad et al, 2008).
Figura 3. Crânio de Tupinambis merianae.
Portanto, embora a maioria dos lagartos cause pouco ou nenhum risco à saúde dos seres humanos, algumas espécies de grande porte merecem maior atenção. A lida com animais selvagens exige conhecimento biológico, prudência e responsabilidade, assim espero que esta postagem sirva como um alerta aos leitores que por ventura desejem se aproximar demais ou até manipular grandes lagartos como as Iguanas e os Tejos. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

ESTAMOS CONSUMINDO MAIS DO QUE A TERRA PODE REPOR



Dia 20 de agosto foi o Earth Overshoot Day (“O Dia da Terra Superada”, em tradução aproximada), o dia em que passamos a operar no vermelho – logo, nós não temos razões para festejar.
Isso porque o Earth Overshoot Day marca o dia do ano em que consumimos recursos naturais a uma taxa além do que nosso planeta pode repor (na mesma época, ou seja, um ano). Os humanos, agora, oficialmente produzem mais lixo do que pode ser reabsorvido, segundo a Global Footprint Network, uma organização não governamental com sede nos Estados Unidos, Suíça e Bélgica.
 O feriado foi originalmente concebida por Andrew Simms, da organização New Economics Foundation, Reino Unido. Este ano, cai no dia 20 de agosto, dois dias (ou três, dependendo dos cálculos) mais cedo do que ocorreu no ano passado, seguindo uma tendência relativamente estável desde 2001: queda de cerca de três dias mais cedo a cada ano. O primeiro entrou em em 1970, naquele ano, Earth Overshoot Day caiu no dia 29 de dezembro.
Dia 20 de agosto foi o Earth Overshoot Day
A causa para o nosso consumo insustentável é multifacetada. Nós temos uma população em crescimento (hoje em mais de 7,1 bilhões, de acordo com o World Popular Clock, e um ganho líquido é uma pessoa a cada 13 segundos), com a crescente demanda por produtos e serviços que geram mais resíduos e usam mais recursos. Na nossa atual taxa de consumo global e de produção de resíduos, o nível de recursos necessários para apoiar-nos é cerca de 1,5 Terras. A Global Footprint Network estima que estamos no caminho certo para a necessidade de duas Terras, antes de chegar ao meio do século.
Hoje, de acordo com a Global Footprint Network, mais de 80% da população mundial vive em países que usam mais do que os seus ecossistemas podem renovar. Alguns dos criminosos maiores: Japão consome 7,1 de seus recursos; Itália 4, e Egito, 2,4. Na parte ecológica, a China é a maior esgotadora (seriam necessárias 2,5 Chinas para acomodar sua população), embora sua renda per capita seja menor do que muitos países europeus e norte-americanos.
Para calcular essa data, a Global Footprint Network descobre quantos dias de um determinado ano a biocapacidade da Terra pode fornecer para o impacto ecológico total. Assim, o cálculo é uma razão entre a biocapacidade mundial e o conjunto de impactos de ecológicos (ou pegada ecológica) no planeta por ano. A organização calcula a biocapacidade olhando para a quantidade de área produtiva (terra e mar) disponível para fornecer recursos e absorver os resíduos de acordo com as limitações da tecnologia atual e as práticas de gestão. Um país tem uma reserva ecológica se a sua pegada é menor do que sua biocapacidade; da mesma forma, se a sua pegada ultrapassa sua biocapacidade, ele é um devedor ecológico.
A Global Footprint Network observa que a data é uma aproximação. Sua precisão é limitada por conjuntos de dados nacionais agregados, mas ainda assim mostra que os seres humanos estão usando a Terra a uma taxa que é insustentável.[popsci]