Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

Sejamos proativos nas questões relacionadas às mudanças climáticas, pois não seremos poupados de seus efeitos devastadores a curto e longo prazo.
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sexta-feira, 23 de março de 2018

AS GÊMEAS QUE NASCERAM COM A COR DA PELE DIFERENTE – “PENSAM QUE SOMOS APENAS MELHORES AMIGAS”


Quando as duas eram pequenas, as pessoas as olhavam com espanto. Gêmeas bivitelinas e filhas de mãe inglesa e de pai com ascendência jamaicana, Marcia e Millie Biggs eram muito parecidas, exceto por um aspecto: a cor da pele. Uma era branca e loira e a outra, negra.
As gêmeas Marcia (à esq.) e Millie Biggs estampam a capa da edição de abril da revista americana | Foto: National Geographic/Reprodução
As meninas, hoje com 11 anos, estampam a capa da edição especial de abril da revista National Geographic, dedicada a debater como a raça "nos define, nos separa e nos une".
A foto é acompanhada dos dizeres: "Essas irmãs gêmeas nos fazem repensar tudo o que sabemos sobre raça".
"Quando eram bebês, as pessoas olhavam para elas no carrinho e perguntavam: 'Mas são gêmeas?'", diz a mãe, Amanda Wanklin, à revista. Ao ouvir a resposta afirmativa, ela ouvia de volta: "Mas uma branca e outra é negra". Ao que Wanklin respondia: "São os genes".
A mãe chama as meninas de "seu milagre de um em um milhão".
"Quando as pessoas nos veem, eles pensam que somos apenas melhores amigas", diz Marcia à publicação. "Quando descobrem que somos gêmeas, ficam meio chocadas porque uma negra e a outra, branca."
Eu preciso fazer um "photoshoot" como este novamente. 
“Bella e Brie estão ficando tão grandes e eu quero capturar cada segundo disso”.
Genes
Em uma gestação de gêmeos bivitelinos, cada óvulo é fecundado por espermatozoides diferentes. Assim, os bebês podem herdar características genéticas distintas, como a cor da pele.
A geneticista Alicia Martin diz à revista que não é tão raro que, quando um casal inter-racial tem gêmeos bivitelinos, um pareça mais com um dos pais do que o outro.
A especialista diz que cada traço herdado pelos gêmeos depende de inúmeras variáveis, incluindo de onde são os antepassados dos pais e a complexa genética que define a cor da pele.
Na internet, há outras crianças gêmeas de cor de pele diferente que fazem sucesso nas redes sociais. É o caso de Isabella e Gabriella, com mais de 50 mil seguidores na conta do Instagram da mãe, Clementina Shipley.
Univitelinos X Bivitelinos
Gêmeos verdadeiros na mesma placenta
A gravidez de gêmeos univitelinos é o resultado da fecundação de um óvulo por um espermatozoide, que posteriormente acaba sofrendo uma divisão. "Como a divisão é de um ovo, o material genético é idêntico. Obviamente que esses gêmeos, com o passar dos anos, vão sofrendo influência do meio ambiente, de modulações genéticas e vão se tornando um pouco diferentes, mas essas características intrínsecas vão permanecer", afirma.
Já a gravidez de gêmeos bivitelinos acontece em decorrência da fecundação de dois óvulos por dois espermatozoides que carregam material genético diferente um do outro, assim como o de um óvulo é diferente do outro.

diferença na gestação

Durante a gravidez é importante identificar, através da ultrassonografia, o tipo de gestação, pois a univitelina possui mais chances de má-formação de um dos gêmeos, complicações no parto, crescimento anormal de um dos gêmeos, transfusão sanguínea entre gêmeos (chamada síndrome de transfusão feto-fetal), morte de um dos gêmeos, de um gêmeo ficar maior que o outro, etc. "É um pré-natal mais especializado", diz.
Além disso, a gestação de gêmeos, no geral, sempre tem riscos maiores de pré-eclâmpsia, diabetes, parto prematuro, rompimento prematuro da bolsa, mais enjoo, cansaço, dor lombar, estrias e varizes. Ou seja, tudo fica potencializado, já que são dois bebês ocupando o mesmo espaço.
Geneticista afirma não ser tão raro, quando um casal inter-racial tem gêmeos bivitelinos, que um pareça mais com um dos pais do que o outro. Direito de imagem Getty Images

quinta-feira, 22 de março de 2018

NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA VEJA COMO 5 CIDADES DO MUNDO ESTÃO COMBATENDO A FALTA D'ÁGUA


O cenário não é dos melhores. Dois terços da humanidade vivem em regiões onde há escassez de água ao menos uma vez por mês, e nossa demanda por água deve aumentar 50% até 2030, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
China realiza transposição de água do sul para abastecer Pequim. Direito de imagem Reuters
Não é à toa que líderes presentes no Fórum Econômico Mundial no ano passado identificaram os recursos hídricos como o principal risco global nesta década.
Esses fatos tornam ainda mais urgente o apelo feito pela ONU hoje, quando é celebrado o Dia Mundial da Água.
A organização convocou governos, empresas e cidadãos a combater o desperdício e promover o reuso, inclusive daquela que hoje vai parar no esgoto sem qualquer tratamento.
A BBC Brasil identificou cinco iniciativas que buscam solucionar problemas de abastecimento. Confira a seguir:
Pequim: Transposição de água
A China está entre os 13 países listados pela ONU com grave falta d'água: com 21% da população mundial, o país tem apenas 6% da água potável do planeta.
Cerca de 400 cidades do país enfrentam obstáculos de abastecimento, e Pequim é uma delas: com uma população crescente, a capital já consome mais água do que tem disponível em seus reservatórios.
Além disso, diversos rios chineses secaram em decorrência de secas prolongadas, crescimento populacional, poluição e expansão industrial.
Para enfrentar a questão, a companhia de água de Pequim está apostando em um projeto multibilionário para redirecionar rios, o Projeto de Desvio de Água Sul-Norte.
O objetivo é mover bilhões de metros cúbicos de água do sul ao norte (mais árido) anualmente ao longo de uma distância superior à que separa o Oiapoque do Chuí (extremos do Brasil), a um custo que deve superar os US$ 60 bilhões (R$ 186 bilhões).
Perth (Austrália): Dessalinização
Perth é a "cidade mais seca" entre as metrópoles da Austrália. Segundo a presidente da Western Australia Water Corporation, Sue Murphy, as mudanças climáticas ocorreram mais rápido e antes do que era esperado no oeste do país.
"Nas últimas duas décadas, a água de nossos reservatórios foi reduzida para um sexto do que havia antes", disse.
A cidade construiu duas grandes estações para remover o sal da água coletada no oceano Índico e torná-la potável.
Grande parte do suprimento de água de Perth vem de "plantas" de dessalinização
Hoje, Perth obtém metade de sua água potável a partir do mar. Mas os ambientalistas criticam o processo por ser caro e demandar muita energia - os moradores sentiram o impacto em suas contas de água, que dobraram de valor nos últimos anos.
A cidade também está fazendo experimentos com o sistema Gnangara, sua maior fonte hídrica subterrânea. Por uma década, Perth injetou nos aquíferos subterrâneos a água que foi usada pela população, já tratada.
A água é filtrada naturalmente pelo solo arenoso e depois extraída para ser consumida pela população ou usada na irrigação agrícola. O teste foi considerado bem-sucedido, e um programa oficial foi estabelecido - sua meta é obter desta forma 7 bilhões de litros por ano.
"Com um clima mais seco, precisamos ser menos dependentes de chuva, por isso apoiamos estes projetos", disse Mia Davies, ministra de Água e Florestas do Leste da Austrália.
Ao mesmo tempo, houve uma campanha pelo uso racional da água, o que fez com que a demanda hoje seja 8% menor do que em 2003, apesar de a população ter crescido mais de 30%.
Nova York: Proteção de mananciais
Uma das maiores cidades do mundo, Nova York iniciou nos anos 1990 um amplo programa de proteção aos mananciais de água para prevenir a poluição nessas nascentes e, assim, evitar gastos volumosos com tratamento ou busca de novas fontes de abastecimento.
O projeto incluiu aquisição de terras pelo governo nas nascentes de água, com o objetivo de proteger sua vegetação e garantir que os lençóis freáticos continuassem a ser alimentados; assistência financeira a comunidades rurais nessa região em troca de cuidados com o meio ambiente; e mitigação da poluição nos mananciais.
Com isso, a cidade conseguiu ampliar em décadas a vida útil de seus mananciais. O programa também envolveu campanhas pela redução do consumo. Dados oficiais apontam que o consumo per capita da cidade era de 204,1 galões de água por dia em 1991 e caiu para 125,8 galões/dia em 2009.
Zaragoza (Espanha): Conscientização e metas
Secas severas nos anos 1990 deixaram milhões de espanhóis temporariamente sem água. Mas um relatório da Comissão Europeia aponta que o maior problema no país não costuma ser a falta de chuvas, e sim "uma cultura de desperdício de água".
A cidade de Zaragoza, no norte, encarou o problema com uma ampla campanha de conscientização em escolas, espaços públicos e imprensa pelo uso eficiente da água e o estabelecimento de metas de redução de consumo. Dos cerca de 700 mil habitantes, 30 mil se comprometeram formalmente a gastar menos água.
A estratégia incluiu incentivos para a compra de aparelhos domésticos econômicos (chuveiros, vasos sanitários, torneiras e máquinas de lavar louça eficientes, cujas vendas aumentaram em 15%); melhoria no uso da água em edifícios e espaços públicos, como parques e jardins; e cuidados para evitar vazamentos no sistema.
A meta estabelecida em 1997, de cortar o consumo doméstico de água em mais de 1 bilhão de litros água em um ano, foi atingida. Antes da campanha, diz a Comissão Europeia, apenas um terço das casas de Zaragoza praticava medidas de economia de água; ao final da campanha, eram dois terços. O consumo total caiu mesmo com o aumento no número de habitantes.
"O projeto mostrou que é possível lidar com a falta d'água em um ambiente urbano usando uma abordagem economicamente eficiente, rápida e ecológica", disse o 2030 Water Resources Group, consórcio que reúne ONGs, governos, ONU e empresas em busca de soluções ao uso da água no mundo.
Cidade do Cabo (África do Sul): Guerra ao desperdício
Khayelitsha, a 20 km da Cidade do Cabo, é uma das maiores "townships" (como são chamadas as comunidades carentes sul-africanas) do país, com 450 mil habitantes.
No início dos anos 2000, uma investigação descobriu que cerca de uma piscina olímpica era perdida por hora por causa de vazamentos em sua rede de água.
Bairro próximo à Cidade do Cabo fez enorme economia de água ao reformar encanamento.  
Direito de imagem Thinkstock
A principal fonte de desperdício eram os encanamentos domésticos, muitos dos quais deficientes e incapazes de resistir alta à pressão de bombeamento da água.
Com isso, aumentavam o consumo de água e também a inadimplência, já que muitas pessoas não conseguiam pagar as contas mais caras. Além disso, a Cidade do Cabo vive sob constante ameaça de falta d'água.
Um projeto-piloto de US$ 700 mil, iniciado em 2001, funcionou em duas frentes: a reforma de encanamentos ruins e a redução da pressão da água fornecida ao bairro, para evitar os vazamentos.
Segundo um relatório do governo da Cidade do Cabo, o projeto custou menos de US$ 1 milhão e o investimento foi recuperado em menos de seis meses.
Com a iniciativa, aliada a uma campanha de conscientização para evitar desperdícios, Khayelitsha conseguiu economizar 9 milhões de metros cúbicos de água por ano, equivalente a US$ 5 milhões, segundo o consórcio 2030 Water Resources.