Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

domingo, 8 de janeiro de 2012

FUNÇÃO DA FEBRE EM NOSSO ORGANISMO - UM MECANISMO DE DEFESA

Quando a febre aparece, algo vai mal. É um sinal de doença que pode vir acompanhado de calafrios, dor de cabeça e outros sintomas pouco agradáveis, mas ela tem sua função. A temperatura corporal varia normalmente em função de diferentes fatores e isso não significa que haja febre. O horário influi, de modo que costuma ser mais alta pela tarde que durante a madrugada, mas tal oscilação é inferior a 0,5ºC.
As mulheres, com a ovulação, experimentam uma variação da temperatura de entre 0,3ºC e 0,5ºC que se mantém até a menstruação. Além disso, as diferentes partes do corpo apresentam temperaturas ligeiramente diferentes. As mais altas estão no centro e as mais baixas nas partes mais separadas do corpo como mãos ou pés.
A febre ou pirexia, é a elevação da temperatura do corpo humano
para cima dos limites considerados normais (36 a 37,4 °C)
"A temperatura que nos interessa é a central, pois é a dos órgãos vitais como cérebro, coração, pulmões e rim. É a que se tenta medir", explica José María Molero García, médico de família e membro do Grupo de Infecções da Sociedade Espanhola de Medicina de Família e Comunitária.
Segundo José María, a temperatura central oscila entre 36,5ºC e 37,5ºC. No entanto, a temperatura normal do corpo pode variar levemente de uma pessoa para outra. "A febre é o aumento da temperatura corporal central acima dessas variações diárias consideradas como normais", explica o médico.
Pode ser medida na boca, na axila ou no ânus. Assim, se considera que há febre quando a temperatura oral alcança ou supera os 37,8ºC. Este número é de 38ºC quando se trata de temperatura axilar e de 38,5ºC para a retal.
José María afirma que é mais confiável medir a temperatura na boca ou no reto que na axila, mas desaconselha tomá-la em várias áreas e comparar os resultados. "A febre é um sinal de doença e costuma ser acompanhada de outros sintomas", assinala o médico. Dor de cabeça, dores musculares, calafrios e convulsões são os mais frequentes.
Quando a febre dura menos de uma semana, o mais habitual é que seja causada por uma infecção seja esta virótica, bacteriana ou por fungos. Mas também pode se dever a certos remédios. Além disso, a cocaína pode causar febre.
O exercício extenuante ou algumas situações fisiológicas como a ovulação e a gravidez também podem originar febre aguda.
Por outro lado, a metade dos casos de febre prolongada, a que dura mais de duas ou três semanas, se deve a infecções crônicas como tuberculose, mononucleose, aids e malária, entre outras. Também pode ser causada por infecções dos ossos, abscessos abdominais, retais ou hepatite.
Um quinto dos casos de febre duradoura responde a diferentes tipos de tumores e outra quinta parte tem sua origem nas doenças inflamatórias reumatológicas do colágeno e dos vasos sanguíneos. Mas esta febre mais prolongada também pode acontecer por outras causas como a inflamação intestinal e a tireoidite, detalha o especialista.
"A febre é um mecanismo de defesa do organismo e não é prejudicial em si mesma", diz José María. O médico explica que, perante um processo patológico, o hipotálamo ajusta o mecanismo de regulação da temperatura a um nível superior ao normal.
O fator que desencadeia esta reação é a presença no sangue de uma série de substâncias chamadas pirógenos. Tais substâncias podem ser produzidas tanto pelos germes que nos infectam como por nossas células de defesa perante as infecções.
“A febre estimula os mecanismos de defesa do corpo contra a infecção", ressalta José María. De fato, a febrícula, a temperatura entre 37ºC e 38ºC, é benéfica pois ajuda os mecanismos de defesa dos glóbulos brancos.
O médico destaca que a febre "não favorece o crescimento dos germes pois a maioria se desenvolve melhor a temperaturas inferiores a 38ºC".
“Embora a febre seja para nós um sinal de que poderia estar acontecendo uma batalha no corpo, tal febre está lutando a favor da pessoa e não contra ela", comentam os especialistas do Centro Médico da Universidade de Maryland.
Fonte: EFE

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