O
citomegalovírus (CMV) é um tipo muito comum de vírus do herpes. Estima-se que
cerca de 70% da população carregue o CMV no corpo, e, embora ele geralmente não
cause a doença, pode diminuir até 3,7 anos da expectativa de vida. A boa
notícia é que pela primeira vez cientistas conseguiram remover esse vírus da
corrente sanguínea.
Em
pessoas com sistema imunitário enfraquecido, o vírus pode causar adoecimento
grave e até mesmo cegueira. Se uma pessoa com essas condições precisar de um
transplante de medula óssea, há grandes chances de o único doador disponível
carregar o CMV, o que é extremamente frequente.
Pesquisadores
encontraram a solução para este problema com a utilização de uma droga que é
usada no tratamento do câncer, a vincristina.
Citomegalovírus (CMV) é um tipo de vírus do herpes |
Pesquisa
Quando o
CMV está dormente, ele expressa um amontoado de genes, entre eles o UL138. Para
investigar o que esse gene em específico faz com as células, pesquisadores da
Universidade de Cambridge (Reino Unido) o cultivaram junto com células humanas
saudáveis na presença de aminoácidos marcados – as matérias-primas usadas para
a produção de proteínas. Depois, os pesquisadores usaram espectrometria de
massa para identificar como o UL138 alterou a expressão de proteínas nas
células.
“Sabemos
que o vírus remodela a superfície da célula, por isso nos perguntamos: quais
são as proteínas na superfície da célula e como o CMV as altera?”, explica Paul
Lehner, que coordenou a pesquisa.
No
estudo, o citomegalovírus diminuiu a produção de uma proteína chamada MRP1, que
bombeia elementos químicos tóxicos para fora das células – incluindo a
vincristina, um remédio usado contra o câncer.
Tratamento
Os
pesquisadores perceberam que, como as células infectadas não poderiam eliminar
a vincristina, talvez a droga pudesse matar o vírus. E foi realmente isso que
aconteceu, quando a equipe colheu amostras de sangue com CMV de 15 voluntários
e as tratou com a droga. O vírus foi drasticamente reduzido e desapareceu, em
alguns casos.
Pesquisadores
apontam que a vincristina pode ter efeitos secundários graves, por isso é
improvável que seja usada para acabar com o citomegalovírus em pessoas
saudáveis. No entanto, a droga poderá ser usada para tratar o sangue do doador
de medula óssea antes de transplantes.
Fonte: NewScientist
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