Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

sexta-feira, 25 de maio de 2012

ESTUDO DIVULGA QUE PRODUZIR 1 KG CARNE NO BRASIL PRODUZ TANTO CO2 COMO TRANSITAR 1,6 MIL KM DE CARRO


A produção de um quilo de carne bovina no Brasil pressupõe o gasto de 335 quilos de dióxido de carbono (CO2), exatamente a mesma quantidade consumida em uma viagem de 1,6 mil quilômetros em um automóvel europeu médio.
Especialistas da Áustria e Holanda chegaram a essa conclusão em um recente estudo, cujos resultados foram divulgados nesta quinta-feira pela agência "APA".
No caso da carne de vaca produzida nos Países Baixos, um quilo equivale a 111 quilômetros de automóvel, pois nas duas situações o CO2 emitido é de 22 quilogramas.
Kurt Schmidinger, da Universidade de Viena, e Elke Stehfest, da agência "PBL Netherlands Environmental Assessment Agency", desenvolveram um sistema especial para fazer estabelecer o custo climático dos alimentos.
A maior inovação nestes cálculos é que, além das emissões na produção dos alimentos, o estudo também contabiliza a superfície do pasto para os animais, um fator ignorado até agora, apesar de ser considerado central para a mudança climática.
A razão é que os gramados de grandes superfícies impedem o desenvolvimento de florestas e plantas naturais, que por sua vez atuam absorvendo CO2 da atmosfera, o que combate o efeito estufa.
Segundo os especialistas, a produção de alimentos vegetais é a menos nociva para o meio ambiente.
Fonte: EFE
atual situação de devastação causada pela pecuária
DADOS QUE VOCÊ DEVE SABER
1 – Em 2009 os dados eram: Para cada quilograma de carne bovina produzida são emitidos 13 quilogramas de CO2 equivalente. Isso significa que, ao se alimentar com um quilo de bife, emitia-se a mesma quantidade de gases de efeito estufa de um vôo de 100 quilômetros (O Rastro da Pecuária na Amazônia – relatório do Greenpeace);
2 – Em um hectare, que poderia render 22.500 kg de batata ou outra hortaliça, são produzidos 185 kg de carne. Além disso, o consumo de água é impressionante. Para cada quilo de carne produzido, são necessários 20 a 30 mil litros de água (Fazer churrasco é ruim para o meio ambiente? – matéria da revista Galileu).
O grande problema ambiental da produção de gado o desmatamento necessário 
para a sua produção.
O boi não é só carne
O primeiro ato falho, dessas duas afirmações, está no fato de relacionar a produção de CO2, a ocupação de área e o consumo de água por parte dos bovinos apenas à produção de carne. O boi, como qualquer fornecedor de insumos agropecuários, pecuarista ou profissional da indústria frigorífica sabe, é uma verdadeira fábrica de matéria-prima.
Um bovino adulto, ao ser abatido, gera mais ou menos 202 quilos de carne; 48 quilos de miúdos; 40 quilos de pele (couro); 27 quilos de farinha (de sangue e carne e ossos); 12 quilos de sebo; 0,25 quilos de bile, cálculo biliar e coisas do gênero; 1,22 quilos de pêlo de orelha, cascos, pêlo de rabo, etc. Esses derivados bovinos irão alimentar 49 segmentos industriais diferentes: energia, alimentação, nutrição animal, higiene e limpeza, farmacêutico, moveleiro, calçados, equipamentos de segurança e outros.
Vamos seguir apenas o couro, como exemplo. As indústrias calçadistas, moveleiras, automotivas e de artefatos diversos dependem do couro. As indústrias de gelatina, de cola e de dog toy dependem de subprodutos do couro (raspas e aparas). As indústrias de alimentação, as farmacêuticas e as de cosméticos usam a gelatina. E por aí vai. Quem quiser pode acessar um fluxograma simplificado dos derivados do abate no site do Serviço de Informação da Carne (SIC): http://www.sic.org.br/praqueserve.asp. Estava olhando agora essa figura e realmente me convenci de que a produção e o abate de bovinos é uma maneira bastante eficiente de se usar 30 mil litros de água ou 13 quilogramas de CO2. É bem melhor do que fazê-lo num ineficiente vôo de 100 quilômetros. Outra escorregada, relacionada à emissão de gases de efeito estufa pelosbovinos, está no fato de “análises” desse tipo nunca considerarem o sequestro de CO2 que é realizado pelas pastagens. Parece que só vale inserir o pasto, dentro do sistema de produção de carne, se é para tratar do desmatamento. Sequestro de carbono não conta.



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