Milhares
de japoneses formaram uma corrente humana ao redor do Parlamento, neste domingo
em Tóquio, contra a política nuclear do governo.
Com
alguns usando máscaras anti-gás e roupas de proteção, como se fossem trabalhadores
que descontaminam a central acidentada, os manifestantes cercaram o prédio da
assembleia em Tóquio no início da noite, em uma nova manifestação do
descontentamento popular após a recente decisão de reativar reatores nucleares.
Esta
manifestação, que reúne cerca de 10.000 pessoas, segundo estimativas dos
jornalistas da AFP, é a mais recente de uma série de protestos para exigir que
o país abandone a energia nuclear, com uma população ainda traumatizada pela
catástrofe da central de Fukushima, em março de 2011.
Japoneses protestam em Tóquio contra a
energia nuclear - Foto de Rie Ishii/AFP
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"Depois
do desastre de Fukushima, estou firmemente convencido de que é arrogante
acreditar que podemos controlar a energia nuclear com nossa tecnologia",
declarou à AFP Hiroshi Sakurai, um pintor de 65 anos.
Durante
toda a marcha, que avançou lentamente para o Parlamento, era possível ler nos
cartazes: "Devolvam Fukushima!", "Parem com a energia
nuclear!", "Protejam nossos filhos!".
"O
acidente provou que não se pode controlar a energia nuclear. Além disso, não se
sabe como descartar os resíduos, não funciona apertar a descarga da privada.
Tudo o que se refere à energia nuclear é sempre antidemocrático", protesta
Naoki Fujita, um arquiteto de 50 anos.
O
movimento contra a energia nuclear ganhou força depois da decisão do governo de
reativar dois reatores nucleares de um total de 50 no país, anunciada em junho
pelo primeiro-ministro Yoshihiko Noda.
Noda
justificou a decisão com o risco de cortes de energia elétrica no país, no qual
um terço da energia consumida procedia até então do setor nuclear.
Há
meses os manifestantes se reúnem em frente ao gabinete do primeiro-ministro. Há
dez dias, entre 75.000 e 170.000 protestaram em um grande parque da capital.
Na
semana passada, até o ex-primeiro-ministro Yukio Hatoyama aderiu à
manifestação.
Este
novo protesto acontece poucos dias depois da divulgação de um relatório
polêmico oficial que questiona seriamente o governo e a empresa Tepco,
proprietária da central acidentada em Fukushima.
"O
problema principal vem do fato de que as empresas de energia, entre elas a
Tepco, e o governo não tinham noção do perigo, acreditando no mito da segurança
nuclear de nosso país", ressaltaram os membros da comissão de
investigação.
Sinal
de que a mobilização contra a energia nuclear não perde força, no sábado foi
lançado um novo movimento político, o Greens Japan (Japão Verdes), que pretende
se apresentar nas próximas eleições legislativas.
Parece que nosso planeta não tem mesmo mais solução. Por mais que o povo clame, esta maldição de energia nuclear não perde força.
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