Duas variantes da doença foram introduzidas durante tráfico promovido por portugueses e espanhóis
Francisco Ayala liderou a investigação |
Um novo estudo sobre como e quando a malária entrou na América do Sul sugere que a doença teria sido propagada com a escravatura transatlântica. Como já indicavam trabalhos anteriores, a doença chegou a bordo de barcos que transportavam escravos entre África e os portos portugueses e espanhóis na América. Apesar de esta teoria ser “controversa”, são apresentados no estudo “dados conclusivos”, afirmam os próprios investigadores.
A escravatura negra transcontinental impulsionada por estes países durante três séculos terá sido a responsável pelas variantes duas de malária que existem hoje em dia na América do Sul. O estudo, publicado na «PNAS», foi dirigido pelo investigador espanhol Francisco Ayala, da Universidade de Califórnia em Irvine.
Uma equipe de investigadores de 15 países analisou mais de 500 amostras de sangue humano infectado com o parasita Plasmodium falciparum, que provoca a doença, recolhido em 17 países de África, Ásia e América do Sul. A análise genética permitiu reconstruir a expansão da doença desde a sua origem africana.
Estudos anteriores já tinham permitido comprovar que a malária passou dos símios aos humanos e que há 6 mil anos a doença expandiu-se rapidamente devido ao auge do sistema agrícola.
As análises permitiram encontrar duas variantes principais de malária no sul do continente americano, uma para cada país colonizador.
As análises permitiram encontrar duas variantes principais de malária no sul do continente americano, uma para cada país colonizador.
A subdivisão das Américas em dois impérios e o fato de cada um dos países levar os escravos para regiões diferentes explica a origem das duas variantes que estão presentes nos dados recolhidos.
Esta investigação ainda não está completa. Os cientistas querem perceber se a posterior emigração do sul da Europa e da Ásia para a América terá levado consigo novas variantes da doença.
Artigo: Multiple independent introductions of Plasmodium falciparum in South America
Esta investigação ainda não está completa. Os cientistas querem perceber se a posterior emigração do sul da Europa e da Ásia para a América terá levado consigo novas variantes da doença.
Artigo: Multiple independent introductions of Plasmodium falciparum in South America
Dados:
Plasmodium falciparum
Plasmodium falciparum no sangue |
Classificação científica
Filo: | |
P. falciparum |
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