Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

segunda-feira, 30 de maio de 2011

ALEMANHA ABRIRÁ MÃO DO USO DE ENERGIA NUCLEAR

A Alemanha, a primeira grande potência industrial que renuncia à energia nuclear, decidiu nesta segunda-feira fechar os últimos reatores do país em 2022 após a catástrofe da central nuclear japonesa de Fukushima.
"Após longas consultas, a coalizão chegou a um acordo para dar fim ao recurso à energia elétrica", declarou o ministro do Meio Ambiente, Norbert Rottgen, após sete horas de negociações no escritório da chanceler Angela Merkel.
Quatorze dos 17 reatores alemães não estarão mais em serviço no fim de 2021 e os três últimos - os mais novos - serão utilizados até 2022 no mais tardar, explicou o ministro, que chamou a decisão de "irreversível".
Usina Nuclear - Alemanha
Os sete reatores alemães mais antigos já haviam sido desconectados da rede de produção de energia elétrica, à espera de uma auditoria solicitada em março por Angela Merkel após a catástrofe da central nuclear de Fukushima.
Os sete - além de um oitavo, que registra falhas reiteradas - não serão mais reativados, segundo o ministro.
O governo formalizará a decisão em 6 de junho.
A Alemanha terá que encontrar até 2022 uma forma de produzir 22% de sua energia elétrica, atualmente assegurados pelas centrais atômicas.
"Nosso sistema de energia deve e pode ser fundamentalmente modificado", afirmou Angela Merkel nesta segunda-feira.
Os Verdes, que viram sua popularidade disparar após o acidente de Fukushima, insistem na necessidade de recorrer às energias renováveis, ao invés das centrais de carvão.
"Não se trata apenas de saber como sairemos da energia nuclear, mas também a que velocidade, e com que ambição, ingressamos nas energias renováveis", destacou Claudia Roth, uma das líderes dos Verdes.
Ao decretar o fim da era nuclear civil em 2022, Merkel retoma uma das promessas mais importantes do início de seu segundo mandato, que foi também uma das principais de sua campanha para as legislativas de 2009.
No fim de 2010, a chanceler alemã conseguiu aprovar uma prorrogação de 12 anos em média para a duração legal da exploração dos reatores do país, contra a opinião pública do país, o que provocou uma explosão do sentimento antinuclear na Alemanha.
O governo precedente de social-democratas e Verdes prometera deter o programa nuclear.
Com a decisão do fim do ano passado, Merkel provocou um aumento dos sentimentos antinucleares na Alemanha, que se traduziram em grandes manifestações, a última delas no sábado, com 160.000 pessoas em 20 cidades do país.
Mas o momento decisivo foi a catástrofe da central nuclear de Fukushima em março. Merkel paralisou imediatamente as centrais mais antigas e iniciou um debate sobre o abandono do programa nuclear civil.
A mudança foi considerada uma manobra oportunista e não impediu a derrota em 27 de março nas eleições regionais de Bade-Wurtemberg (sudoeste), reduto eleitoral dos conservadores, que governavam a região há 50 anos.
Os conservadores perderam o governo local para os Verdes, que pela primeira vez assumiram o controle de uma região.
O governo de Merkel terá agora que enfrentar a previsível irritação do poderoso lobby nuclear alemão, que não hesita em mencionar o fantasma de apagões no país, especialmente no inverno.
Fonte: AFP

Nota do Blog: Os políticos alemães entraram em polvorosa depois da manifestação e que uma pesquisa revelou que 59% da população apoiava o fim das usinas nucleares (em 2009). O tema colocou a coalizão da atual chanceler, Angela Merkel, numa saia justa. Como é governo, está tentando convencer de que não será tão fácil trocar a energia nuclear por energias renováveis (eólica, solar, etc) e o país não tem muito potencial hidrelétrico. Isto após o desastre de Fukushima, mais no dia 5 de setembro de 2009, milhares de manifestantes (os organizadores estimaram em 50 mil, a polícia disse 36 mil) tomaram as ruas de Berlim para exigir o desligamento das 17 usinas nucleares ainda em funcionamento no país, parece que a população alemã já previa a catástrofe no Japão.
Cerca de 50 mil pessoas foram às ruas de Berlim pedir o fim das Usinas Nucleares, em 2009

2 comentários:

  1. Trabalhei em firma alemã e sempre admirei a seriedade deste povo. Quem sabe os demais países de 1º Mundo sigam as atitudes deste país. Parabéns para a presidente Angela Merkel.

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  2. Alguém tinha que começar a tomar uma atitude sensata. Parabéns ao povo alemão que pressionou e o governo atendeu. Deveria, a Alemanha, ser referência neste ato digno e sensato, na busca por fonte de energia altenativa.

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