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segunda-feira, 26 de março de 2012

ESTUDO REVELA QUE GRUPO DE INDONÉSIOS POVOOU MADAGASCAR HÁ 1.200 ANOS

Um grupo de indonésios atravessou o Oceano Índico por acidente há 1.200 anos e deu origem à população de Madagascar, segundo um estudo de genética comandado pelo cientista neozelandês Murray Cox.
Madagascar é uma ilha situada a cerca de 400 quilômetros de Moçambique e fica a oito mil quilômetros distante da Indonésia.
As relações entre os madagascarenses e os indonésios eram conhecidas há muito tempo pelos cientistas, que constataram semelhanças culturais como a forma de cultivar o arroz e a elaboração dos xilofones, além do uso de dialetos de Austronésia pelos habitantes de Madagascar.
O cientista Murray Cox, da Universidade de Massey, na Nova Zelândia, disse à Agência Efe que sua pesquisa conseguiu confirmar esses laços genéticos através da análise do genoma mitocondrial de 300 malgaxes e três mil indonésios.
Cox explicou que os estudos comprovaram que "a maior parte das sequências de DNA era mais parecida aos tipos genéticos da Indonésia", apesar de apontar que "os malgaxes têm algumas variantes genéticas muito similares as dos habitantes da África".
Para determinar o número de indonésios que viajaram a Madagascar há séculos, os especialistas usaram um software para simular as variações genéticas e assim descobriram que as primeiras colônias se estabeleceram há 1.200 anos.
Cox afirmou que o fator mais surpreendente da pesquisa foram os resultados da análise do genoma mitocondrial, herdado apenas por via materna, que apontou que havia "somente 30 mulheres indonésias".
"Apesar de não termos o número exato, sabemos que essas 'mães fundadoras' eram acompanhadas de homens indonésios", ressaltou Cox.
Várias teorias anteriores sugeriam que Madagascar tinha sido povoada durante várias ondas migratórias provenientes da Indonésia durante um longo período de tempo.
"Achávamos que essa colonização estava relacionada de alguma maneira com a Rota da Seda (a milenar rota comercial entre a Ásia e a Europa) ao longo das costas do Oceano Índico", explicou Cox, acrescentando que "essa teoria é menos convincente" após a descoberta dos resultados dessa pesquisa.
"Agora sabemos que Madagascar foi colonizada por um grupo muito pequeno de pessoas" que, talvez, tenham chegado por "acidente" da Indonésia em uma travessia pelo Oceano Índico e até é possível que todos tenham viajado em "apenas uma embarcação", indicou o cientista neozelandês.
Os especialistas sabem que as correntes marinhas no Índico arrastaram, no passado, pessoas e objetos da Indonésia para Madagascar, como o sobrevivente de um naufrágio em Java que acabou na ilha africana e os restos de bombardeios japoneses em território indonésio arrastados para o outro lado do oceano.
A história da humanidade não tem registros da existência de Madagascar nos primeiros séculos. Nenhum documento romano sobre a região do Índico a menciona e as primeiras referências aparecem nos textos do geógrafo árabe Muhammad al Idrisi (1100-1165 ou 1166).
O explorador português Diogo Dias (1450-1500), irmão de Bartolomeu Dias, foi o primeiro europeu a avistar Madagascar, uma ilha que o navegante árabe Ahmad ibn Majid descreveu como "o limite das regiões desabitadas do mundo". 
 Distância entre Indonésia e Madagáscar
NOTA: Há muito tempo a origem dos malgaxes intriga os investigadores e, apesar da volumosa pesquisa multidisciplinar realizada nos últimos anos, a questão permanece como um enigma. Vários autores fazem diferentes interpretações sobre a migração para Madagáscar, em particular as propostas que defendem a presença africana, associada ou não à indonésia, e as que privilegiam a sul-asiática.
Um dos últimos grandes mistérios da história que ainda hoje persistem é a origem da moderna população da ilha de Madagáscar, os chamados malgaxes, motivo pelo qual abundam especulações e teorias sobre o tema.
Historiadores, antropólogos, arqueólogos, linguistas, paleobotânicos e geneticistas têm-se debruçado sobre o assunto com o intuito de solucionar ou, pelo menos, contribuir para sua solução. Imitando a expedição Kon-Tiki, aventureiros reproduziram antigos modelos de canoas e navegaram pelo Oceano Índico e para mais longe, em busca de explicações. Este artigo reexamina estas questões e apresenta o estado atual do debate sobre o tema.
A terra natal dos protomalgaxes
Madagáscar foi avistada por marinheiros portugueses em 1500 e recebeu a primeira visita intencional em 1506. Desde então, os europeus começaram a especular sobre a origem da população desta ilha. Nessa época, excluídos os suaílis (ou swahili) e os indianos (conhecidos como karana), eram poucas as comunidades que participavam das rotas do comércio internacional. Segundo os investigadores, os suaílis chegaram a Madagáscar oriundos da costa leste do continente africano e da Arábia, entre os séculos IX e X; já os indianos vieram da região de Gujarat, na Índia, entre os séculos XI e XII.
Além destes dois grupos, havia também um pequeno grupo malgaxe, assimilado à cultura árabe (chamado de antalaotra) que se mantinha próximoaos suaílis. Assim, parecia existirem em Madagáscar dois grupos étnicos.
 A expedição Kon-Tiki foi realizada pelo navegador escandinavo Thor Heyerdahl, que partiu do Peru, em 1947 e percorreu 8 mil Km pelo Pacífico até a Polinésia, numa embarcação similar às utilizadas no Império Inca.
Revisitando o debate sobre as origens dos Malgaxes em Madagáscar básicos: um de pele mais clara e com características físicas de malaios, ocupando o planalto central; e outro de pele mais escura, negros, habitando as planícies da ilha.

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