Artigo publicado na «Science» refere-se que haverá uma
queda de 40% destes organismos.
O
aquecimento futuro dos oceanos pode levar a uma drástica alteração das
populações de fitoplâncton, o que poderá ter um grande impacto nas alterações
climáticas. Num artigo publicado no mais recente número da «Science»,
investigadores da Universidade Estatal do Michigan (EUA) mostram que no final
do século XXI, o aquecimento dos oceanos fará com que populações destes microrganismos
cresçam junto aos polos e diminuam nas águas equatoriais.
Haverá um declínio na diversidade de fitoplâncton nas águas tropicais, dizem os investigadores |
Visto
que o fitoplâncton desempenha um papel-chave na cadeia alimentar e nos ciclos
de carbono, nitrogenio, fósforo e outros elementos, uma queda drástica pode ter
graves consequências. “Estamos prevendo que nos oceanos tropicais haja uma
queda de 40 por cento na diversidade”, diz Mridul Thomas, um dos autores do
estudo.
Se
os oceanos continuarem a aquecer, como está previsto, “haverá um declínio
na diversidade de fitoplâncton nas águas tropicais e uma deslocação para os polos
de algumas espécies que não se consigam adaptar às alterações”.
Estes
microrganismos utilizam a luz, o dióxido de carbono e nutrientes para
crescerem. Apesar de serem pequenos, florescem em todos os oceanos, consumindo
tanto dióxido de carbono através da fotossíntese como as plantas terrestres.
A
temperatura das águas influencia fortemente as suas taxas de crescimento. Nas
águas equatoriais, mais quentes atuais, pode crescer mais rapidamente no que
nas frias. Como se prevê um aumento das temperaturas durante este século, é
importante avaliar a reação do fitoplâncton e do que acontecerá ao carbono que
transporta.
Os
cientistas mostram que estes organismos estão adaptados às atuais temperaturas
locais. Baseando-se em projeções de temperaturas futuras, concluem que o
fitoplâncton pode não se adaptar com rapidez suficiente às alterações.
Como
não conseguem regular a sua temperatura nem migrar, pode haver um decréscimo do
seu crescimento e diversidade. Conseguir prever o impacto dessas mudanças será
uma ferramenta útil para os cientistas de todo o mundo.
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