Equipe internacional descobre passos que levam a
destruição dos recifes de corais
A
depleção de oxigênio e a acidez do meio ambiente criam uma reação em cadeia que
leva à morte dos corais. Investigadores do Max Planck Institute para a
Microbiologia Marinha, em Brema (Alemanha) em colaboração com colegas
australianos, italianos e do Sultanado de Omã estudaram como é que estes
animais marinhos morrem quando expostos à sedimentação.
Miriam Weber mediu as concentrações de oxigênio.
(Crédito: C. Lott/HYDRA Institute/Max Planck)
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A
formação de recifes de corais cobre a superfície das regiões tropicais
costeiras, a 30 graus do Sul e Norte do Equador. Os pólipos de coral constroem
os esqueletos de carbonato que se formam nos recifes há centenas de milhares de
anos. A fotossíntese das algas simbióticas dentro dos pólipos produz oxigênio e
carbo-hidratos de dióxido de carbono e água, alimentando-os ao mesmo tempo.
Desde
os anos 80 que o processo de descoloração está em estudo: temperaturas elevadas
de um para três graus induzem as algas a produzir toxinas. Os pólipos reagem
expelindo as algas e o recife de corais vai perdendo a cor. Sem uma relação
simbiótica o coral apenas sobrevive algumas semanas.
As
zonas costeiras com excesso de erosão e onde os rios expelem sedimentos
orgânicos para o mar, são prejudiciais para os corais, já que podem morrer
rapidamente quando exposto à sedimentação. Miriam Weber, cientista do Max
Planck Institute, explica que “a combinação de depósitos de sedimento e elevada
matéria orgânica com microrganismos pode causar a morte súbita de corais”. A
investigadora refere ainda que para conseguirem “controlar estes parâmetros
físicos, químicos e biológicos realizaram várias experiências, no Instituto
Australiano para as Ciências Marinhas, em condições controladas em grandes
contentores, para que pudessem imitar o habitat natural”.
Três recifes de corais em estudo na costa
australiana.
(Crédito:M. Weber/HYDRA Institute/Max Planck)
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A
equipe conseguiu assim recriar os passos que levam à deterioração dos corais. O
primeiro verifica-se quando uma camada de dois milímetros de sedimento
enriquecida por compostos orgânicos cobre os corais, a luz é bloqueada e leva
as algas a parar a sua fotossíntese.
Na
segunda fase, se os sedimentos forem organicamente enriquecidos, a digestão do
material orgânico através da atividade microbial reduz concentrações de oxigênio
e a este ponto, outros micróbios vão assumir a digestão de grandes compostos de
carbono por fermentação e hidrólise, baixando o pH.
Já
na última fase do processo, a falta de oxigênio e as condições de acidez
prejudicam de forma irreversível pequenas áreas de tecido de corais. A matéria
morta é digerida por micróbios que produzem sulfito de hidrogênio, um composto
que é altamente tóxico para os corais restantes. Aquilo que resta da superfície
de corais coberta por sedimento é morto em menos de 24 horas.
Fonte:
Ciência Hoje
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