Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

Sejamos proativos nas questões relacionadas às mudanças climáticas, pois não seremos poupados de seus efeitos devastadores a curto e longo prazo.
gmsnat@yahoo.com.br
Um Blog diferente. Para pessoas diferentes!

Grato por apreciar o Blog.
Comentários relevantes e corteses são incentivados. Dúvidas, críticas construtivas e até mesmo debates também são bem-vindos. Comentários que caracterizem ataques pessoais, insultos, ofensivos, spam ou inadequados ao tema do post serão editados ou apagados.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

QUAL É O LUGAR NA TERRA QUE RECEBE MAIS LUZ DO SOL?



 O Death Valley (Vale da Morte), na Califórnia (EUA), tem fama pelo calor escaldante
 Imagem Agency Alamy
Você já se perguntou sobre qual seria o lugar mais ensolarado do planeta?
Uma maneira de descobrir isso é encontrar os pontos que recebem mais horas contínuas de exposição ao Sol.
Se usar esse método, você poderá se surpreender ao descobrir que não é o sol de Miami ou do Rio de Janeiro que deve buscar, mas um ponto bem mais ao norte.
As localidades de Eureka e de Alert, na ilha Ellesmere, no extremo norte do Canadá, possuem altos índices de incidência solar. Ninguém chama esses lugares de lar, mas militares e cientistas trabalham por lá durante o ano.
Maio é o mês mais ensolarado, com luz em 65,4% do dia em Eureka - ou seja, mais do que 15 horas. Mas com temperaturas médias em torno de -10ºC , não é exatamente um clima de balneário.
Isso porque essas estações de pesquisa são dois dos assentamentos mais setentrionais (ao norte) do mundo, bem na altura do Círculo Ártico.
Essa latitude é conhecida como a da "terra do sol da meia-noite", porque o Sol nunca se põe no verão. Pode brilhar por dias sem interrupção.
Gelo e deserto
O Ártico é um lugar de gelo, mas é também um deserto em grande parte. Isso significa que chuvas - e nuvens que produzem precipitações - são raras em alguns locais.
 A gelada ilha de Ellesmere, no Canadá, é surpreendentemente ensolarada
Com a possibilidade de 24 horas de luz solar e poucas nuvens no céu, as estações da ilha Ellesmere possuem o maior número de horas de sol no mundo - ao menos durante o mês de maio.
Mas a história é bem diferente em dezembro.
O oposto do sol da meia-noite é a noite polar, quando o Sol não aparece acima do horizonte. Nos polos são seis meses de cada situação.
O fenômeno fica menos extremo com o deslocamento para o sul, mas na extremidade norte do Canadá ainda é possível experimentar quatro meses seguidos sem qualquer luz solar.
Reinado solar
Se preferir um lugar ensolarado o ano inteiro, você talvez tenha de viajar mais de 5,3 mil km ao sul.
Segundo registros de estações meteorológicas nos Estados Unidos, a cidade de Yuma, no Arizona, é o lugar mais ensolarado do mundo durante o ano todo. Durante o dia, que varia de 11 horas no inverno a 13 horas no verão, a possibilidade de sol é de 90%.
Yuma, no Arizona (EUA), é um dos locais mais quentes e secos do planeta
"O sudoeste dos EUA está sob influência de altas pressões na maior parte do ano, o que produz massas de ar quente sobre a região", explica o climatologista Michael Crimmins, da Universidade do Arizona. "Isso gera muitos dias quentes e sem nuvens."
Ele atribui a fama de Yuma à posição subtropical da cidade. Graças a um padrão de circulação de ventos conhecido como célula de Hadley, essa área do planeta é quente e seca.
"Ventos quentes e úmidos se erguem na região da Linha do Equador formando tempestades tropicais, e depois descem em torno dos 30º de latitude norte e sul, gerando altas pressões na superfície", diz Crimmins. "Essa faixa de latitude é onde estão os maiores desertos do mundo."
Desafios na medição
Apesar disso, o "reinado solar" de Yuma é alvo de contestações, porque os registros não mostram o cenário completo.
"Nos Estados Unidos, a maioria desses registros é baseada em locais com um bom histórico de medições, como aeroportos, então os extremos são identificados a partir dessas locações próximas a cidades", diz Crimmins. Esses pontos de observação do clima mais estabelecidos são conhecidos como estações de primeira ordem.
"De fato pode haver mais pontos de clima extremo, como o Vale da Morte da Califórnia, mas esses locais não entram nesses rankings porque não são estações de primeira ordem", explica o climatologista.
 Skeleton Lake (Lago do Esqueleto, em português), na ilha Ellesmere, extremo norte do Canadá
Não seria surpresa se lugares desabitados se revelassem como os mais ensolarados. Faz sentido evitar viver sob luz do Sol constante, pois a incidência excessiva é prejudicial à saúde.
Também é difícil ter registros precisos sobre os desertos: são lugares de difícil acesso, e equipamentos poderiam acabar danificados pela areia ou pelo frio intenso das noites.
Há ainda muitos outros países com alta incidência solar, para os quais há poucos dados climáticos disponíveis. Estações meteorológicas são caras, e vários desses países são nações em desenvolvimento.
Por fim, é preciso considerar oceanos e lagos. Afinal, 71% da superfície do planeta é coberta por água.
Olhando de cima
Então, em 2007, cientistas da Nasa (agência espacial americana) resolveram analisar a questão de um outro ângulo. Usaram satélites para identificar os pontos mais ensolarados da Terra.
Sensores nos satélites podem determinar se a radiação solar está sendo refletida das nuvens ou da superfície, incluindo corpos d'água. Como poderia se esperar, os principais pontos para captar os raios do Sol estavam bem longe de grandes áreas povoadas.
No mar, o ponto de maior incidência do Sol foi localizado no oceano Pacífico, ao sul do Havaí e a leste de Kiribati.
Em terra, uma área do deserto do Saara no Níger, perto das ruínas de um forte colonial em Agadem, foi o lugar com menor cobertura de nuvens.
O ponto de maior incidência do Sol em água foi localizado no oceano Pacífico, ao sul do Havaí
Os pesquisadores então calcularam a média de energia solar que essas áreas receberam por dia de 1983 a 2005. No deserto, o índice foi de 6,78 kw/h por metro quadrado; no mar, de 6,92 kw/h. Isso é quase o total de eletricidade usado por dia em uma casa nos EUA para aquecer água.
"Os números se baseiam em medições de nuvens e outras informações sobre a atmosfera coletadas por satélites, que fornecem uma estimativa da energia solar que atinge a superfície", diz Paul Stackhouse, do centro de pesquisa da Nasa em Hampton, no Estado da Virgínia.
"As locações identificadas são as que recebem mais energia solar na superfície em toda a Terra", afirmou Stackhouse. "Há algumas regiões no Saara que são bem próximas. Isso ocorre pela posição relativamente alta do Sol na região da Linha do Equador e pela ausência de nuvens por força dos processos de circulação atmosférica."
Essas informações não servem apenas para matar a curiosidade, e podem desde ajudar pessoas a instalar painéis solares a orientar um serviço de informação sobre radiação solar na Itália. A Nasa promete divulgar novos números em 2016, que deverão incluir uma série histórica de 30 anos - e talvez revelar pontos de sol ainda mais extremo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário