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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

UM MÉTODO PERIGOSO (A DANGEROUS METHOD) - FILME - QUEM TEM MEDO DA PSICANÁLISE?

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Cena do Filme
Curiosidades: 'A Dangerous Method' é baseado no livro 'Um Método Muito Perigoso', de John Kerr.
Sinopse: A história mostra o encontro de dois mestres da psicanálise, Sigmund Freud (Mortensen) e Carl Jung (Michael Fassbender), e seu envolvimento com a russa Sabina Spielrein (Keira Knightley).
Critica : São necessárias duas pessoas para testemunhar o inconsciente.
Essa é uma das bases da psicanálise, a cura pelo diálogo, e é em busca desse diálogo que David Cronenberg está. O diretor que sempre serviu de "testemunha" em seus filmes, observando de cima como o inconsciente se manifesta de forma sexual, violenta e frequentemente deformadora em seus personagens, agora assume uma posição mais neutra - e deixa que os próprios criadores da psicanálise, Carl Jung e Sigmund Freud, observem a si mesmos.
Só por isso já dá pra antever que Um Método Perigoso (A Dangerous Method) é uma criatura atípica dentro da obra de Cronenberg. O cineasta - que enquanto mero observador não estabelecia, de fato, um diálogo com seus personagens - faz aqui um exame mais complexo da natureza humana. É o seu filme mais reflexivo, mas não menos perturbador que obras-primas como A Mosca e Marcas da Violência.
Tanto o livro A Most Dangerous Method, de John Kerr, quanto a peça The Talking Cure, de Christopher Hampton, servem de base para o roteiro. Nele, o jovem suíço Carl Jung (Michael Fassbender) começa a colocar em prática a psicanálise que o austríaco Freud (Viggo Mortensen) havia formulado em teoria. A tese do médico judeu, de que o desejo sexual é o motor do nosso comportamento, é comprovada por Jung em uma das suas primeiras pacientes: a judia russa Sabina Spielrein (Keira Knightley), que se sentia atraída pelos castigos físicos de seu pai.
Estudiosos defendem que Spielrein - que depois de ser paciente de Jung em 1904 e 1905 tornou-se sua assistente, antes de filiar-se a Freud - ajudou a formular o conceito de pulsão de morte, que depois seria atribuído ao austríaco. É essa versão dos fatos que o filme encampa (e que são em boa parte escudados pelas correspondências de Spielrein encontradas nos anos 1970), para colocar Sabina como catalisadora das diferenças entre Jung e Freud.
Um Método Perigoso já seria um filme notável se apenas expusesse as idiossincrasias que terminaram afastando o mentor e seu mais notável pupilo. Freud inveja a riqueza do "ariano" Jung, que por sua vez ressente-se do judeu que não lhe conta um sonho que teve, "porque isso acabaria com a minha autoridade", justifica Freud. Sabina Spielrein, que na superfície é aquela que mais se parece com uma personagem típica de Cronenberg (até o overacting habitual de Keira Knightley vira um lance de autor aqui), com seus "desvios" de comportamentos manifestos fisicamente, no fim é a pessoa, dentro do trio, que melhor lida com sua personalidade.
Já seria notável, enfim, por toda essa observação. Mas o que transforma o filme de fato em uma obra desestabilizadora - muito além da simples curiosidade diante dos caprichos dos pais da psicanálise - é o que Cronenberg e o corroteirista Hampton (que adapta o roteiro de forma bastante fiel à sua peça) têm a dizer sobre o Holocausto.
Há referências demais à tragédia do século, ao longo do filme, para que elas sejam ignoradas. Está nos diálogos: "Os anjos falam alemão", diz Jung, enquanto Freud, já absorto em sua preocupação com o antissemitismo, diz a Sabina que fica feliz por ela desistir de seu "príncipe ariano". Está nas situações: a plateia congelada enquanto Jung toca Richard Wagner em um experimento. E, finalmente, está nas entrelinhas: na pulsão de morte da teoria da judia masoquista Sabina e na preocupação de Jung com "um pouco de repressão que seja saudável à sociedade" e com "um ato inominável que permita continuar vivendo".
São referências espalhadas muito pontualmente (em uma narrativa repleta de elipses como a de Um Método Perigoso, toda cena é crucial), e tirar uma conclusão delas exige ver o filme mais de uma vez. O que não há dúvidas é que aqui está em curso aquilo que Freud chamou de "trabalho de luto": transformar o incomunicável em verbo, em uma articulação, para superar o trauma dessa vivência incomunicável - que neste caso seria o Holocausto.
Desequilíbrio de interlocução
Com ou sem essa interpretação (martelada até os créditos finais, que mencionam a Segunda Guerra), o fato é que Cronenberg faz aqui alguns comentários sobre o inconsciente coletivo europeu (o inconsciente coletivo é um conceito junguiano, aliás) e um assombroso estudo de personagens sobre interlocução e o tal testemunho do inconsciente.
Quem melhor analisou a questão da interlocução no filme até agora foi a crítica Amy Taubin na edição de setembro/outubro deste ano da revista FilmComment. Ela defende que a mise en scène econômica de Cronenberg ajuda a expor o desequilíbrio da reciprocidade. Cronenberg usa uma lente grande-angular para destacar ainda mais quem está no primeiro plano e afastar a pessoa que está no segundo plano. Dá pra notar a eficiência desse procedimento nas cenas em que Sabina se consulta com Jung; Knightley e seus olhos esbugalhados ficam mais salientes, enquanto de Fassbender, desfocado no fundo, não conseguimos ver a verdadeira reação.
Esses momentos, em que a interferência do cineasta se dá de forma bastante discreta, a olhos apressados podem parecer desapaixonados, despojados demais. Não se engane: Um Método Perigoso é filme de um autor na maturidade.
A dangerous method, o último filme de David Cronenberg (o mesmo realizador de Spider ou Uma história de Violência) narra a relação pessoal e profissional que estabeleceram Sigmund Freud e Carl Gustav Jung durante os primórdios da teoria psicanalítica. Se o início do filme pode parecer bastante “pesado”, sobretudo por aquilo que me parece uma, simplória, atuação de Keira Knightley, no decorrer do filme assistimos a duas interpretações perfeitas por parte de Michael Fassbender y Viggo Mortensen. O argumento é uma mina de ouro de frases lapidadas, ou não, fosse o filme baseado no livro de John Kerr “A Most Dangerous Method”.  Os vínculos criados entre paciente e analista, a relação de teor quase filial entre Freud y Jung, o fenômeno de transferência protagonizado entre Sabina Spielrein e Jung e a aparição de um Vicent Cassel mais rebelde que nunca, conferem ao filme uma hora e meia apaixonante onde os exercícios mentais e as reflexões sobre a origem do prazer se associam, como não podia deixar de ser com as emoções mais contraditórias. Um dos melhores filmes de Cronenberg, esperava que esse filme tivesse um papel importante no Oscar. Do jeito que está, nem Keira Knightley, que foi bastante elogiada pela performance neste filme, conseguiu uma indicação
UM MÉTODO PERIGOSO (A DANGEROUS METHOD)
A Dangerous Method
Elenco: Michael Fassbender, Viggo Mortensen, Keira Knightley, Vincent Cassel, Sarah Gadon, Michael Fassbender.
Sinopse: A história se baseia na peça The Talking Cure, de Christopher Hampton, Esta é a história de duas mentes brilhantes: O Mestre - Sigmund Freud - e o Discípulo que acaba por abandonar o Mestre - Carl Jung. É também a história da doente que sofre de histerismo e de esquizofrenia, que se envolve com o Discípulo que acaba por abandonar o Mestre, e do psiquiatra que é internado porque não consegue reprimir os seus instintos, apontado pelo Mestre como a causa de todas as perturbações. Ambos servem como catalisadores para o Discípulo, que um dia será Mestre. Ela é a terapia, ele o Advogado do Diabo. Todas estas quatro personagens são ao mesmo tempo Mestre, Discípulo, paciente, Psiquiatra e terapia. E depois existe também a mulher do Discípulo, que é loira, que tem os olhos azuis e a tez clara, que é rica, serena e que aparece sempre ou grávida ou com um bebê nos braços.
Titulo Original: A Dangerous Method
Gênero: Drama
Duração: 100 Minutos
Diretor: David Cronenberg
Lançamento: 2012
Tamanho: 295 MB
Formato: BDRip
Qualidade de Áudio: 10
Qualidade de Vídeo: 10
Vídeo Codec: Rmvb
Idioma: Inglês
Legenda: Português
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2 comentários:

  1. Você é impar, Gil! Eu e a galera lemos aqui. Amamos. Já gravei e vamos assistir. Agradecemos.

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  2. Obrigado o filme é uma obra de arte para quem gosta de estabelecer relações com o Id, Ego, Superego e a Psique. Eu recomendo que assistam várias vezes.

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