Cientistas afirmam que o ictiossauro evoluiu muito lentamente e, quando o
ambiente mudou, ele não conseguiu acompanhar.
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Um
novo estudo de cientistas britânicos, belgas, franceses e russos sugere que uma
mudança dramática no clima da Terra foi responsável pela extinção de um réptil
marinho que viveu na época dos dinossauros.
Há
cerca de 100 milhões de anos os oceanos esquentaram, o gelo polar derreteu e o
nível dos mares aumentou de forma inédita.
Segundo
os cientistas o ictiossauro, também conhecido como "peixe lagarto" ou
"dragão dos mares", não conseguiu se adaptar às novas condições nos
mares.
A
pesquisa adiciona um último dado surpreendente para desvendar o mistério de
como e por que este predador desapareceu.
"Nossos
resultados fortalecem as evidências de que o aumento no nível dos mares e na
temperatura dos mares reorganizou profundamente os ecossistemas marinhos há
cerca de 100 milhões de anos", disse Valentin Fischer, da Universidade de
Liège, na Bélgica, e também da Universidade de Oxford, que liderou a pesquisa.
"O
ictiossauro não conseguiu se adaptar. Eles evoluíram muito lentamente nos
últimos 50 milhões de anos de sua existência. Quando o ambiente mudou
rapidamente, eles não conseguiram acompanhar", acrescentou.
Família
Na
época em que os dinossauros viviam na Terra, os oceanos eram o lar de vários
tipos de ictiossauro.
Estes
predadores marinhos tinham um corpo parecido com o do golfinho, o que dava ao
ictiossauro velocidade e permitia que ele se alimentasse de peixes e lulas.
O
ictiossauro viveu durante milhões de anos. Eles apareceram no período
Triássico, chegaram ao auge no Jurássico e então desapareceram no Cretáceo,
vários milhões de anos antes da morte dos últimos dinossauros.
Teorias
anteriores sobre o desaparecimento do ictiossauro se concentraram mais nos
alimentos preferidos da criatura, que podem ter desaparecido dos oceanos à
medida que outros animais, como tubarões e outros peixes vertebrados, começaram
a surgir.
Mas
depois de elaborar uma árvore genealógica complexa traçando a evolução dos
ictiossauros, os cientistas desta última pesquisa concluíram que a falta de
alimento teria sido apenas um entre vários fatores ligados à extinção do
animal.
"Embora
o aumento nas temperaturas e no nível dos mares demonstrado em registros
geológicos no mundo todo pode não ter afetado diretamente os ictiossauros,
fatores relacionados como mudanças na disponibilidade de comida, rotas
migratórias, animais rivais e locais de nascimento são fatores potenciais,
provavelmente ocorrendo juntos, que levaram à extinção do ictiossauro",
disse Fischer.
Efeito estufa
David
Martill, pesquisador da Universidade de Portsmouth, na Grã-Bretanha, não
participou do estudo, mas ao analisar a pesquisa disse concordar que a mudança
para um mundo mais quente - como uma "superestufa" - pode ter tido um
impacto enorme nos habitats de animais terrestres e aquáticos.
O
ictiossauro dividia os oceanos com outros grupos numerosos de répteis marinhos
de grande porte como plesiossauro e mosassauro. Mas o ictiossauro conseguiu
viver mais tempo do que estes dois últimos.
"Eles
(os ictiossauros) só desapareceram junto com muitos outros animais. Há um
mistério nisto. Acho que ainda é um enigma", afirmou Martill.
Mary Anning descobriu o primeiro fóssil completo do ictiossauro na região de Dorset no século XIX, as mulheres eram ainda discriminadas, sobretudo as das classes pobres. |
A
famosa caçadora britânica de fósseis do século 19 Mary Anning descobriu o
primeiro fóssil completo do ictiossauro na região de Dorset em 1810.
“Mary
Anning” descobriu o primeiro fóssil de ictiossauro, quando tinha 12 anos,
junto à costa de Dorset, que se encontrava incrustado num íngreme penhasco.
O fóssil de ictiossauro media 5 metros de comprimento.
A descoberta de
Anning causou grande surpresa no mundo científico da época e forneceu provas
para novas ideias a respeito da história da Terra.
O fóssil de ictiossauro media 5 metros de comprimento.
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