Afinal, os genes não explicam tudo
os genes não explicam tudo |
O novo domínio da Epigenética vem mostrar que o ambiente e as opções de vida podem influenciar o nosso código genético - e o dos nossos filhos.
Num artigo escrito JOHN CLOUD e publicado na revista Visão, podemos ficar a saber mais sobre esta ciência chamada Epigenética.
(...) Os geneticistas começam a reconhecer que talvez tenhamos ignorado com demasiada facilidade um naturalista que antecipou a Epigenética moderna - e que os darwinistas sempre denegriram. Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) defendia que a evolução podia ocorrer dentro de uma geração ou duas. Afirmava que os animais absorviam certas características durante a sua vida devido ao ambiente e às opções. O mais célebre exemplo lamarckiano: as girafas adquiriram o seu longo pescoço porque os seus antepassados recentes o tinham esticado para alcançarem as folhas altas, ricas em nutrientes.
Darwin, pelo contrário, argumentava que a evolução não funciona mediante o fogo do esforço, mas através da seleção fria e imparcial. Pelo pensamento darwinista, as girafas ficaram com o seu longo pescoço num percurso milenar, porque esses genes específicos tinham, muito lentamente, adquirido uma vantagem. Darwin, 84 anos mais novo do que Lamarck, era o melhor cientista, e ganhou a partida. A evolução lamarckiana passou a ser vista como um disparate científico. Mas a Epigenética obriga, agora, os cientistas a reavaliarem as ideias de Lamarck.
Mas como podemos aproveitar o poder da Epigenética? Antes da resposta, é preciso esperar pela elaboração completa do mapa epigenômico, que irá requerer grandes avanços na capacidade de computação. Quando concluído, o Projecto Epigenômico Humano (já em curso na Europa) fará o Projeto do Genoma Humano parecer os trabalhos de casa que os alunos do século XV faziam com o ábaco.
O potencial é, pois, tremendo. Durante décadas, andamos a tropeçar em enormes calhaus darwinianos. Pensávamos que o DNA era um código indelével com que nós, os nossos filhos e os filhos deles teríamos de viver. Agora, é possível imaginar um mundo em que podemos martelar o DNA, moldá-lo à nossa vontade. Os especialistas em Genética e em Ética vão levar muitos anos a descortinar as implicações, mas não tenhamos dúvidas: a era da Epigenética já chegou.
Mas como podemos aproveitar o poder da Epigenética? Antes da resposta, é preciso esperar pela elaboração completa do mapa epigenômico, que irá requerer grandes avanços na capacidade de computação. Quando concluído, o Projecto Epigenômico Humano (já em curso na Europa) fará o Projeto do Genoma Humano parecer os trabalhos de casa que os alunos do século XV faziam com o ábaco.
O potencial é, pois, tremendo. Durante décadas, andamos a tropeçar em enormes calhaus darwinianos. Pensávamos que o DNA era um código indelével com que nós, os nossos filhos e os filhos deles teríamos de viver. Agora, é possível imaginar um mundo em que podemos martelar o DNA, moldá-lo à nossa vontade. Os especialistas em Genética e em Ética vão levar muitos anos a descortinar as implicações, mas não tenhamos dúvidas: a era da Epigenética já chegou.
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