Uma
solução eficaz para apagar tatuagens na pele pode estar no próprio corpo
humano.
É o que
indica uma descoberta feita por cientistas franceses quase acidentalmente, já
que este não era o objetivo principal de sua pesquisa.
Descoberta pode facilitar a interrupção do processo orgânico que mantém
a tatuagem na pele. Direito de imagem Getty Images
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Hoje,
aqueles que desejam apagar os desenhos na pele têm poucas opções - basicamente
tratamentos com raios laser que não são totalmente eficazes e, em geral, são
bastante dolorosos.
Mas os
macrófagos, um tipo de célula de defesa do organismo, podem se revelar uma
melhor alternativa.
Os macrófagos ingerem e destroem bactérias e células frágeis Direito de
imagem Getty Images
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As células
que comem
Os
macrófagos fazem parte do sistema imunológico e estão nos nossos tecidos.
Essas
células são capazes de ingerir e destruir bactérias e células danificadas a
partir de um processo chamado fagocitose. E, segundo pesquisas recentes, os
macrófagos são atraídos pela ferida que dá lugar à tatuagem e "comem"
os pigmentos de tinta como fariam com um agente a ser eliminado.
Mas,
apesar das tatuagens a princípio durarem para sempre, o mesmo não acontece com
estas células que contêm seus pigmentos. Ao morrer, os macrófagos deixam como
"herança" tais pigmentos, que são então incorporados pela nova
célula.
Assim, a
tinta das tatuagens é mantida por uma sequência infindável: quando um dos
macrófagos morre e libera os pigmentos de cor, outro aparece semanas depois e
ingere o material.
"O
fato de um macrófago suceder o outro explica por que as tatuagens ficam na
pele", explica Sandrine Henri, uma das pesquisadoras do Centre
d'Immunologie de Marseille-Luminy que participou do estudo, publicado neste mês
no periódico Journal of Experimental Medicine.
Novo método
à vista?
Mas se
esse processo é interrompido a tempo, as células que substituem aquelas mortas
não conseguem capturar os pigmentos da tatuagem.
"Isso
aumenta a possibilidade de que o sistema linfático se desfaça das partículas da
tinta da tatuagem", explica Henri.
Assim, a
manipulação deste processo poderia ser associado ao uso de raios laser - que
são capazes de matar células na pele.
Henri e
sua equipe estão trabalhando agora no desenvolvimento de um método que iniba o
trabalho de algumas células do sistema imunológico e dos macrófagos.
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