Garimpeiro
na Tanzânia mostra o ouro que extraiu utilizando mercúrio Substâncias como
chumbo e mercúrio colocam a vida de 95 milhões de pessoas em risco, aponta
estudo. Em países mais pobres, a poluição ambiental mata mais que aids,
tuberculose e malária.
Cerca
de 95 milhões de pessoas no mundo tem a saúde diretamente afetada pelas seis
piores toxinas ambientais, revela um estudo da Fundação Cruz Verde, na Suíça,
em parceria com a ONG Pure Earth, de Nova York, divulgado nesta quarta-feira
(21/10).
O
problema é mais grave em países com renda baixa a média. A Organização Mundial
da Saúde (OMS) estimou que, em 2012, a exposição a poluentes no ar, água e solo
matou 8 milhões de pessoas nesses países. Uma morte em cada sete no mundo seria
consequência da poluição.
Para
efeito de comparação, segundo a OMS, 1,5 milhão de pessoas morreram em
decorrência da aids, e menos de um milhão, de tuberculose em 2012. A malária
também matou menos de um milhão de pessoas.
O
estudo da Cruz Verde e da Pure Earth envolveu 49 países pobres e emergentes,
entre eles Índia, Rússia, México e Indonésia. Membros da União Europeia (UE),
por exemplo, ficaram de fora. Conheça as seis toxinas ambientais mais perigosas
que foram identificadas:
Chumbo
26
milhões de pessoas em risco
Liberado
no processo de mineração e, parcialmente, durante a reciclagem de baterias de
carro, o chumbo é a toxina ambiental mais devastadora, apontou o estudo. O
descarte inadequado dessas baterias é uma grande fronte disseminadora da
toxina.
A
exposição ao chumbo por inalação de poeira ou ingestão de água e alimentos
contaminados pode causar danos neurológicos e anemia, entre outros problemas.
Os efeitos do chumbo são mais graves em crianças, e em altos níveis, a
intoxicação pode levar à morte.
Radionuclídeos
22
milhões de pessoas em risco
A
liberação de radionuclídeos resulta de processos como degradação de urânio,
produção e testes nucleares, geração de energia nuclear e criação de produtos
radiológicos para uso médico.
A
exposição à toxina por ingestão ou inalação desencadeia problemas como náuseas,
vômitos, dores de cabeça e pode até levar à morte. Além disso, o contato com a
radiação pode causar lesões celulares, que estimulam o desenvolvimento de
câncer.
Mercúrio
19
milhões de pessoas em risco
O
mercúrio é liberado no meio ambiente sobretudo durante a mineração de ouro.
Além disso, o metal pesado é frequentemente liberado por usinas movidas a
carvão e pode ser encontrado em diversos produtos industriais, como termômetros
e lâmpadas.
O
contato com mercúrio elementar (metálico) pode causar danos no cérebro, nos
rins e no sistema imunológico, além de prejudicar o desenvolvimento fetal.
Quando a substância é combinada ao carbono, forma-se o mercúrio orgânico —
comumente encontrado na natureza como metilmercúrio, outra toxina perigosa e
causadora da doença de Minamata, uma grave síndrome neurológica.
Cromo hexavalente
16
milhões de pessoas em risco
A
liberação do cromo hexavalente na natureza está relacionada, principalmente, ao
processamento de couro, mas ele pode ser encontrado também nas panelas de aço
inoxidável. Dependendo da exposição, a toxina pode provocar danos nos sistemas
respiratório e gastrointestinal. Além disso, a toxina é cancerígena.
Pesticidas
7
milhões de pessoas em risco
Os
pesticidas das plantações são levados pela chuva e contaminam águas
superficiais e subterrâneas. Alguns pesticidas antigos – os chamados Poluentes
Orgânicos Persistentes (POPs), como o DDT – chegam a fazer uma verdadeira
migração global, afetando comunidades a milhares de quilômetros de distância de
onde eles foram usados. Os efeitos gerais da exposição à toxina incluem dores
de cabeça, náuseas, tonturas e convulsões. O contato crônico pode ter impactos
neurológicos, reprodutivos e dermatológicos.
Cádmio
5
milhões de pessoas em risco
O
cádmio é um subproduto da mineração e do processamento de zinco. Ele está
presente em alguns fertilizantes, mas seu uso industrial se concentra em
processos de galvanoplastia (douração e cromagem, por exemplo).
A
exposição humana acontece através de uma cadeia de alimentos contaminados, como
cereais, vegetais e até peixes, ou do tabagismo (ativo ou passivo). Mesmo
pequenas quantidades de cádmio podem causar impactos significativos para a
saúde, como irritação pulmonar e bronquite crônica. A exposição prolongada pode
afetar o fígado.
Fonte:
DW.Com.
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