De acordo com o
Observatório Nacional de Segurança Viária essa calamidade denomina-se acidente
de trânsito.
Isso mesmo!
Só em 2012 foram
registradas 61 000 mortes em acidentes de trânsito no Brasil.
E das 508 000
indenizações do DPVAT (seguro obrigatório para Danos Pessoais Causados por
Veículos Automotores Terrestres) tem-se que 352 000 foram destinadas às vítimas
com sequelas incapacitantes e permanentes.
Para que
tenhamos uma ideia da ordem de grandeza desses números estarrecedores basta
entender que a famosa gripe H1N1 levaria 527 anos para provocar o mesmo número
de vítimas fatais.
E qual seria o
principal fator causador de tantos acidentes no Brasil?
Problemas na
pista? Falhas mecânicas? Problemas do clima?
De acordo com
pesquisas, a principal causa é a imperícia ao volante, caracterizada
principalmente por excesso de velocidade (que pode estar ligada ou não ao uso
de bebidas alcóolicas) e outros desrespeitos às leis de trânsito e obviamente
aos princípios do bom senso.
É claro que não
precisamos consultar nenhuma estatística para confirmarmos esses dados. Basta
trafegarmos pelas ruas de qualquer uma de nossas cidades e observarmos quantos
motoristas respeitam, por exemplo, o limite de velocidade da pista.
Muitos
reclamarão de que tal limite de velocidade é muito baixo, e que nesse mundo
moderno tempo é dinheiro, e que existe uma indústria da multa, etc.
Já ouvi essas
desculpas quando falei desse assunto em minhas aulas.
No entanto, se
uma pessoa possuir o mínimo de educação científica e o mínimo de bom senso
sempre respeitará as leis de trânsito.
Acidente de trânsito no Brasil mata mais que guerra |
Por exemplo, certa pessoa se vangloriava de fazer em 50 minutos o trajeto de Curitiba
até o litoral. Trecho que se gasta facilmente em duas horas.
Revoltado, ele
perguntou por que da minha lerdeza de muitas pessoas no trânsito.
Eis a
resposta:
1. Estou saindo
com a família para passear e não para participar de um Rally.
2. Não estão
oferecendo nenhum prêmio para quem chegar ao litoral em tempo recorde.
3. Não faço
questão de colecionar multas e nem cicatrizes.
4. A minha vida
e minha integridade física (e a de todos que me cercam) vale mais que alguns
arranhões na minha ficha de
super-ultra-hiper-extraordinário-piloto-de-fim-de-semana.
Hoje esse mesmo
colega me dá razão.
Porém foram
precisos: algumas placas de platina na coluna, alguns dias na UTI e alguns anos
numa cadeira de rodas.
Ninguém precisa
aprender dessa forma tão cruel que as leis da Física não podem ser
desrespeitadas impunemente. Basta atentar para esses fatos:
- Dois corpos
não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.
- Quanto maior
for a velocidade de um corpo maior será sua energia cinética.
- Numa colisão a
energia cinética é transformada principalmente em deformação (tanto do veículo
quanto de seus ocupantes).
- Numa colisão
envolvendo aço, plástico, osso e carne – o aço ganha sempre.
Isso me soa de
uma obviedade…
Tirando o
Facebook onde só existem pessoas maravilhosas, politicamente corretas e que
sempre respeitam as leis, estou farto de ver todos os dias pessoas se portando
no trânsito como se fossem selvagens.
Desde o
desrespeito absurdo às regras da boa conduta – essa ética que deve premiar a
verdadeira convivência humana, como, por exemplo, a de dar a vez às pessoas
idosas e às crianças.
Alguns devem
achar idiotice. Pois vejo todos os dias, pessoas bem vestidas, pilotando
bólidos caríssimos avançando por sobre pedestres, buzinando, agredindo
verbalmente, sejam velhos, mulheres ou crianças.
E sempre se
justificando: Tem que “tacar” o carro em cima mesmo, pois o pedestre é muito
mal educado.
Ou seja, como em
toda selva vale a lei do mais forte e salve-se quem puder.
Será que ninguém
pode ceder alguns segundos e franquear a passagem para o semelhante? Será?
O que ocorre com
a mente e com o coração dessas pessoas, que basta segurar um volante que se
transformam em homicidas em potencial?
Porém as leis da
Física não podem ser desrespeitadas impunemente:
Quantos
engavetamentos ocorrem simplesmente porque a maioria dos motoristas dirige
praticamente colado no carro da frente. Contrário ao que reza a lei. Contrário
a qualquer noção de bom senso. Por quê? Alguém pode me explicar isso?
Nas rodovias o
quadro piora.
Todos andam a
mil por hora, colados no carro da frente, para marcar pressão e força-lo a dar
passagem. Tanto um quanto o outro travam uma queda de braço motorizada, onde
buzinas e palavrões em mímicas fazem parte do belíssimo exemplo de estupidez
que dão aos demais. Tudo isso, acima dos limites de velocidade da pista – para
quê? Para chegar alguns minutos mais cedo no engarrafamento mais próximo?
Quando será que
o povo brasileiro irão enxergar seus erros, falta de educação e ignorância?
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