Sistema está em fase de testes no litoral cearense
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A usina de ondas do Porto do Pecém (Ceará), que
transforma os movimentos do oceano em energia, será lançada,
oficialmente, durante o evento Rio +20, que começou ontem, dia
13, e se estende até o dia 22 desse mês. O projeto é pioneiro
na América Latina e, inicialmente, irá abastecer o próprio Porto.
O funcionamento ocorre em função de grandes “braços
mecânicos" que foram instalados no píer do Porto do Pecém. Na
ponta desses mecanismos, em contato com a água do mar, há uma boia
circular. À medida que as ondas vão batendo, a estrutura faz
movimentos de subida e descida, o que aciona bombas
hidráulicas, que fazem com que a água doce contida em um circuito
fechado, no qual não há troca de líquido com o ambiente, circule em um local de
alta pressão. Essa água que sofre grande pressão vai para um acumulador,
que tem água e ar comprimidos em uma câmara hiperbárica, que é
o “pulmão” do dispositivo.
A pressão gerada pelo vaivém das ondas chega a
equivaler à quedas d’água de até 500 metros, conforme a
intensidade da onda.
O estado do Ceará foi escolhido para abrigar o
mecanismo principalmente pela constância dos ventos alísios. O
movimento desse ar gera ondas regulares no mar cearense. Elas
não atingem níveis elevados, como no Havaí, por exemplo, mas são constantes,
fator que aumenta a eficiência da usina.
O Brasil tem grande potencial
para aproveitar as forças do mar e convertê-las em energia elétrica. O litoral
brasileiro, de cerca de 8 mil quilômetros de extensão, é capaz
de receber usinas de ondas que produziriam algo em torno de 87
gigawatts, o que equivaleria a 17% do total da base
de energia elétrica instalada hoje na País.
Os impactos ambientais desse tipo
de fonte energética são considerados baixos. As vantagens são
o fato de uma usina de ondas contar com uma fonte abundante, limpa
e renovável de recursos.
O custo aproximado entre pesquisa,
desenvolvimento e implantação das duas
turbinas de Pecém é de R$ 15 milhões.
O sistema já é conhecido e funciona bem em outros
países, como Portugal, Holanda, Japão e Reino Unido.