Em dez anos foram descobertas 1220 espécies na Amazônia

Francisco Ruiz, coordenador da iniciativa Amazónia Viva, daquela instituição, considera que “em nenhum outro lugar da Terra a teia da vida é tão intrincada e exuberante quanto na Amazónia. A maior bacia hidrográfica do planeta forma um gigantesco sistema vital para a maior e mais diversificada floresta tropical do mundo”.
No total, o relatório inclui 637 plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 16 aves e 39 mamíferos. A chamada formiga de Marte (Martialis heureka), o papagaio-careca (Aurantiocephala pyrilia), um peixe que vive em águas subterrâneas (Phreatobius dracunculus) ou um camaleão sapo (Telmatobius sibiricus) são alguns desses tesouros, a maior parte ameaçados de extinção.
A formiga de Marte tem uma combinação única de características. É um predador sem olhos, que não ultrapassa os três milímetros, pálido e com grandes mandíbulas. Encontrada no Brasil, em 2008, pertence a um género descoberto em 1923 que muito possivelmente descende de espécies com mais de 120 milhões de anos.
O peixe Phreatobius dracunculus foi descoberto por acaso pelos habitantes de Rio Pardo, no Brasil, quando escavavam um poço. Pelas suas tonalidades coloridas, o papagaio-careca, também descoberto no Brasil, é outra das descobertas mais mediáticas.
A floresta amazónica abrange principalmente o Brasil e o Peru. Mas são oito os países que incluem a floresta mais rica em biodiversidade do planeta. Juntam-se àqueles a Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname e Venezuela.
Muitas das espécies quando são descobertas ficam logo classificadas como estando ameaçadas de extinção. Francisco Ruiz explica que “nos últimos 50 anos a humanidade provocou a destruição de, pelo menos, 17 por cento do bioma”.
A maior parte da região permanece “razoavelmente intacta”, diz, mas as ameaças “são consideráveis”. Os problemas, explica o coordenador, são os “modelos de desenvolvimento inadequados, o rápido crescimento económico regional, a demanda crescente por energia e as tendências insustentáveis do agronegócio”. A mudança do clima “também agrava os problemas”.
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