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domingo, 18 de setembro de 2011

CNC DESENVOLVE NOVO TRATAMENTO PARA CANCÊR DA MAMA


Novidade terapêutica consegue impedir que tumor invada outros tecidos
Uma equipe liderada pelo investigador João Nuno Moreira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), desenvolveu “uma nova estratégia para o combate ao cancer da mama”.
João Nuno Moreira, investigador
O estudo, recentemente publicado online na revista «Breast Cancer Research and Treatment», desenvolve “uma nano partícula capaz de se associar às células de câncer da mama e às endoteliais dos vasos sanguíneos do tumor”.
Esta “nova possibilidade terapêutica” consegue “impedir que o tumor invada outros tecidos”, explicou João Nuno Moreira, sublinhando que se trata de um meio que “pode ter um impacto muito grande na recorrência da doença”.
“Ao conseguir impedir-se que o tumor invada outras células, reduz-se enormemente" essa possibilidade, segundo afirmou o especialista, que tem “grande expectativa” em relação ao “potencial terapêutico” desta descoberta. No entanto, o investigador sublinhou ainda que “o câncer é uma doença com muitas causas e muito complexa” e esta é apenas uma das “várias frente de ataque” que ela exige. Mas, os resultados agora publicados pela equipe por si liderada “são um avanço muito significativo na terapia do câncer da mama”, acredita João Nuno Moreira.
“Esta é uma nova geração de nano partículas" que, para além de “um aumento efetivo da eficiência terapêutica” - através da "diminuição da recorrência tumoral” -, também podem atuar ao nível da prevenção dos “efeitos secundários associados à quimioterapia”, salientou o investigador do CNBC e da Faculdade de Farmácia de Coimbra.
Cancêr da Mama
Num modelo animal do câncer da mama, “o medicamento (doxorrubicina) contido na nano partícula atingiu rapidamente e em elevada dose o tumor”, disse João Nuno Moreira, referindo que os ensaios, entretanto, já efetuados em tumores depois de extraídos da mama apresentaram igualmente resultados que justificam a “grande expectativa” com que a descoberta está a ser encarada.
Desenvolvido, “desde 2004/05, por uma equipe de nove investigadores”, ligados ao CNBC, às faculdades de Farmácia das universidades de Coimbra e de Lisboa, ao IPO (Instituto Português de Oncologia) de Coimbra e à Faculdade de Medicina de Lisboa, a nova nano partícula só deverá reunir as condições para iniciar testes em humanos daqui a cerca de três anos, admitiu João Nuno Moreira. A investigação foi inteiramente realizada pelo referido grupo de especialistas, “em laboratórios nacionais”.

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