Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ASTRÔNOMOS ANUNCIAM DESCOBERTA DE NOVO SISTEMA SOLAR QUE PODE CONTER ÁGUA - E VIDA



Astrônomos europeus e americanos anunciaram a descoberta de sete planetas do tamanho da Terra, situados a apenas 40 anos-luz de distância. 
Planetas "e", "f" e "g" teriam mais chances de conter água em estado líquido.
 Direito de imagem ESO
Três deles, de acordo com os cientistas, poderiam ter água em suas superfícies, o que poderia resultar na existência de vida.
O sistema, formado em torno da já conhecida estrela-anã superfria TRAPPIST-1, tem o maior número de planetas de dimensões semelhantes aos da Terra já encontrados e o maior número de mundos com condições favoráveis à existência de água.
A descoberta foi anunciada na revista científica Nature.
Para encontrar os planetas, os cientistas usaram telescópios em terra e no espaço, incluindo o Grande Telescópio ESO, no Chile. Os corpos celestes foram localizados quando passaram em frente à estrela, que tem tamanho e brilho menores que o Sol - a TRAPPIST-1 tem apenas 8% da massa solar e é apenas um pouco maior que Júpiter.
Temperatura semelhante
A passagem dos planetas causou oscilações no brilho da TRAPPIST-1 e permitiu aos astrônomos deduzir informações sobre tamanho, composição e órbita destes mundos, bem como as temperaturas - em pelo menos seis planetas, elas seriam semelhantes às da Terra.
Estrela-anã é bem menor que o Sol, conforme mostra essa ilustração da ESO. 
Direito de imagem ESO
"A energia de estrelas-anãs como a TRAPPIST-1 é muito mais fraca que a do Sol, e os planetas em sua órbita teriam que estar em órbitas muito mais próximas que a do Sistema Solar para que houvesse a existência de água. Mas este tipo de configuração compacta é justamente o que vemos nesse sistema", explica um dos autores do estudo, Amaury Triaud, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
As órbitas dos planetas são mais próximas da estrela-anã do que a de Mercúrio junto ao Sol, mas as dimensões reduzidas da TRAPPIST-1 fazem com que esses planetas recebam uma quantidade de energia similar a de planetas como Vênus, Terra e Marte.
Impressão artística mostrando o sistema de TRAPPIST-1; astrônomos creem que três dos sete planetas podem conter água líquida. Direito de imagem ESO
Os corpos celestes também têm períodos de translação bem menores que os do Sistema Solar. O mais próximo da estrela (TRAPPIST-1 b), por exemplo, completa a volta em torno da estrela em menos de dois dias terrestres - Mercúrio, por exemplo, leva cerca de 88.
Todos os sete planetas descobertos nesse sistema podem potencialmente conter água em suas superfícies, mas modelos climáticos feitos pelos astrônomos sugerem que os planetas batizados até agora apenas de TRAPPIST-1 e, f e g estão no que a astronomia determina como uma possível "zona habitável" - órbitas em que a superfície pode conter água líquida sob as condições ideais de pressão atmosférica.
Os cientistas acreditam que a descoberta dos planetas torna TRAPPIST-1 um alvo de estudo importante para a busca da existência de água e mesmo vida fora da Terra.

CIENTISTAS AGORA RECOMENDAM 10 PORÇÕES DIÁRIAS DE FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES PARA VIVER MAIS



Comer 10 porções por dia de frutas, legumes e verduras pode nos fazer viver mais, revela uma nova pesquisa.
Segundo os cientistas da Universidade Imperial College London, no Reino Unido, o consumo diário desses alimentos evitaria até 7,8 milhões de mortes prematuras.
Segundo pesquisadores, ingestão de frutas, verduras e legumes poderia evitar até 7,8 milhões de mortes prematuras. Direito de imagem iStock
Eles também identificaram frutas, legumes e verduras específicos que reduzem o risco de câncer e doenças cardíacas.
O levantamento mostrou que até pequenas quantidades já garantem benefício para a saúde, mas quanto mais, melhor.
Uma porção equivale a 80 gramas de frutas, legumes ou verduras ─ uma banana pequena, uma pera ou três colheres de chá de espinafre ou ervilhas.
As conclusões foram obtidas a partir de dados de 95 estudos diferentes, que analisaram os hábitos alimentares de 2 milhões de pessoas no Reino Unido.
A pesquisa mostrou, por exemplo, que a incidência de câncer é menor em quem come verduras verdes (espinafre); amarelas (pimentões) e crucíferas (couve-flor e repolho).
Já quem se alimenta de maçãs, peras, frutas cítricas, saladas, folhas verdes (rúcula) ou verduras crucíferas tem menor chance de desenvolver doenças cardíacas ou derrames.
Os resultados, publicados na revista científica Journal of Epidemiology, também apontaram os riscos de uma morte antecipada.
Na comparação com um dieta sem frutas, verduras e legumes, o estudo mostrou que:
  • Comer 200 gramas de frutas, verduras e legumes reduz o risco de doenças cardiovasculares em 13% e 800 gramas, 28%
  • Comer 200 gramas de frutas, verduras e legumes reduz o risco de câncer em 4%, e 800 gramas, 13%
  • Comer 200 gramas de frutas, verduras e legumes reduz o risco de morte prematura em 15%, e 800 gramas, 31%
Incidência de câncer e de outra doenças é menor em pessoas que comem mais frutas, verduras e legumes. Direito de imagem Thinkstock
No entanto, os pesquisadores ressalvam não saber se comer ainda mais porções de frutas, verduras e legumes pode trazer mais benefícios para a saúde já que não há dados suficientes para analisar essa hipótese.
Um dos cientistas envolvidos no estudo, Dagfinn Aune, destacou as vantagens da ingestão diária desses alimentos.
9 em cada 10 brasileiros consomem menos de 400 gramas de frutas, verduras e legumes por dia, quantidade recomendada pela OMS. Direito de imagem Thinkstock
"Frutas, verduras e legumes reduzem os níveis de colesterol e pressão arterial, além de incrementar a saúde dos nossos vasos sanguíneos e do nosso sistema imunológico".
"Talvez isso seja devido à complexa rede de nutrientes que esses alimentos têm".
"Por exemplo, eles contêm muitos antioxidantes, que podem reduzir o dano ao DNA e levar à redução do risco de câncer".
No entanto, muitas pessoas não comem nem cinco porções de frutas, verduras e legumes (400 gramas), quantidade recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
No Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nove em cada dez brasileiros consomem menos do que o indicado.
Cientistas acreditam que benefícios de frutas, verduras e legumes estão associados à complexa rede de nutrientes. Direito de imagem Thinkstock
Aune diz que as descobertas não mudam a recomendação dos especialistas.
"Nossas descobertas mostram claramente que devemos comer cinco porções de frutas, verduras e legumes por dia. Na verdade, há inclusive mais benefícios se você consumir mais do que isso".
Alison Tedstone, nutricionista-chefe da Public Health England, departamento de saúde do Reino Unido, afirmou que "a meta de consumo de cinco porções por dia é a fundação para uma dieta balanceada e saudável e uma maneira realizável para ajudar a prevenir um número de doenças".
"Enquanto consumir mais de cinco porções de frutas, legumes e verduras por dia é desejável...aumentar a pressão para ingerir mais desses alimentos cria uma expectativa irrealista".
Folhas verdes reduzem o risco de desenvolver câncer, diz estudo. Direito de imagem Thinkstock
Nem todos os 95 estudos que serviram de base para o levantamento foram analisados de modo a serem verificados outros aspectos do cotidiano dos participantes, como os níveis de atividade física, que pode ter um papel no prolongamento da vida.
No entanto, Aune diz que as conclusões são "muito robustas".

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O GELO QUE ESQUENTA: OS ENGENHOSOS SEGREDOS DOS IGLUS



No norte do nosso planeta fica um dos lugares mais remotos e hostis: o Ártico, um ambiente onde é extremamente difícil sobreviver.
O iglu tem forma semiesférica e é construído pelos esquimós com blocos de gelo. Direito de imagem Thinkstock
No inverno, a região fica congelada durante meses que não parecem ter fim. E mesmo no verão, não há árvores e são muito poucas as plantas comestíveis.
Mesmo assim, alguns milhares vivem lá. São pessoas que dependem do conhecimento profundo do seu entorno e se equilibram constantemente numa linha tênue entre a vida e a morte.
Em Ilulissat, na Groenlândia, os inuítes - ou inuit, que são os membros da nação indígena esquimó que habitam as regiões árticas - costumam festejar todos os anos a volta do sol.
Depois de meses de escuridão, o astro volta a iluminar o céu aos 13 minutos da 13ª hora do 13º dia do mês de janeiro.
O calor do lugar
Os habitantes do Polo Norte não teriam a mínima chance de sobreviver sem um local onde se abrigar.
Ou seja: um iglu pode significar a diferença entre a vida ou a morte quando a temperatura é de 20 graus abaixo de zero.
Para fugir do frio extremo, uma casa de neve? Direito de imagem Pixabay
Os pais inuítes ensinam aos filhos ainda pequenos como construir essas casas tão peculiares.
Eles mostram, por exemplo, qual o tipo de neve deve ser usado e como cortá-la.
Depois, explicam como devem ser unidos os blocos de gelo para garantir que a casa não desabe.
Um iglu bem construído deve permitir a entrada da luz e ao mesmo tempo manter fora o vento gelado.
O passo a passo do iglu
Por ser feito com materiais que podem ser conseguidos com facilidade, o iglu é a casa perfeita para o Ártico.
Mas o que os torna ainda mais adequados são as características dos iglus tradicionais feitos em Igloolik, na região ártica do Canadá.

1. Neve
Comecemos com o básico: o iglu é feito de neve e mais nada.
E como em qualquer outra construção, a qualidade do material é importante.
A neve deve estar suficientemente seca e firme para ser manipulada e cortada com uma serra.
2. Isolamento térmico
Para proteger o iglu, os esquimós o cercam com neve na altura da primeira fileira de blocos.
Isso ajuda a manter a casa quente - considerando que "quente", neste caso, é relativo.
3. Plataforma
Onde dormir em um iglu?
Na cama, que é uma plataforma de neve com até 60 centímetros de altura.
Como o ar quente sempre sobe, com uma cama alta é possível aproveitar a parte mais aquecida do espaço, que fica próxima do teto.
Tradicionalmente, uma pequena lamparina a óleo ajuda a esquentar o ambiente, mas é preciso que ela esteja pendurada e não eleve muito a temperatura, pois as paredes podem começar a derreter.
Ao construir um iglu é importante deixar entrar luz e ar. Direito de imagem Thinkstock
4. Duto de ventilação
É preciso fazer um pequeno buraco a mais ou menos três quartos da altura do iglu.
Isso vai funcionar como um duto de ventilação, que deixa entrar o ar fresco.
Outra função importante do duto é manter o interior do iglu seco, servindo como saída para o vapor produzido pela respiração dos moradores.
5. Entrada
A entrada é um túnel que começa na parte interna da parede do iglu.
Esta é a parte mais fria, mas quando se chega à sala de estar a temperatura será mais alta.
6. Estrutura
O iglu é construído em espiral - o primeiro círculo de blocos é disposto ligeiramente inclinado para o interior.
Uma vez completada essa parte, é esculpida uma inclinação na parte de cima dos blocos para que as camadas seguintes formem uma espiral, como acontece quando se descasca uma laranja com a faca de uma só vez.
Essa espiral é o que dá resistência ao iglu.
Em seguida é feito o teto, deixando apenas uma pequena abertura na parte de cima da espiral.
Por último, basta apenas cortar um pedaço de neve no formato da abertura e fechar o iglu.