Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

segunda-feira, 4 de junho de 2012

OS CAÇADORES DE MEL DO NEPAL

O povo Rai, do Nepal, arrisca sua vida para coletar mel da Apis laboriosa, a maior abelha do mundo. O fotógrafo francês Eric Tourneret explica que o mel é um dos mais valiosos que existem e, por este motivo, não é vendido. Os nepaleses acreditam que nele existem propriedades terapêuticas, apesar de também ter poder tóxico, e dividem o produto entre os vilarejos da região.
Para coletar o valioso mel, homens escalam alturas de mais de 70 m sem sofisticados equipamentos de segurança na tentativa de chegar à abelha himalaia.
"É um trabalho muito perigoso e muitos já morreram executando-o", diz o fotógrafo, que acompanhou os Rai em uma jornada no vale Bung, no nordeste do Nepal. Enquanto um dos homens sobe para derrubar a colmeia com uma vara - segurando-se apenas na escada de bambu -, os outros ficam no chão para coletá-la.
"Apesar de ser uma atividade perigosa, nenhum dos homens parece intimidado em subir (a escada); foram ensinados por seus pais e seus avós", diz o fotógrafo. A prática, porém, torna-se cada vez mais rara à medida que as abelhas se aproximam da extinção.
Fonte: BBC
Para a maioria de nós, um pote de mel está apenas um supermercado de distância. Mas para o povo Rai do Nepal, recolher o mel envolve uma escalada desafiando a morte em escadas e cordas feitas por eles - e uma missão de quatro horas para extrair o precioso néctar nas montanhas do Nepal.
 
Para piorar a situação, os audaciosos caçadores estão sob ataque das abelhas Apis laboriosa, a maior de todas abelhas melíferas do mundo, enquanto empoleiram-se a 80 metros de altura do lado de um penhasco.

O fotógrafo francês Eric Tourneret, 47 anos, que acompanhou um grupo em uma viagem disse: "É um trabalho muito perigoso. Muitas pessoas morrem ao fazê-lo".
Eles usam varas de bambu afiadas para cortar o favo de mel antes de deixá-lo cair no chão para outros membros recolherem. Sua única proteção contra quedas é amarrar seus pés em escadas improvisadas de bambu.
Esse tipo de mel tem um valor alto, mas as pessoas das aldeias preferem não negociá-lo, acreditando que ele tem poderes terapêuticos.
SAIBA MAIS SOBRE AS ABELHAS
Abelha é a denominação comum de vários insetos pertencentes à ordem Hymenoptera, da superfamília Apoidea, aparentados das vespas e formigas. O representante mais conhecido é a Apis mellifera, oriunda do Velho Mundo, criada em larga escala para a produção de mel. As espécies de abelhas nativas das Américas (Novo Mundo) não possuem ferrão.
Classificação zoológica
Reino: Animalia
Classe: Insecta
Ordem: Himenóptera
Sub-ordem: Apócrita
Família: Apidae
Sub-família: Apinae
Super-família: Apoidea
Tribo: Apini
Gênero: Apis
Espécie: Mellifera
A Colmeia
Uma colônia é constituída por cerca de 60.000 a 80.000 operárias, 1 rainha e de 0 a 400 zangões. As abelhas operárias tem origem num ovo feminino fecundado igual ao da rainha, a diferença ocorre com relação a alimentação e o berço, no caso da operária a larva só recebe geléia real até o terceiro dia de vida. Elas realizam todo trabalho na colmeia, obedecendo uma divisão de trabalho regulada pela idade. Durante o segundo e terceiro dia de vida as operárias se dedicam a limpeza dos alvéolos; a partir do quarto dia desempenham a sua mais importante tarefa: a de preparar e cuidar da alimentação das larvas, recebendo o nome de abelhas nutrizes. Do décimo quarto ao décimo oitavo dia, se dedicam a produção de cera e à construção dos favos, são também as que determinam a saída do enxame e abandono de moradia; do décimo nono ao vigésimo dia ficam de sentinelas no alvado, com finalidade de defender a colmeia de qualquer invasor. A partir do vigésimo primeiro dia até a morte, por volta do quadragésimo segundo dia, as abelhas iniciam os trabalhos fora da colmeia, coletando néctar, pólen, resinas e água, e recebem o nome de abelhas campeiras.
Os zangões nascem de óvulos não fecundados, e são bem maiores que as operárias. Não possuem órgão de defesa e nem apêndices de trabalho, por isso suas atividades de restringem unicamente a comer e ficar esperando pelo vôo de fecundação de uma rainha virgem. Possuem órgãos sensoriais extremamente desenvolvidos e podem sentir a presença de uma rainha virgem numa distância de até 16 km. Tem liberdade para circular pelas colmeias do apiário, entretanto quando falta alimento, são expulsos e ficam no alvado até morrer de frio. Quando conseguem fecundar uma rainha, morrem com a prolotação dos seus órgãos sexuais.
A rainha é a única abelha cujos órgãos estão completamente desenvolvidos, isso porque ela é criada numa célula especial, a realeira, e ao contrario das operárias recebem geléia real durante toda vida larvária e adulta. No vôo nupcial chega a copular com 10 a 20 zangões e uma vez iniciada a postura pode colocar mais 3.000 ovos por dia. É responsável pela união da família, através da emissão constante de um feromônio, produzido pela glândula de Thanassof.
Raças de abelhas existentes no mundo:
Região do Mediterrâneo Central e Sul Europeu:
Apis Ligústica
Apis Carnica
Apis Macedônia
Apis Sicula
Apis Cecropia
Região do Mediterrâneo e Norte Europeu:
Apis Mellífera
Apis Ibérica
Apis Sachariensis
Apis Intermissa
Região Meio Oeste Europeu:
Apis Meda
Apis Adami
Apis Cypria
Apis Caucássica
Apis Armênica
Apis Anatolia
Região da África:
Apis Intermissa
Apis Major
Apis Adansonii
Apis Unicolor
Apis Capensis
Apis Monticola
Apis Scutelata
Apis Yementica
Apis Litorea
Região da Ásia:
Apis Koschevnikovi
Apis Nuluensis
Apis Nigrocincta
Apis Dorsata
Apis Laboriosa
Apis Florea
Apis Anderniformis
Subespécies da Apis cerana:
Apis Cerana
Apis Indica
Apis Japônica
Apis Himalaya

Não existem abelhas do Gênero Apis nativas do continente americano, entre as raças citadas, as mais comuns e exploradas são:
Apis mellífera mellífera
Tem sua origem no Norte e Oeste dos Alpes Europeus e na Rússia Central, são conhecidas popularmente como abelhas do Reino, da Europa ou abelha preta. Antes da introdução das abelhas africanas era a raça predominante no Brasil, são grandes com abdômen largo, coloração preta e peludas. Quando puras, são mansas, pouco enxameadeiras e resistentes ao inverno, o cruzamento com italianas produz híbridos agressivos porém bastante produtivos.
Apis mellífera ligustica
Conhecida como abelha italiana é a raça mais criada no mundo. É do mesmo tamanho que a abelha preta e possui o corpo coberto de pelos amarelos compridos, mais acentuados nos três primeiros anéis abdominais. No zangão, a coloração é mais pronunciada e uniforme em todo o corpo. São bastante mansas e pouco enxameadeiras e a rainha é de fácil localização, o que facilita o manejo por parte o apicultor. Produzem opérculos de cor clara e se reproduzem bem, entretanto são pilhadoras na época da florada.
Apis mellifera adansonni
É originária do continente africano. São de porte pequeno e constroem células menores, os zangões são amarelados assim como as operárias. São agressivas, enxameadeiras e migratórias, entretanto são propolizadoras, produtivas nas linhagens selecionadas, madrugadeiras e trabalham até mais tarde. Foi introduzida no Brasil na região de Rio Claro-SP em 1956 para fins científicos e acabou escapando, e no cruzamento com as raças européias aqui existentes, produziu um híbrido que passou a ser chamado de abelha africanizada. Bastante produtivo e ao mesmo tempo muito agressivo, se alastrou rapidamente por todo o continente, sem meios de extermina-los os apicultores se uniram associações com o objetivo de controla-lo e utiliza-lo como excelente produtor de mel. Assim com o desenvolvimento de novas técnicas e a utilização de medidas de segurança, foi possível obter um boa produção de mel e houve um desenvolvimento acentuado na apicultura em nosso País.
Apis mellifera carníca
É originária dos Alpes Austríacos e da Iugoslávia. Possuem anéis cinzas e são populares no Sul do Brasil, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Estão quase extintas no Brasil, dominadas pelas africanizadas.
Apis mellifera caucásica
É originária da região central da Rússia. Possuem anéis cinzas acentuados, são pouco enxameadeiras e boas propolizadoras. Não são muito difundidas no Brasil.
Fonte: WIESE, Helmuth. Apicultura-novos tempos. 2000.

Um comentário:

  1. achei o programa apresentado pela discovery channel maravilhosa,obra em conjunto de fotógrafos corajosos e do fearless chef,o valente chef gastronômico keniano kiran jethwa,e sua brilhante atuação,acompanhando os caçadores (coletores) do precioso mel silvestre;adorei a matéria,parabéns a todos!!!

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