Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

domingo, 27 de março de 2011

O BRASIL E SEU ACIDENTE NUCLEAR - ESQUECERAM-SE?

Um dos maiores acidentes com o isótopo Césio-137 teve início no dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia, Goiás. O desastre fez centenas de vítimas, todas contaminadas através de radiações emitidas por uma única cápsula que continha césio-137.
O instinto curioso de dois catadores de lixo e a falta de informação foram fatores que deram espaço ao ocorrido. Ao vasculharem as antigas instalações do Instituto Goiano de Radioterapia (também conhecido como Santa Casa de Misericórdia), no centro de Goiânia, tais homens se depararam com um aparelho de radioterapia abandonado. Então tiveram a infeliz ideia de remover a máquina com a ajuda de um carrinho de mão e levaram o equipamento até a casa de um deles.
O maior interesse dos catadores era o lucro que seria obtido com a venda das partes de metal e chumbo do aparelho para ferros-velhos da cidade. Leigos no assunto, não tinham a menor noção do que era aquela máquina e o que continha realmente em seu interior. Após retirarem as peças de seus interesses, o que levou cerca de cinco dias, venderam o que restou ao proprietário de um ferro-velho.
O dono do estabelecimento era Devair Alves Ferreira que, ao desmontar a máquina, expôs ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl), um pó branco parecido com o sal de cozinha que, no escuro, brilha com uma coloração azul.
Ele se encantou com o brilho azul emitido pela substância e resolveu exibir o achado a seus familiares, amigos e parte da vizinhança. Todos acreditavam estar diante de algo sobrenatural e alguns até levaram amostras para casa. A exibição do pó fluorescente decorreu 4 dias, e a área de risco aumentou, pois parte do equipamento de radioterapia também fora para outro ferro-velho, espalhando ainda mais o material radioativo.
Algumas horas após o contato com a substância, vítimas apareceram com os primeiros sintomas da contaminação (vômitos, náuseas, diarreia e tonturas). Um grande número de pessoas procurou hospitais e farmácias clamando dos mesmos sintomas. Como ninguém fazia ideia do que estava ocorrendo, tais enfermos foram medicados como portadores de uma doença contagiosa. Dias se passaram até que foi descoberta a possibilidade de se tratar de sintomas de uma Síndrome Aguda de Radiação.
Somente no dia 29 de setembro de 1987, após a esposa do dono do ferro-velho ter levado parte da máquina de radioterapia até a sede da Vigilância Sanitária, é que foi possível identificar os sintomas como sendo de contaminação radioativa.
O Brasil sentia na pele os efeitos devastadores de um acidente nuclear.
Como conseqüência da contaminação radioativa, a Associação das Vítimas do Césio - 137 estima que cerca de 60 pessoas já morreram e mais de 6 mil ainda sofrem dos efeitos da contaminação. Na época do acidente, o despreparo governamental em lidar com a situação foi evidenciado pela demora em identificar a causa da contaminação e pela reação improvisada da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, que continua como órgão regulador e fiscalizador das atividades nucleares brasileiras.
Desde esse acidente, quase nada mudou no controle das atividades nucleares no Brasil e no preparo do Estado para lidar com as conseqüências de acidentes radioativos. É justamente neste quadro histórico de falta de capacidade de controle e insegurança que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia a expansão do parque nuclear brasileiro com a construção da usina Angra 3 e novos investimentos no ciclo de enriquecimento de urânio.
O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.
Além da questão de segurança, existem diversas razões para não investir bilhões de reais de dinheiro público na aventura nuclear. Conheça a seguir dez motivos para dizer não à Angra 3.
A energia nuclear:
1. É cara e desvia dinheiro de energias limpas. Os recursos gastos na energia nuclear poderiam gerar o dobro de energia se investidos em eólica e quatro vezes mais, se investidos em eficiência energética.
2. É suja. Mais usinas nucleares significam mais lixo radioativo, e ainda não existem depósitos definitivos para os rejeitos de Angra 1 e 2.
3. É perigosa. Chernobyl e o caso do Césio em Goiânia são apenas alguns dos inúmeros acidentes que marcam a história da energia nuclear.
4. Facilita o desenvolvimento de armas nucleares. Os países que têm o domínio do ciclo de urânio podem desenvolver uma bomba atômica.
5. Gera instabilidade geopolítica. A energia nuclear gera uma corrida entre países vizinhos e/ou rivais.
6. Não resolve o problema das mudanças climáticas. O ciclo total da indústria nuclear gera emissões de gases estufa. Além disso, seria necessário construir mais de mil novos reatores em pouco tempo para substituir as fontes fósseis, o que é impraticável.
7. Não gera empregos. Para cada emprego gerado pela indústria nuclear, a indústria eólica gera 32 e a solar, 1426.
8. É ultrapassada. Vários países do mundo, como Alemanha, Espanha e Suécia, vêm abandonando a energia nuclear.
9. É rejeitada pelos brasileiros. Pesquisa do ISER mostra que mais de 82% da população brasileira são contra a construção de novas usinas nucleares.
10. Não é renovável! O relatório Revolução Energética mostra como eliminar a energia nuclear e as térmicas a carvão e óleo da matriz elétrica nacional.

Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia


Sinopse:
O Filme passa-se em Goiânia. Conta a história de Vavá e seu amigo (narradores), que juntos descobrem uma peça de chumbo nas ruínas de um antigo hospital. A peça encontrada trata-se de um material radioativo (o Césio 137)

Luan Demenjeon Passarin
Bruna Karine Barbieri
Renata Aparecida Da Silva
Katlyn Eliege
Lucas Henrique Cornelio
Liziê Picolloto
Sergio Dibax
Letícia Pilker Schneider
Nelson Xavier
Joana Fomm
Paulo Betti
Direção: Roberto Pires
Ano de Lançamento: 1990
Quer assistir o Filme clique em download abaixo.
Download Link Direto (Rmvb, 441Mb)

2 comentários:

  1. Meu amigo!!!!! Sinceramente sinto-me muito desesperançada em ver um planeta melhor, sabe? Será que teremos pessoas suficientes para exigir providências?

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  2. Precisamos acreditar e cobrar das autoridades e o mais importante - fazer a nossa parte como cidadãos do mundo, "não existem tempestades que durem para sempre assim como os dias de sol não são eternos". O Planeta é moradia do homem, não pode haver fronteiras, didaturas, imperialismo, precisamos todos cuidar de nossa morada.

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