O núcleo da
Terra e sua composição podem ser estudados através de ondas sísmicas que viajam
através das camadas da estrutura planetária a uma velocidade que depende das
propriedades do material que essas ondas percorrem.
A melhor
conclusão para o que compõe a parte interior do núcleo é ferro. O ferro é de
longe o metal mais abundante no universo. Muitos meteoritos têm quantidades
significativas da substância em seu estado nativo, e ele é considerado o
primeiro metal a se formar no universo, no interior das estrelas.
O interior do
nosso planeta poderia ser feito de uma mistura de outros metais magnéticos, mas
existem várias razões para presumir que o núcleo é feito predominantemente de
ferro. Os cientistas acreditam que uma grande parte da Terra primitiva foi
formada por acreção planetária via colisões e uniões de asteroides, que são
ricos em ferro.
Além disso, é
tão quente no interior da Terra que a composição metálica torna-se líquida.
Diferentes elementos apresentam diferentes densidades e assim, num meio fluído,
separam-se os elementos em função da sua densidade: os pesados para o fundo e
os leves para o topo. O interior da Terra tem sido quente por tanto tempo que
este processo de separação por densidade já deve ter atingido o equilíbrio –
daí vem a ideia de que o núcleo externo da Terra é predominantemente composto
por um elemento.
Algumas das
provas mais convincentes para a composição do núcleo ser ferro vem do que
sabemos sobre gravidade e ondas de energia. Sabemos o tamanho da Terra e sua
força gravitacional, portanto, pode-se inferir sua densidade. Da densidade da
Terra, podemos estimar quais os elementos que a compõem, e um núcleo de ferro é
o melhor modelo para estimar sua massa.
A partir de
ondas de energia, os geólogos usam sismógrafos para medir movimentos interiores
(por exemplo, terremotos) da Terra, e essas ondas de energia formam ondas de
compressão e cisalhamento (ou tangencial, ou tensão cortante).
Esquema da composição das camadas terrestre |
Dos sismógrafos
em todo o mundo, podemos ver que as ondas de cisalhamento desaparecem quando
atingem a profundidade do núcleo externo da Terra. Isso nos diz que o núcleo
externo é composto de material líquido. Isso ocorre porque os líquidos não
podem ser cortados – só se movem para fora do caminho.
As ondas de
compressão, por outro lado, na verdade, desaceleram. Isto é porque o líquido é
muito menos compressível do que o material acima, feito de rocha parcialmente
fundida. A partir do entendimento de como ondas de energia viajam através dos
materiais, pode-se estimar a que velocidade as ondas de compressão se movem
através de diferentes materiais. Acontece que a velocidade com que as ondas de
compressão se movem através do núcleo externo é realmente perto da velocidade
que seria no ferro líquido. Quando as ondas de energia chegam ao núcleo
interior, podemos ver que as ondas de compressão e de cisalhamento parecem
acelerar acentuadamente. Pelo mesmo princípio que compreendemos a velocidade
como que essas ondas viajam através de materiais, podemos ver que estas
velocidades são muito próximas as conhecidas para a composição de ferro sólido.
Isto não exclui
totalmente a existência de diferentes elementos no núcleo. Pode haver outros
vestígios de outros elementos. No entanto, a partir do que sabemos, temos razão
em inferir que nosso núcleo é feito predominantemente de ferro. [ScienceLine. BBC]
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