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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

CONHEÇA O BIOCONCRETO, MATERIAL QUE FECHA AS PRÓPRIAS RACHADURAS


O concreto é o material mais consumido do mundo, atrás apenas da água, segundo o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável

A ideia soa tão atraente quanto a ficção científica: edifícios que fecham suas próprias rachaduras, como seres vivos curando suas feridas.
Para o cientista holandês Henk Jonkers, não se trata de um projeto fantástico, mas uma realidade muito concreta - literalmente.
Pesquisadores da Universidade Técnica de Delft, na Holanda, desenvolveram o que chamaram de bioconcreto, um material literalmente vivo e capaz de regenerar construções desgastadas.
"Nosso concreto vai revolucionar a maneira como construímos, pois nos inspiramos na natureza", disse Jonkers, por ocasião de receber o prêmio de melhor europeu inventor em 2015 .
Pesquisadores acreditam que o bioconcreto possa fortalecer estruturas e assim reduzir o potencial de estrago causado por terremotos
Mais do que inspirado na natureza, o bioconcreto é feito dela. É que as propriedades extraordinárias do material se devem à presença de bactérias.
Duras de matar
Para preparar o bioconcreto, os cientistas misturam concreto tradicional com colônias da bactéria Bacillus pseudofirmus, que em seu estado natural pode habitar ambientes tão hostis quando crateras de vulcões ativos.
"O surpreendente é que essas bactérias formam esporos e podem sobreviver por mais de 200 anos nos edifícios", diz Jonkers.
A essa mistura acrescenta-se lactato de cálcio - alimento das bactérias - e o material está pronto.
Sem oxigênio e em estado latente, as bactérias que compõem o bioconcreto podem permanecer vivas por séculos, dizem cientistas
Quando aparecem fissuras nos edifícios construídos de bioconcreto, as bactérias que aí habitam ficam expostas aos elementos físicos, principalmente água.
A umidade que penetra nas fissuras "acorda" os microorganismos, que começam a consumir lactato de cálcio e, como produto final da digestão, produzem calcário.
O calcário repara as rachaduras no bioconcreto em apenas três semanas.
Economia de custo
"Não há limite para a extensão da rachadura que o nosso material pode reparar. Pode ser de centímetros a quilômetros", diz Henk Jonkers.
Para a rachadura em si, no entanto, há um limite: a fissura não pode ser mais larga que 8 milímetros.
Material pode reparar rachaduras de qualquer extensão, desde que não tenham uma abertura maior que oito milímetros
Ainda assim, o bioconcreto pode economizar bilhões de dólares na manutenção de estruturas como paredes de edifícios, pontes ou barragens.
Segundo a HealCon, organização que pretende promover o uso de novo material, só na Europa são gastos anualmente US $ 6,8 bilhões (mais de R$ 22 bilhões) para reparar edifícios enfraquecidos.
"Apesar de ser mais caro que o concreto tradicional, o benefício econômico é perceptível, pois economiza em custos de manutenção", disse o cientista ao jornal britânico The Guardian
Henk Jonkers afirma que o material já foi empregado na construção de canais de irrigação no Equador, país altamente sísmico.
Material pode ser usado em obras monumentais, como a terceira ponte sobre o estreito de Bósforo na Turquia - mas a que custo?
O material também seria uma esperança para prédios antigos e cheios de rachadura, susceptíveis a colapsar mesmo com tremores de terra leves.
A técnica forma a base de um spray, também desenvolvido pela Universidade Técnica de Delft, que usa os mesmos princípios e pode ser aplicado diretamente sobre pequenas rachaduras.
Teste do mercado
Mas apesar da visão tentadora de edifícios capazes de se autorreparar, o bioconcreto ainda precisa superar o teste mais duro de todos: do mercado.
Cidades grandes, como a Cidade do México, combinam construções novas com edifícios antigos e fragilizados
O custo do novo produto poderia elevar demasiadamente o valor de grandes projetos de infraestrutura.
Segundo o Guardian, enquanto o metro cúbico de concreto tradicional custa pouco menos de US$ 80 (R$ 260), o novo material passaria dos US$ 110 (R$ 360) - um acréscimo de quase 40%.
Para ser bem sucedido, essa conta é agora a principal lacuna que o bioconcreto deve fechar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

POR QUE A ITÁLIA É TÃO SUSCETÍVEL A TERREMOTOS?


Tremor de 6.2 de magnitude atingiu região central do país na madrugada desta quarta-feira, deixando mortos e feridos

A Itália sofreu na madrugada desta quarta-feira o terremoto mais intenso desde 2009. O tremor de magnitude 6.2 deixou pelo menos 73 mortos e mais de 150 desaparecidos, além de milhares de desabrigados.
Mas abalos de grande intensidade fazem parte da rotina de quem vive ao longo da cordilheira dos Apeninos ─ o último do tipo aconteceu há quatro anos, em 2012, em Medolla, no norte do país, e deixou ao menos 17 mortos.
Por quê?
Segundo dados disponibilizados pela agência governamental americana que monitora desastres naturais, desde 2000 a Itália registrou 12 terremotos de grande intensidade.
A atividade sísmica na região mediterrânea é resultado do grande atrito entre as placas tectônicas da África e da Eurásia. Mas há mais detalhes a serem levados em conta no terremoto da madrugada desta terça-feira.
O Mar Tirreno, no oeste da Itália, entre o continente e as ilhas da Sardenha/Córsega, está se abrindo aos poucos, cerca de 2 cm por ano.
Cientistas dizem que isso vem contribuindo para o "racha" ao longo dos Apeninos. Segundo alguns especialistas, essa pressão é agravada pelo movimento da crosta terrestre no leste, no Mar Adriático, que estaria se movendo para debaixo da Itália.
O resultado é um grande sistema de falhas que percorre toda a extensão da cadeia montanhosa, com uma série de falhas menores aos lados.
Cidades como Perugia e Áquila estão localizadas em cima dessas falhas.
Agora, imagens de satélites que serão tiradas da região dos Apeninos nos próximos dias ajudarão a mapear a área do terremoto. Essas fotos serão comparadas a imagens espaciais anteriores ao tremor de terça, para que se possa avaliar qual foi o movimento das rochas.
Isso ajudará os cientistas a entender precisamente onde e como foi o atrito das placas tectônicas, informação que pode ajudar os especialistas a entender se todo o estresse do choque foi liberado ou se foi acumulado em placas próximas.
Histórico
Apesar de ser mais suscetível a terremotos, a Itália não sofria um tremor de grande intensidade havia quatro anos.
Em maio de 2012, dois abalos ─ de 5.8 e 6.1 de magnitude ─ atingiram o norte do país.
Mas o pior tremor a atingir a Itália recentemente aconteceu em Áquila, em 2009.
Naquele ano, um terremoto de 6.3 de magnitude arrasou a cidade, deixando mais de 300 mortos e outros 1,5 mil feridos. Outras 65 mil pessoas ficaram desabrigadas.
O de maior intensidade de que se tem registro no país ocorreu no início do século passado, em 1905, segundo o monitoramento americano. Foi quando 557 pessoas morreram após um tremor de 7.9 de magnitude atingir as comunas de Monteleone, Tropea e Nonte Poro.
Mas houve tremores ainda muito mais fatais. Um deles foi registrado em Nápoles, em 1980, com um saldo de 4.689 mortes.