Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO

O brilho dos fogos traz a certeza de um Ano Novo, por isso façamos dessas luzes a certeza de um Novo Ano muito melhor que o que ficou na moldura do tempo! Feliz Ano Novo 2016!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

BRASILEIRO TOMA ÁGUA COM MILHO E PENSA QUE É CERVEJA, SAIBA PORQUÊ



Grandes marcas nacionais como Kaiser, Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Itaipava trocam cevada por milho transgênico.
O Brasil, que hoje é o terceiro maior produtor da bebida no mundo, tem na cerveja a bebida preferida dos mais de 200 milhões de habitantes. Mas, curiosamente, a bebida que é servida por aqui, na grande maioria dos casos, não é cerveja.
Sua cerveja preferida pode ser água com milho.
 A "Reinheitsgebot", Lei da Pureza da Cerveja, foi promulgada em 23 de abril de 1516 pelo Duque Guilherme IV da Baviera e tinha como objetivo regular a fabricação da bebida em território alemão. O texto era simples, dizia que a cerveja só poderia ser feita com três ingredientes: água, malte de cevada e lúpulo. Até hoje: mais de quinhentos anos depois, a maioria dos cervejeiros alemães ainda segue a receita à risca.
O mesmo não acontece por cá. Grandes marcas nacionais como a Kaiser, Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Itaipava se aproveitam de uma "brecha" na legislação brasileira para não usarem cevada em suas bebidas. Aqui é permitido que até 45% do malte de cevada seja substituído por outras fontes de carboidratos mais barata. O que entra na garrafa então é milho transgênico, produto que existe em abundância no país e que reduz drasticamente o custo das cervejarias. Nosso país está entre os maiores produtores de transgênicos do mundo; aproximadamente 90% do milho brasileiro é não orgânico.
Para saber do que é feita sua cerveja preferida, basta ler o rótulo da embalagem. Normalmente, a descrição diria: água, malte de cevada e lúpulo, ou água, cevada e lúpulo. No entanto, nas marcas nacionais citadas acima, a composição descrita retira o malte de cevada e inclui a expressão "cereais não maltados". A 'nova fórmula' da bebida no Brasil começou a ser posta em prática a partir de 2007, quando o Ministério da Ciência e Tecnologia liberou a comercialização de milho transgênico em território nacional. Esta mudança impede que o consumidor saiba do que realmente é feita a bebida, pois em todos os casos não é especificado que tipo de cereal é utilizado na fabricação da cerveja.
Em 2013, uma pesquisa de cientistas brasileiros da Unicamp, USP e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi publicada no "Journal of Food Composition and Analysis" (jornal científico internacional com estudos sobre a composição dos alimentos) demonstrando o alto grau de adulteração da cerveja brasileira.  
O consumidor deve, portanto, pensar bem antes de comprar a cervejinha para o churrasco. O risco de levar gato por lebre é grande.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

COMO O SEGUNDO MAIOR LAGO DA BOLÍVIA DESAPARECEU?


  O lago Poopó virou um deserto - Image copyright Reuters


"Temos um lago que desapareceu, agora é pampa; um deserto onde não se pode semear nada, nem produzir; não há nada, muito menos vida."
Com essas palavras, o dirigente camponês Valerio Rojas descreveu à agência de notícias Efe a situação do lago Poopó, o segundo maior da Bolívia, atrás do Titicaca.
O lago de água salgada, localizado no departamento de Oruro, que faz fronteira com o Chile, tinha uma extensão de 2.337 quilômetros quadrados.
Mas agora ele foi reduzido a três áreas úmidas, espécies de charcos, de menos de um quilômetro quadrado e apenas 30 centímetros de profundidade.
A catástrofe vinha sendo anunciada há anos e tem um forte impacto ecológico, econômico, social e político.
Ela representa a destruição de todo um ecossistema, a perda de espécies centenárias de fauna e flora, o desaparecimento de culturas pelo êxodo de comunidades que sobreviviam do lago e a falta de ações efetivas para enfrentar a seca.
 Um lago de 2.337 km² foi reduzido a poucas áreas úmidas- Image copyright Reuters
Perdas ambientais e humanas
Segundo especialistas, cerca de 200 espécies de aves, peixes, mamíferos, répteis e uma grande variedade de plantas desapareceram com a seca do Poopó.
O ornitólogo Carlos Capriles disse ao jornal boliviano La Razón que, entre as aves que foram forçadas a abandonar o lugar, havia três espécies de flamencos ameaçados de extinção.
"Com o desaparecimento do Poopó, o habitat (das aves) se reduz e aumenta o risco de extinção", explicou Capriles.
O especialista explicou que o lago era o ponto de descanso de aves migratórias que se deslocavam do norte para o sul. "Falamos de cerca de 200 espécies que pereceram ou foram para outras áreas."
 Segundo ambientalistas, cerca de 200 espécies migraram ou morreram - Image copyright Reuters
Outros ativistas ambientais acrescentam que numerosos mamíferos, répteis e anfíbios ficaram sem habitat e alimento com a transformação do lago em praticamente um deserto.
Mas o pior aconteceu com os peixes, segundo Capriles. Eles não puderam migrar, como os outros animais, e morreram no local.
O Ministério do Meio Ambiente e Água confirmou a perda de uma grande quantidade de espécies únicas, ainda que não se saiba a quantidade exata. Eles planejam realizar uma contagem.
O desastre também teve um custo humano. Cerca de 350 famílias, em sua maioria de pescadores do lago, foram afetadas.
Com o deslocamento forçado também desaparece a cultura da comunidade, que sobrevivia do próprio lago Poopó em uma economia de subsistência.
Causas do desastre
A bacia do Poopó foi declarada, em 2002, um ecossistema de importância internacional onde a água é o principal fator que controla o ambiente, assim como a vegetação e a fauna.
Mas então como ele desapareceu?
As razões são complexas e vão desde os efeitos climatológicos e manejo problemático de recursos aquíferos até a atividade humana, a contaminação e a falta de atenção a um desastre que todos já viam que estava prestes a ocorrer.
Peixes foram os mais atingidos - Image copyright Reuters 
As análises do governo apontam o fenômeno El Niño e o aquecimento global ocasionado pelos países industrializados como culpados.
O vice-ministro de Recursos Hídricos e Irrigação, Carlos Ortuño, cita dados científicos que estabelecem que a temperatura mínima aumentou 2,06º C nos últimos 56 anos, e que o El Niño provocou secas desde outubro.
A falta de água como fruto da ação humana também é apontada como uma das causas.
Os lagos Poopó e Titicaca dependem da entrada de água do rio Desaguadero. Mas um plano diretor da década de 1990 acabou privilegiando o Titicaca, impedindo a passagem de água para a bacia do Poopó.
Além disso, o próprio rio foi afetado pela atividade humana, que o usa para seus cultivos, sistemas industriais e de mineração.
 A seca se deve, em parte, ao aquecimento global e ao fenômeno El Niño - Image copyright EPA
Esta última atividade causa contaminação. Oruro é um departamento mineiro e a extração, há anos, é feita de forma "não responsável", disse o vice-ministro Ortuño.
Mas ele também destacou a má administração de um fundo que foi feito para evitar a seca do lago.
Em 2010, a Bolívia e a União Europeia firmaram um acordo segundo o qual haveria um fundo de cerca de US$ 15 milhões para para o programa Cuenca Poopó (Bacia Poopó).
O ex-prefeito de Oruro, Luis Aguilar, em cuja gestão foi assinado o acordo, disse que seu sucessor foi "mal assessorado" no manejo do dinheiro, que foi usado para "projetos sem sentido" e foi "esbanjado" sem conseguir a recuperação do lago, de acordo com o jornal La Razón.
O ex-diretor do Serviço Departamental Agropecuário, Severo Choque, diz que também "não se priorizou de maneira adequada o trabalho específico no lago".
Recuperação, um desafio
Vários críticos pediram que seja realizada uma investigação para descobrir os responsáveis pela falta de ação que permitiu o desastre.
"O custo desse desastre deve ser manejado com absoluta rigidez na identificação de seus responsáveis", escreveu o colunista do jornal La Prensa Enrique A. Miranda Gómez.
Ele pediu que fosse colocada em prática uma política sustentável de "reprocessar o curso das água que vêm do Titicaca e investir em ajuda para populações afetadas, dando a elas infraestrutura produtiva, apoio social e sobretudo segurança aos mais jovens".
 Mau uso da água também contribuiu para desaparecimento do lago - Image copyright Reuters
Na terça-feira, o governo boliviano e o departamento de Oruro anunciaram um plano para "reconstruir" o lago Poopó.
O vice-ministro de Recursos Hídricos e Irrigação, Carlos Ortuñez, e o governador de Oruro, Víctor Hugo Vásquez, informaram que seriam destinados US$ 3,25 milhões principalmente para ajuda humanitária e trabalho técnico sobre a corrente de água que chega ao Poopó através do rio Desaguadero.
Também citaram um financiamento internacional para o chamado Plano Diretor da Bacia do Poopó que vai exigir, segundo eles, US$ 130 milhões.
Este, segundo Ortuñez, será o "maior desafio" do governo para conseguir executar o plano que será elaborado por especialistas nacionais e internacionais.
Mas, enquanto isso, o segundo maior lago da Bolívia segue parecendo um deserto.
Fonte: Reuters e BBC

CIENTISTAS DESCOBREM PLANETA POTENCIALMENTE HABITÁVEL PRÓXIMO DA TERRA


 O planeta com a órbita do meio, Wolf 1061c é potencialmente habitável e pode até ter água em estado líquido (UNSW/Imagem simulada com Universe Sandbox 2/universesandbox.com)

Cientistas australianos identificaram um exoplaneta potencialmente habitável a 14 anos-luz da Terra – distância relativamente curta no espaço.
Pesquisadores da Universidade de New South Wales descobriram que o planeta, que tem mais de quatro vezes a massa da Terra, é um dos três que orbitam a estrela-anã Wolf 1061.
"É uma descoberta particularmente animadora pois todos os três planetas têm uma massa baixa o bastante para serem potencialmente rochosos e de superfície sólida. E o planeta do meio, Wolf 1061c, está na zona (chamada de) 'Cachinhos Dourados', onde pode ser viável a existência de água em estado líquido – e talvez até vida", afirmou um dos autores do estudo, Duncan Wright.
A estrela-anã Wolf 1061, que os três planetas descobertos orbitam, é relativamente fria e estável. Os planetas têm orbitas de cinco, 18 e 67 dias.
As massas são pelo menos 1,4, 4,3 e 5,2 vezes a da Terra, respectivamente.
O planeta maior fica de fora do limite da área habitável e provavelmente também é rochoso, enquanto que o planeta menor está perto demais da estrela para ser habitável.
  O Gliese 667Cc foi descoberto em fevereiro de 2012 - Imagem copyright BBC
Gliese
Robert Wittenmyer, que também participou da pesquisa, disse à BBC Brasil que a descoberta da super-Terra é tão importante quanto à de outro planeta potencialmente habitável fora de nosso Sistema Solar, Gliese 667Cc.
Anunciado em fevereiro de 2012, o Gliese 667Cc é outro planeta da classe super-Terra, uma classe de planetas com o tamanho entre os de planetas rochosos como Terra e Marte e os gigantes gasosos Júpiter e Saturno.
O Gliese 667Cc tem cerca de 4,5 vezes a massa da Terra, demora 28 dias para completar a órbita em volta de sua estrela e está a 22 anos-luz.
Pequenos planetas rochosos são abundantes em nossa galáxia, e sistemas com muitos planetas também parecem ser comuns. No entanto, a maioria dos exoplanetas rochosos descobertos até agora estão a centenas – ou até milhares – de anos-luz.
A localização da estrela Wolf 1061 (Imagem: Universidade de Nova Gales do Sul)
Atmosfera
Wittenmyer afirmou à BBC Brasil que a equipe de cientistas só poderá analisar a atmosfera do planeta quando ele passar em frente à estrela.
"Vamos usar nosso telescópio Minerva para procurar por trânsitos em fevereiro, quando a estrela poderá ser observada de novo. Se (o planeta) transitar (em frente à estrela) será a melhor chance, pois (o sistema) está tão perto (da Terra)."
O cientista afirma que, caso eles consigam observar o planeta em trânsito em frente à estrela Wolf 1061, eles poderão medir seu raio, densidade e atmosfera.
A equipe da Universidade de New South Wales conseguiu fazer a descoberta observando a estrela-anã com instrumentos específicos do Observatório Europeu do Sul em La Silla, no Chile.
"Nossa equipe desenvolveu uma nova técnica que melhora a análise de dados deste instrumento preciso, construído para a caça de planetas, e nós estudamos mais de uma década de observações da Wolf 1061", disse o professor Chris Tinney, chefe do setor de Ciência Exoplanetária da universidade australiana.
"Estes três planetas bem do nosso lado se juntam ao pequeno porém crescente grupo de mundos rochosos potencialmente habitáveis orbitando estrelas próximas mais frias que nosso Sol", acrescentou.
"É fascinante observar a vastidão do espaço e pensar que uma estrela tão próxima de nós – um vizinho próximo – pode ter um planeta habitável", afirmou Duncan Wright.
Fonte: BBC