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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

BENS E SERVIÇOS COLETIVOS SÃO TRANSTORNOS AMBIENTAIS, QUANDO SE INDIVIDUALIZAM



Numa breve análise da evolução histórica das sociedades, tentando definir um padrão contínuo, muitos equipamentos, serviços e funções sociais começaram por ser coletivos/públicos. Mas a tendência individualista e a capacidade dos sistemas produtivos em série (segundos os modelos Fordistas e Tayloristas) conseguiram disponibilizar alguns desses bens diretamente a cada pessoa, individualizando-os. Por exemplo: os banhos e WCs começaram por ser públicos (basta lembrar a antiga Roma) e posteriormente tornaram-se em comodidades privadas; os relógios e sinos transformaram-se em relógios de sala ou parede coletivos, depois em objetos individuais de bolso ou pulso; Os telefones começaram por ser coletivos, passando também a equipamentos familiares ou empresariais, e mais recentemente tornaram-se completamente individuais com a generalização dos celulares.
Perfil de Tempo - Salvador Dalí
Ou seja, estas tendências foram possíveis porque os sistemas produtivos (em massa) o permitiram, mas porque os modelos de consumo se alteraram. Estas comodidades continuariam provavelmente a ser mais sustentáveis se fossem de uso coletivo, mas o individualismo e prosperidade econômica permitiu que a “privatização” fosse viável. O mesmo não aconteceu com outros equipamentos urbanos – orientando esta reflexão para o urbanismo -, tal como hospitais, universidades, estádios, etc*. Ainda que seja possível alguém ter, por exemplo, uma piscina privada, será difícil mesmo para uma família da classe média ter uma clínica privada em casa.
Curiosamente, nos dias que correm, redescobrem-se as formulas coletivas antigas. Começam a surgir cada vez mais sistemas alternativos que contrariam os modelos consumistas individualistas, especialmente pela crescente consciência ambiental. A reutilização de bens por opção é uma realidade, tal como a partilha – basta lembrar os sistemas de “car sharing” e “car pulling”.
Os modelos contemporâneos de desenvolvimento urbano, que se ligam com todo o tipo de desenvolvimento no geral, tendem para soluções heterogêneas e adaptadas a realidades físicas, sociais, econômicas e outras particulares (desde a grande cidade à realidade de uma pequena rua ou bairro, sabendo-se que a solução para cada caso quase nunca é aplicável noutras realidades). Inseridas nessa tendência reforça-se a necessidade de assegurar a sustentabilidade através da utilização racional de recursos através de partilha, reutilização e reutilização. Assim, em parte, contraria-se a individualização e certos bens e serviços, sendo que existe cada um novo ponto de equilíbrio a terá peso incontornável: a sustentabilidade. Já não é aceitável consumir mesmo que tal seja economicamente viável no presente, pelo menos já não é válido em todos os locais, para tudo e todos os casos.

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