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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

BNDES FINANCIARÁ PROJETOS DE CONTROLE DO EFEITO ESTUFA

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começará a operar, neste ano, linhas de financiamento com condições especiais para projetos voltados à redução de emissões de gases do efeito estufa e ao desenvolvimento de tecnologias de adaptação às mudanças climáticas. Os recursos virão do Fundo Nacional Sobre Mudança do Clima, que tem, atualmente, R$ 560 milhões.
O BNDES foi escolhido pelo Ministério do Meio Ambiente para administrar a carteira de crédito reembolsável do Fundo Clima, composto por 60% do valor de Participações Especiais da exploração de petróleo no País recebido pelo ministério. A intenção é estimular investimentos privados e de governos municipais e estaduais em empreendimentos ou pesquisa aplicada.
Dos R$ 230 milhões acumulados no fundo em 2011, R$ 30 milhões foram destinados a um programa de apoio financeiro não reembolsável operado diretamente pelo ministério. Os R$ 200 milhões restantes serão somados aos R$ 360 milhões que serão aportados no fundo este ano para as operações administradas pelo BNDES.
Captação
O fundo deve captar até R$ 750 milhões por ano das participações especiais do petróleo, mas poderá elevar esse teto com doações de outros segmentos, como empresas, entidades e governos de outros países. O fundo é um dos instrumentos do governo brasileiro para cumprir o compromisso voluntário do País com a redução entre 36,1% e 38,9% das emissões de carbono projetadas até 2020, assumido na convenção sobre o clima de Copenhague.
Com as linhas do Programa Fundo Clima, o BNDES oferecerá taxas de juros ainda mais vantajosas do que as tradicionais do banco. Para projetos de geração de energia solar, por exemplo, o banco oferecerá taxas entre 2,5% e 5,6% ao ano, com redução de quase 5 pontos porcentuais em relação às taxas usuais do banco.
Há ainda taxas reduzidas para projetos relacionados a transporte urbano, carvão vegetal, combate à desertificação, disposição e reaproveitamento de resíduos, energias renováveis dos oceanos, biomassa e eólica.
Mais competitividade
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que o programa será um instrumento a mais do banco para incentivar o desenvolvimento de tecnologias que ajudem a aumentar a competitividade do Brasil num ambiente econômico de crescente valorização da redução dos teores de carbono. Ele citou como exemplo o interesse do governo no desenvolvimento de veículos elétricos.
"Em um primeiro momento, o custo de desenvolvimento de novas tecnologias é alto. Com a produção em escala, o preço cai, mas há um período de indução à inovação e o fundo é uma ferramenta para fazer isso com taxas mais baixas", disse Coutinho, em entrevista coletiva na sede do BNDES, onde recebeu a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
O presidente do banco de fomento ressaltou que as linhas do Fundo Clima não serão usadas para financiar a aquisição de equipamentos já viáveis comercialmente, mesmo que tenham conotação ambiental. O objetivo é apoiar projetos que agreguem novas soluções. "Tem que adicionar algo novo", frisou Coutinho. "Se olharmos as várias cadeias industriais, estimular o desenvolvimento de equipamentos que reduzam o consumo de energia já é uma grande contribuição. Mas é preciso induzir isso inicialmente para que as inovações ganhem escala."
Fonte; O Estadão 
O Efeito Estufa
 Entenda o Efeito Estufa
Durante o dia, parte da energia solar é captada pela superfície da Terra e absorvida, outra parte é radiada para a atmosfera. Os gases naturais que existem na atmosfera funcionam como uma capa protetora que impede a dispersão total desse calor para o espaço exterior, evitando que durante o período noturno se perca calor. E como tal, o planeta permanece quente.
 O processo que cria o efeito estufa é natural e é responsável pelo aquecimento do planeta.  
Certos gases, como o dióxido de carbono, criam uma espécie de telhado, como o de uma estufa, sobre a Terra - daí o nome do fenômeno -, deixando a luz do Sol entrar e não deixando o calor sair.
Se não existisse efeito de estufa, a temperatura da superfície terrestre seria, em média, cerca de 34ºC mais fria do que é hoje.  
O efeito de estufa gerado pela natureza é, portanto, não apenas benéfico, mas imprescindível para a manutenção da vida sobre a Terra. Se a composição dos gases raros for alterada, para mais ou para menos, o equilíbrio térmico da Terra sofrerá conjuntamente.
Como se explica o fenômeno?
O clima tem evoluído aos longo dos tempos, sendo a sua evolução natural, no entanto nos últimos tempos o Homem é o grande responsável uma vez que a população mundial tem vindo a aumentar e consequentemente, registou-se um aumento de 25 % de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Este aumento deve-se especialmente à combustão de combustíveis fósseis, ao desmatamento, ao número crescente de indústrias e ao consumismo desmesurado.
O efeito estufa provoca um desequilíbrio no sistema natural da Terra pelo que é urgente se reduzirem as emissões dos gases prejudiciais e propor alternativas.

Quais os gases responsáveis?
Gases de estufa
Principais causas
Dióxido de Carbono (CO2)
Combustão de combustíveis fósseis: petróleo, gás natural, carvão, desmatamento (libertam CO2 quando queimadas ou cortadas).
O CO2 é responsável por cerca de 64% do efeito estufa. Diariamente são enviados cerca de 6 mil milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera.
Tem um tempo de duração de 50 a 200 anos.
Clorofluorcarbono (CFC)
São usados em sprays, motores de aviões, plásticos e solventes utilizados na indústria electrónica. Responsável pela destruição da camada de ozono. Também é responsável por cerca de 10% do efeito estufa.
O tempo de duração é de 50 a 1700 anos.
Metano (CH4)
Produzido por campos de arroz, pelo gado e pelas lixeiras. É responsável por cerca de 19 % do efeito estufa.
Tem um tempo de duração de 15 anos.
Ácido nítrico (HNO3)
Produzido pela combustão da madeira e de combustíveis fósseis, pela decomposição de fertilizantes químicos e por micróbios. É responsável por cerca de 6% do efeito estufa.
Ozônio (O3)
É originado através da poluição dos solos provocada pelas fábricas, refinarias de petróleo e veículos automóveis


Quais as principais fontes dos gases com efeito de estufa?
Os gases responsáveis pelo aquecimento global da Terra, encontram-se na combustão de combustíveis fósseis, como o petróleo e seus derivados, e nas cidades cerca de 40 % deve-se à queima de gasolina e de óleo a diesel, fato que se traduz pelo número de veículos movidos por estes derivados do petróleo que aí circulam.  
Os veículos automotores são responsáveis pela libertação de monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2), óxidos de azoto (NOx), dióxido de enxofre (SO2), derivados de chumbo e hidrocarbonetos.
As indústrias também são responsáveis por este fenômeno uma vez que emitem enxofre, chumbo e outros materiais pesados, bem como resíduos sólidos que ficam suspensos no ar, por sua vez a concentração de oxigênio vai sendo cada vez menor o que vai provocar doenças graves no sistema nervoso, câncer e problemas respiratórios.
Quanto à agricultura, as substâncias são originadas a partir do cultivo de arroz, soja, milho, trigo e outros, queima de resíduos agrícolas e de florestas, entre outras fontes.
A incineração de resíduos e a deposição de resíduos sólidos nas terras constituem outras fontes de gases com efeito de estufa.
 A ação do ser humano na natureza tem feito aumentar a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, através de uma queima intensa e descontrolada de combustíveis fósseis e do desmatamento. A derrubada de árvores provoca o aumento da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera pela queima e também por decomposição natural. Além disso, as árvores aspiram dióxido de carbono e produzem oxigénio. Uma menor quantidade de árvores significa também menos dióxido de carbono sendo absorvido.

Efeitos provocados por este fenômeno
Meio Ambiente
As consequências do efeito de estufa serão sentidas tanto a nível global como a nível regional, afetando um pouco por toda parte os vários países.
O aquecimento global poderá levar à ocorrência de variações climáticas tais como: alteração na precipitação, subida do nível dos oceanos (degelos), ondas de calor e frio como está acontecendo na Europa atualmente. Assim é natural registrar-se um aumento de situações de inundações, secas, calor excessivo e frios intensos que consequentemente irá aumentar os índices de mortalidade no planeta Terra.
Uma profunda alteração do clima terá uma influência desastrosa nas sociedades afetando a produção agrícola e as reservas de água, dando origem a  alterações econômicas e sociais.
A maior parte dos gases de estufa têm fontes naturais, além das fontes antropogênicas, contudo existem potentes mecanismos naturais para removê-los da atmosfera. Porém, o contínuo crescimento das concentrações destes gases na atmosfera fazem com que, mais gases sejam  emitidos do que removidos a cada ano.
Tem havido um aumento considerável de 25% de CO2 na atmosfera. Os níveis de CO2 variam consoante de acordo com as estações climáticas, sendo esta variação mais pronunciada no hemisfério norte, visto que apresenta uma maior superfície terrestre, do que no hemisfério sul. Este fato ocorre devido às interações que ocorrem entre a vegetação e a atmosfera.
Saúde 
De acordo com alguns cientistas, um aumento consecutivo da temperatura à superfície da Terra, provoca uma alteração climática o que leva a um aumento de ondas de calor, cheias e consequentemente do aumento no número de doenças infecciosas através da proliferação de pestes.
Um caso bastante atual refere-se ao fenômeno do El Niño, um aumento de temperatura no sistema oceânico, que deu origem a uma onda quente por todo o mundo. Como resultado direto, verificou-se uma deslocação dos mosquitos responsáveis pela propagação da malária e febre amarela para regiões temperadas a altitudes mais elevadas, atacando os grupos de pessoas mais vulneráveis da sociedade.
A variação climática irá provavelmente aumentar a frequência de dias de intenso calor, o que representa um aumento do  número de mortes.


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