Fenômenos
são diferentes entre si e alguns ocorrem com frequência no Brasil
Desastres
naturais como o Tornado
de Moore, que devastou esta cidade do Estado de Oklahoma (EUA) em 20 de
maio de 2013 provocam dúvidas na população sobre as diferenças entre tornados,
ciclones e furacões. Muitos pensam que tudo é a mesma coisa, mas a única
semelhança que possuem entre si são ventos fortes, destruição e tragédias, já
que a estrutura do fenômeno, seu local de origem, local de incidência, tamanho,
altura, velocidade, temperatura, direção e outros detalhes são bastante
distintos.
CICLONE
Segundo o
INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) um ciclone é um "Sistema de Área de
baixa pressão atmosférica em seu centro com circulação fechada, em que os
ventos sopram para dentro, ao redor deste centro. No Hemisfério Norte os ventos
giram no sentido anti-horário e no Hemisfério Sul giram no sentido dos
ponteiros dos relógios".
Os
ciclones ainda podem ser classificados como extratropicais (ciclones migratórios que se
originam em regiões de média e alta latitude) ou tropicais (aqueles que se originam em
regiões de baixa latitude - trópicos - devido a altas temperaturas e umidade,
tendendo a serem mais violentos).
Ciclones
podem ser classificados por especialistas ou pela população leiga como "perturbação
tropical, depressão tropical, tempestade tropical, furacão ou tufão",
sendo fenômenos não raramente imensos que ocorrem sobre os oceanos ou na alta
atmosfera terrestre, causando grande perturbação meteorológica (e fotos
espetaculares do espaço). Um exemplo da manifestação de tal fenômeno pode
ser visto aqui.
Ciclone |
FURACÃO
Ainda
segundo o INMET, um furação por sua vez é um "ciclone
tropical de núcleo quente, com ventos contínuos de 118 quilômetros por hora (65
nós), ou mais, no Oceano Atlântico Norte, mar caribenho, Golfo do México e no
norte oriental do Oceano Pacífico. Este mesmo ciclone tropical é conhecido como
tufão no Pacífico ocidental e como ciclone no Oceano Índico".
Furacões
se formam sobre os oceanos portanto, agitando o mar (causando grandes ressacas)
e gerando grande instabilidade climática em diversos locais - até mesmo a
muitos quilômetros do oceano - se estendendo por imensas áreas. Um dos mais
famosos e intensos furacões modernos foi o Katrina, que devastou a cidade de New
Orleans nos Estados Unidos em 2005.
Do ponto
de vista da população em geral no entanto ciclones e furacões são muito
parecidos por se manifestarem como tempestades muito fortes e devastadoras, com
ventos e chuvas absurdamente intensas.
Furacão |
TORNADO
Já o tornado é diferente. Trata-se de um dos
fenômenos mais intensos da natureza, e pode ser definido como uma tempestade
ciclônica muito intensa que se forma sobre a terra (quando ganha o nome de
tornado propriamente dito) ou sobre o mar ou outros corpos d'água (ganhando o
nome popular de tromba d'água). Exibem-se como colunas de nuvens cumulonimbus
ou cumulus que tocam o chão, devastando o local por onde passam com ventos
extremamente fortes, perdurando por segundos ou horas e percorrendo de alguns
metros até vários quilômetros.
São os
tornados que tem portanto a famosa e terrível aparência de coluna afunilada
móvel, tão conhecida por todos e cujo apelo gráfico é usado por Hollywood em
filmes-catástrofe como Twister.
Tornado |
CLASSIFICAÇÕES
DE PODER DESTRUTIVO
Furacões,
ciclones e tornados possuem capacidade de destruição e intensidade que podem
ser classificados por duas escalas: a Saffir-Simpson e a Fujita, com cada uma usando informações
distintas dos fenômenos para classificá-los.
O tornado
de Moore por exemplo foi classificado como grau F5 na escala Fujita, ou seja, a
mais alta.
No geral
tornados causam uma destruição imensa em uma área pequena e concentrada,
enquanto que ciclones e furacões causam destruição intensa ou mediana em áreas
muito maiores. Assim, pode-se dizer que tornados são fenômenos locais enquanto
que furacões e ciclones são eventos nacionais ou internacionais.
REGIÕES
DE GRANDE INCIDÊNCIA DE TORNADOS
A região
com manifestação mais frequente de tornados no mundo todo é a região central
dos Estados Unidos conhecida como Tornado Alley.
Oklahoma
(e Moore consequentemente) fica nessa região, e "temporadas de
tornado" ocorrem em períodos conhecidos e divulgados pelos serviços de
meteorologia nacional - normalmente no começo da primavera no hemisfério norte,
mas isso tem mudado de alguns anos para cá. A própria cidade de Moore já havia
sido devastada por um tornado anos atrás mais ou menos na mesma época do ano, e
as construções nesta região são mais rigorosas e reforçadas do que em qualquer
outra parte dos Estados Unidos devido à incidência deste fenômeno.
Já no
Brasil há um costume - incorreto e perigoso - de achar que o país não é
acometido por desastres naturais, o que leva a população a não nutrir uma
cultura de segurança diante de problemas que estão bem diante de seus olhos.
Além das
enchentes que infelizmente são tão comuns em nosso verão e da alta incidência
de relâmpagos, alguns terremotos menores e diversos ciclones tropicais e
extratropicais de várias intensidades atingem o país com frequência. Mas isso
não para por ai.
O Brasil
(notadamente as regiões Sul e Sudeste) também está na segunda região mais
propensa do mundo ao surgimento de tornados, chamada de Corredor
dos Tornados da América do Sul, na qual também estão áreas da Argentina, Uruguai,
Paraguai e Bolívia.
Nesta
região há a convergência de ventos frios e secos vindos da Patagônia e Andes
com os ventos quentes e úmidos vindos da Amazônia e Chaco, causando os
fenômenos que ocorrem com uma frequência ainda desconhecida: alguns
especialistas afirmam ser em torno de 50 ocorrências por ano, outros afirmam
ser mais de 200. Tal variação é bastante influenciada pelos fenômenos El Ninõ e
La Ninã que ocorre no hemisfério sul com intervalos de alguns anos. As
temporadas de tornados na América do Sul costumam ocorrer na primavera e no
outono.
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