O
aracnólogo brasileiro Rogério Bertani, do Instituto Butantã, publicou no
periódico científico ZooKeys um trabalho em que ele estuda algumas aranhas e
acrescenta a descrição de 9 novas tarântulas descobertas no Brasil em regiões
da Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga.
As
aranhas pertencem a três diferentes gêneros, Typhochlaena, Pachistopelma, e
Iridopelma, e como são espécies recém-descobertas, não se sabe quase nada sobre
elas.
As
tarântulas escaladoras vivem em árvores e bromélias que existem no tronco das
árvores. Elas tem o corpo mais leve, as patas mais longas e são bastante ágeis.
Outro
tipo de aranha descoberta é uma tarântula que vive em bromélias, a segunda
espécie deste tipo.
A
descoberta destas novas espécies fora do Amazonas, que elevou o número de
espécies conhecidas de 7 para 16, mostra como conhecemos pouco a fauna destas
regiões.
Todas
estas aranhas são bastante coloridas, o que deve aumentar a pressão sobre sua
população , com gente as capturando para vender como bichos de estimação.
Conheça
um pouco mais as novas espécies:
1 – Typhochlaena
amma
Typhochlaena
amma
|
O
nome desta aranha se refere ao projeto AMMA – Levantamento Faunístico de
Aracnídeos e Miriápodes da Mata Atlântica, dos aracnologistas do Museu Nacional
no Rio de Janeiro, responsáveis pela coleta, que aconteceu na Estação Ecológica
de Santa Lúcia, no município de Santa Teresa, Espírito Santo.
Todos
os exemplares conhecidos desta aranha vem de Santa Teresa e Domingos Martins,
na região montanhosa do Espírito Santo.
2 – Typhochlaena costae
Typhochlaena costae |
O
nome desta aranha é um matronímio em homenagem a Miriam Costa, que coletou esta
e outras espécies novas de aranhas durante os vários anos em que trabalhou no
Instituto Butantã. A coleta foi feita durante o resgate de fauna na Unidade
Hidro Elétrica Luis Eduardo Magalhães (uma fêmea), em Palmas, no Tocantins.
Outras aranhas foram encontrados em Lajeado, também no Tocantins (um macho
apanhado em uma armadilha), e na fronteira entre o Maranhão e Piauí (exemplares
imaturos em amostras de árvores fósseis).
3 – Typhochlaena
curumim
Typhochlaena curumim |
O
nome significa “criança” na língua tupi, uma referência às crianças locais que
encontraram a aranha, bem alto em uma árvore, durante uma expedição aracnológica
na Reserva Ecológica Estadual Mata do Pau-Ferro, em Areia, na Paraíba.
Até
agora só foram encontrados três exemplares, todos eles na reserva “Mata do
Pau-Ferro”, embaixo de uma casca solta, em setembro de 1999.
4 – Typhochlaena
paschoali
Typhochlaena paschoali |
Esta
aranha recebeu o nome em homenagem ao ambientalista brasileiro Elbano Paschoal
de Figueiredo Moraes, falecido em abril de 2011, e que foi um dos fundadores da
ONG “GAMBÁ – Grupo Ambientalista da Bahia“.
Os
16 exemplares conhecidos foram encontrados na Bahia e em Pernambuco, embora
este último talvez seja da Bahia, e está constando como Pernambuco por um
possível erro de etiquetagem.
5 – Pachistopelma
bromelicola
Pachistopelma bromelicola |
Esta
é uma aranha que vive em bromélias, onde encontra água, alimento e faz suas
tocas de seda. Foram encontradas na região costeira, no estado de Sergipe e
norte do estado da Bahia, algumas até perto de casas e jardins. Mas também foram
encontradas em bromélias no meio da Caatinga de Jeremoabo, e em ambiente de
restinga.
Na
imagem acima, as fotos 52 a 55 mostram exemplares imaturos, a foto 56 é de uma
fêmea e a foto 57 de um macho, todos de Mata de São João, Bahia, exceto o
macho, que é de Jeremoabo, também na Bahia. A barrinha preta serve de escala, e
tem 10 mm de comprimento.
6 – Iridopelma katiae
Iridopelma katiae |
R.
Bertani deu o nome a esta aranha em homenagem a sua esposa, Kátia de Mendonça
Faria, que preparou as ilustrações de vários trabalhos de taxonomia de aranhas,
inclusive o trabalho em que estas aranhas é apresentado.
As
aranhas acima são duas imaturas (140 e 141), uma fêmea (142) e um macho (143),
todas registradas no Parque Nacional Chapada Diamantina, em Mucuge, Bahia. Esta
aranha é endêmica da Chapada Diamantina e arredores, na Serra do Espinhaço.
Elas foram encontradas debaixo de pedras e dentro de bromélias.
7 – Iridopelma marcoi
Iridopelma marcoi |
Essa
aranha recebeu o nome em homenagem a Marco Antonio de freitas, zoologista e
geógrafo brasileiro que coletou o espécime. Foi encontrada em São Desidério, na
Bahia, sob uma casca de árvore. Só um exemplar, fêmea, é conhecido.
8 – Iridopelma
oliveirai
Iridopelma oliveirai |
Esta
aranha recebeu o nome em homenagem ao juiz João Carlos Sá Moreira de Oliveira,
que permitiu ao R. Bertani o acesso a parte dos exemplares nas coleções do
Instituto Butantã.
Na
foto acima, as duas primeiras são exemplares imaturos em progressão (162-163),
uma fêmea (164) e um macho (165), todos de Central, Bahia.
9 – Iridopelma
vanini
Iridopelma vanini |
Esse
animal foi nomeado em homenagem ao entomologista brasileiro, Professor Sérgio
Antonio Vanin, que foi orientador de vários aracnologistas, entre eles o R.
Bertani, e contribuiu para o desenvolvimento da aracnologia brasileira moderna.
Os
exemplares que foram usados para descrever a espécie foram encontrados no
Piauí, Maranhão, Pará, e Tocantins. Na foto vemos uma fêmea, registrada em
Parnamirim, Piauí.
Fonte:
LiveScience
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