Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

segunda-feira, 28 de maio de 2012

REAÇÃO EM CADEIA LEVA A MORTE DE CORAIS

Equipe internacional descobre passos que levam a destruição dos recifes de corais
A depleção de oxigênio e a acidez do meio ambiente criam uma reação em cadeia que leva à morte dos corais. Investigadores do Max Planck Institute para a Microbiologia Marinha, em Brema (Alemanha) em colaboração com colegas australianos, italianos e do Sultanado de Omã estudaram como é que estes animais marinhos morrem quando expostos à sedimentação.
Miriam Weber mediu as concentrações de oxigênio.
(Crédito: C. Lott/HYDRA Institute/Max Planck)
A formação de recifes de corais cobre a superfície das regiões tropicais costeiras, a 30 graus do Sul e Norte do Equador. Os pólipos de coral constroem os esqueletos de carbonato que se formam nos recifes há centenas de milhares de anos. A fotossíntese das algas simbióticas dentro dos pólipos produz oxigênio e carbo-hidratos de dióxido de carbono e água, alimentando-os ao mesmo tempo.
Desde os anos 80 que o processo de descoloração está em estudo: temperaturas elevadas de um para três graus induzem as algas a produzir toxinas. Os pólipos reagem expelindo as algas e o recife de corais vai perdendo a cor. Sem uma relação simbiótica o coral apenas sobrevive algumas semanas.
As zonas costeiras com excesso de erosão e onde os rios expelem sedimentos orgânicos para o mar, são prejudiciais para os corais, já que podem morrer rapidamente quando exposto à sedimentação. Miriam Weber, cientista do Max Planck Institute, explica que “a combinação de depósitos de sedimento e elevada matéria orgânica com microrganismos pode causar a morte súbita de corais”. A investigadora refere ainda que para conseguirem “controlar estes parâmetros físicos, químicos e biológicos realizaram várias experiências, no Instituto Australiano para as Ciências Marinhas, em condições controladas em grandes contentores, para que pudessem imitar o habitat natural”.
Três recifes de corais em estudo na costa australiana.
(Crédito:M. Weber/HYDRA Institute/Max Planck)
Três fases do desgaste
A equipe conseguiu assim recriar os passos que levam à deterioração dos corais. O primeiro verifica-se quando uma camada de dois milímetros de sedimento enriquecida por compostos orgânicos cobre os corais, a luz é bloqueada e leva as algas a parar a sua fotossíntese.
Na segunda fase, se os sedimentos forem organicamente enriquecidos, a digestão do material orgânico através da atividade microbial reduz concentrações de oxigênio e a este ponto, outros micróbios vão assumir a digestão de grandes compostos de carbono por fermentação e hidrólise, baixando o pH.
Já na última fase do processo, a falta de oxigênio e as condições de acidez prejudicam de forma irreversível pequenas áreas de tecido de corais. A matéria morta é digerida por micróbios que produzem sulfito de hidrogênio, um composto que é altamente tóxico para os corais restantes. Aquilo que resta da superfície de corais coberta por sedimento é morto em menos de 24 horas.
Fonte: Ciência Hoje

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