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segunda-feira, 23 de maio de 2011

ÓRGÃOS VESTIGIAIS E ALGUMAS CONTRADIÇÕES


Órgãos vestigiais são órgãos existentes no homem, bem como em outros animais, e que são considerados como vestígios inúteis de estruturas que foram úteis em um estágio evolutivo anterior. Na virada do século foi feita uma longa lista de órgãos vestigiais em mamíferos. Esta lista foi considerada uma evidência convincente da megaevolução. Mais de 80 órgãos estavam nesta lista, que incluía a tireóide, o timo, as glândulas pituitárias, o lobo olfativo do cérebro, o ouvido médio, as amígdalas e o apêndice. Hoje já se sabe que todos estes órgãos têm funções úteis e, não raro, essenciais. Mas na época em que a lista foi feita, ninguém sabia que funções eles tinham. Na medida em que foram feitos estudos pelos fisiologistas, esta lista foi encolhendo. Atualmente já se mostrou que a maioria dos órgãos chamados vestigiais, especialmente no homem, tem uso definido e não são, de forma alguma, atrofiados.
Órgãos vestigiais são aqueles que em algum organismo são de tamanho reduzido e geralmente não tem função (?), mas que em outros organismos são maiores e exercem função definida. A importância evolutiva desses órgãos vestigiais é a indicação de parentesco evolutivo.
Um exemplo bem conhecido de órgão vestigial no ser humano é o ceco e o apêndice vermiforme (ou apêndice cecal). Nos mamíferos roedores, o ceco é uma estrutura bem desenvolvida, onde o alimento parcialmente digerido é armazenado e a celulose, abundante nos vegetais ingeridos, é degradada pela ação de bactérias especializadas. Em alguns desses animais, como o coelho, o ceco apresenta uma extremidade final mais estreita denominada apêndice, que corresponde ao apêndice vermiforme (apêndice cecal) humano.
Comparação do Apêndice
Acima, o esquema de segmentos do intestino de coelho e de ser humano. (Estruturas representadas na mesma proporção)
Por homologia com órgãos de outras espécies, é possível inferir em muitos casos a função que foi exercida no passado por estes órgãos na linhagem do organismo em questão.
ÓRGÃOS VESTIGIAIS NOS SERES VIVOS
Como órgãos vestigiais, podem ser citados:
  • Resquícios de ossos e tecidos de membros em serpentes e lagartos ápodos, que podem ser em algumas espécies, observados externamente, como é o caso de um dedo rente ao corpo de algumas cobras próximo à região da cloaca.
  • Asas sem capacidade de voo ou qualquer outra função essencial à sobrevivência em diversas formas de insetos, por exemplo, em percevejos de cama.
  • Ossos de membros posteriores internos em baleias.
  • Nervuras principais (de folha) em carpelos (estruturas de ovário) de diversas plantas.
  • Olhos ou estruturas oculares em diversas espécies cegas cavernícolas ou residentes em outros ambientes afóticos, como peixes, cecílias (cobras-cegas), e a toupeira do deserto da Namíbia.
ÓRGÃOS VESTIGIAIS NOS SERES HUMANOS
  • Dentes do siso são órgãos vestigiais com crescimento tardio que além de não terem função podem trazer diversas complicações à dentição.
  • Músculos extrínsecos do pavilhão auricular, que permitem a algumas pessoas a moverem suas orelhas.
  • Membrana nictitante. Um ancestral comum às aves e os mamíferos tinha uma membrana para proteger o olho e varrer os resíduos para o exterior. Humanos conservam só uma pequena prega no canto interior do olho.
  • Músculo subclávio, um pequeno músculo situado abaixo do ombro, que vai desde a primeira costela até a clavícula, poderia ser útil se os humanos ainda caminhassem de quatro. Algumas pessoas têm um, outras não têm nenhum, e alguns poucos possuem os dois.
  • Músculo palmar, um músculo longo e estreito que percorre o cotovelo até o pulso e já não existe em 11% dos humanos modernos. Ele deve ter sido muito importante para pendurar-se e escalar. Os cirurgiões aproveitam este músculo para empregá-lo em cirurgia reconstrutiva.
  • Pelagem corporal. As sobrancelhas evitam que o suor caia nos olhos, e a barba masculina poderia ter algum papel na seleção sexual, mas aparentemente, a maior parte do cabelo restante no corpo humano não tem nenhuma função.
  • Músculo plantar. Com frequência, confundido com um nervo pelos estudantes novatos de medicina, este músculo foi útil para outros primatas, que o usavam para agarrar objetos com os pés. Já desapareceu de 9% da população humana.
  • Décima terceira costela. Nossos parentes mais próximos, os chimpanzés e gorilas, contam com um jogo extra de costelas. A maioria de nós, temos 12, mas 8% dos adultos ainda contam com um par a mais.
AS CONTRADIÇÕES
A lógica usada para se determinar se um órgão é vestigial deve ser analisada cuidadosamente. Se não conhecemos a função de algo, ele se torna um candidato a órgão vestigial. A fraqueza desse argumento é que, quanto mais conhecemos, maior é a chance de que iremos aprender as funções para estes órgãos supostamente vestigiais. 
O apêndice humano era rotineiramente removido em cirurgias pelos médicos, porque ele parecia não ter utilidade e frequentemente causava problemas. Agora já se sabe que ele faz parte do sistema imunológico, pois, o Apêndice promove crescimento de bactérias benéficas para nosso organismo, de acordo com o dr. William Parker, da Universidade de Duke, nos EUA, ele publicou uma nova teoria. Segundo o dr. Parker e seus colaboradores, o apêndice funciona como um "lugar seguro" para bactérias que auxiliam na digestão. De acordo com os pesquisadores, as bactérias vivem no apêndice sem serem perturbadas, até que sejam necessárias nos locais onde ocorrem os processos de digestão. De acordo com o dr. Parker, a forma do apêndice é perfeita para armazenar as bactérias benéficas. Ele possui um fundo cego e uma abertura estreita, impedindo assim o influxo dos conteúdos intestinais. Realmente acontecem casos de doença no apêndice e, quando ele se infecciona, precisa ser removido. Entretanto, uma pessoa estará melhor se ficar com seu apêndice.
Apêndice Humano
Será que as vértebras caudais fusionadas (cóccix) do homem são inúteis? Atualmente, esta pequena estrutura tem uma função muito importante como ponto de ligação para os músculos que permitem que fiquemos de pé (e que também fornecem amortecimento quando nos sentamos). 
Cóccix
De modo algum elas podem ser consideradas vestigiais. A via embriológica que produz uma cauda em outros mamíferos produz em nós uma estrutura muito importante.
Os músculos segmentares no abdômen são importantes para curvarem o nosso corpo e para manter o tônus da parede abdominal.
Por que existem músculos ligados à nossas orelhas?  Alguns desejam chamá-los de vestígios genuínos, enquanto que outros dizem que eles dão forma a nossa cabeça ou sustentam nossas orelhas. São necessárias mais informações para que se possa decidir.
Os membros posteriores das baleias são ossos isolados que estão imersos no tecido. Eles são considerados pelos evolucionistas como vestígios de órgãos posteriores verdadeiros que existiam nos ancestrais terrestres da baleia. Porém, eles têm uma função definida: são o ponto de ligação de músculos do sistema reprodutor.

7 comentários:

  1. Sensacional matéria. Eu tive 6 dentes do siso. O dentista disse-me que se tratava de fenômeno. Talvez não fosse. Acho que é herança dos nossos parentes primatas. rsrsrsr

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  2. Que gulodice pra dente siso, o normal é quatro, um em cada canto dos maxilares.

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  3. Órgão vestigial não significa q não possui função, e sim quando ele perde ou modifica sua funcionalidade não exercendo mais a sua principal função. Por isso acho que o apêndice pode sim ser considerado um órgão vestigial.

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  4. Acho que vc interpretou errado olha o que escreví sobre o apêndice: O apêndice humano era rotineiramente removido em cirurgias pelos médicos, porque ele parecia não ter utilidade e frequentemente causava problemas. Agora já se sabe que ele faz parte do sistema imunológico, pois, o Apêndice promove crescimento de bactérias benéficas para nosso organismo. Além do que, eu falo sobre as contradições!

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  5. gostaria de saber onde você achou a publicação do dr. William Parker, porque tenho um trabalho para fazer e se essa informação for verdade vai gerar um debate maior ainda sobre ele.
    agradeço desde ja

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  6. gostaria de saber onde você achou a publicação do dr. William Parker, porque tenho um trabalho para fazer e se essa informação for verdade vai gerar um debate maior ainda sobre ele.
    agradeço desde ja

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  7. Primeiro você deveria se identificar para que eu possa te dar as informações. Só posso te adiantar que foi publicada na Revista Scientific American.

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