Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

sábado, 21 de novembro de 2015

MAPA QUANTIFICA PELA PRIMEIRA VEZ ÁGUA ESCONDIDA DEBAIXO DA TERRA NO MUNDO



Volume seria suficiente para cobrir o planeta com uma camada de 180 metros de profundidade, mas apenas 6% é próprio para consumo humano.
Mapa quantifica pela primeira vez água escondida debaixo da terra no mundo (Foto: Divulgação/Nature Geoscience)
O volume total de água armazenada no subsolo do planeta é estimado em 23 milhões de km³. Seria o suficiente para cobrir toda a superfície da Terra com uma camada de 180 metros de profundidade.
Essa foi a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores canadenses e publicado na revista científica "Nature Geoscience".
Mas apenas 6% dessa água é própria para consumo humano. Isso porque a chamada água "moderna" presente no subsolo está próxima da superfície e pode ser extraída ou usada para complementar recursos localizados acima do solo, em rios e lagos.
"Esta é a água que é renovada mais rapidamente ─ na escala de vida humana", explicou Tom Gleeson, da Universidade de Victoria, no Canadá, responsável pelo estudo.
"Ao mesmo tempo, é a mais sensível a mudanças climáticas e contaminação humana. Trata-se, portanto, de um recurso vital que precisa ser melhor gerenciado."
Recurso finito
Para quantificar a água armazenada nos dois primeiros quilômetros da superfície da Terra, Gleeson e sua equipe combinaram extensas bases de dados e modelos computacionais.
Foram analisados, entre outros fatores, a permeabilidade de rochas e do solo, sua porosidade e características dos lençóis freáticos.
A chave para determinar a idade de toda a água armazenada foram medições feitas com trítio, uma forma radioativa de hidrogênio que surgiu na atmosfera há 50 anos como resultado de testes de bombas termonucleares.
A partir desse elemento químico, os cientistas puderam identificar toda a chuva que chegou ao subsolo desde então.
Reservas
O mapa acima mostra a distribuição da água moderna presente no subsolo ao redor do mundo. As manchas em azul escuro mostram onde ela é renovada rapidamente. Em tom mais claro, a água mais antiga, que em sua maioria está estagnada e não pode ser renovada.
"As características dessa água antiga variam muito", disse Gleeson à BBC News. "Em alguns lugares, é muito profunda. Em outros, não. Em muitos lugares, ela é de má qualidade e pode ser mais salina que a água do mar, além de ter metais e outros componentes químicos dissolvidos nela e que teriam de ser tratada antes de se tornar potável ou usada na agricultura."
Isso torna ainda mais importante as reservas modernas e a necessidade de administrá-las de forma sustentável, alertam os cientistas.
O estudo destaca ainda como elas estão distribuídas de forma desigual no planeta. O próximo passo, afirmou Gleeson, é determinar o ritmo com que algumas reservas estão sendo consumidas.
"Essa visão global da água no subsolo irá conscientizar de que nossas reservas mais recentes no subsolo, aquelas que são mais sensíveis a mudanças ambientais e provocadas pelo homem, são finitas", disse Ying Fan, da Rutgers University, nos Estados Unidos.

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