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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O tempo pode acabar?

Sim. E não. O tempo acabar parece ser impossível e inevitável. Trabalho recente em física sugere uma resolução para este paradoxo.




por George Musser
EM NOSSA EXPERIÊNCIA DIÁRIA, nada termina realmente. Quando morremos, nossos corpos definham e o material retorna à terra e à atmosfera, permitindo a criação de novas fontes de vida. Vivemos no que vem depois. Mas este será sempre o caso? Poderia haver um tempo futuro quando não haverá “depois”? Depressivamente, a física moderna sugere que a resposta pode ser positiva. O tempo pode acabar. Toda atividade cessaria e não haveria renovação ou recuperação. O fim do tempo seria o fim dos fins. 
Essa possibilidade foi uma predição inesperada da teoria da relatividade geral de Einstein, o nosso entendimento moderno da gravitação. Antes dessa teoria, a maioria dos físicos e filósofos pensava que o tempo fosse universal, um ritmo estacionário no qual o Universo marchava, sem nunca variar, fraquejar ou parar. Einstein mostrou que o Universo é mais como uma grande festa polirrítmica. O tempo pode desacelerar, distender ou se rasgar. Quando sentimos a força da gravidade, estamos sentindo a improvisação rítmica do tempo; objetos em queda são dragados para lugares onde o tempo passa mais lentamente. O tempo não só afeta o que a matéria faz, mas também responde ao que a matéria está fazendo, como bateristas e dançarinos que atiçam uns aos outros em um frenesi rítmico. Quando as coisas fi carem fora do controle, o tempo pode evaporar-se em fumaça, como um baterista superexcitado que entra espontaneamente em combustão.

Os momentos em que isso acontece são conhecidos como singularidades. O termo se refere a qualquer fronteira no tempo, seja ela o início ou o fi m. A singularidade mais conhecida é o Big Bang, o instante 13,7 bilhões de anos atrás quando o Universo – e, com ele, o tempo – veio à existência e começou a se expandir. Se o Universo um dia parar de se expandir e começar a se contrair, isso será como um Big Bang ao contrário – o Big Crunch – e o levará a uma paralisia. O tempo não precisa sucumbir em todos os lugares. A relatividade diz que ele expira dentro de buracos negros, enquanto fl ui no Universo como um todo. Buracos negros têm uma merecida reputação para a destruição, mas ela é ainda pior do que poderíamos pensar. Se mergulhar em um desses devoradores, você não apenas seria rasgado em pedaços, mas seus restos atingiriam, por fim, a singularidade no centro do buraco negro, e a sua linha do tempo terminaria. Nenhuma nova vida emergiria de suas cinzas; suas moléculas não seriam recicladas. Como um personagem que chega à última página de um romance, você não sofreria uma mera morte, mas um apocalipse existencial. 

Demorou décadas para os físicos aceitarem que a relatividade prevê algo tão incômodo como morte sem renascimento. Até hoje, eles não sabem ao certo como lidar com isso. Singularidades são, possivelmente, a razão principal pela qual os físicos procuram criar uma teoria unifi cada da física, que uniria a ideia de Einstein com a mecânica quântica, de modo a criar uma teoria quântica da gravidade. Eles fazem isso, em parte, para tentar explicar defi nitivamente as singularidades. Mas é preciso ter cuidado com o que se deseja. O fi m do tempo é difícil de imaginar, mas o tempo sem um fi m pode ser igualmente paradoxal.

4 comentários:

  1. Se esses cientistas brilhantes, fenomenais, geniais...disseram, eu creio. Nada nos resta. Recuso-me a pensar no que não compreendo.

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  2. O Tempo acaba, quando morremos. Nada de reciclar humanos idiotas.Isto seria a nova teoria do caos.

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  3. Obrigado, Megui, isto me lisonjeia, e também uma grande força para continuar escrevendo.

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