Embora
bovinos e ovinos sejam responsáveis por mais de 20% das emissões globais de
metano – gás capaz de reter 23 vezes mais calor na atmosfera do que o gás
carbônico –, esses animais são coisa pouca perto de uma das fontes mais
perigosas de metano: as geleiras do Ártico, segundo estudo publicado na Nature
Geoscience.
As geleiras tem grandes concentrações de metano |
Pesquisadores
da Universidade do Alasca, em Fairbanks, nos Estados Unidos, conseguiram mapear
150 mil pontos, pelos quais o metano vaza para a atmosfera.
Como
explica a bióloga Katey Walter Anthony, principal responsável pelo estudo, esse
gás está armazenado em depósitos naturais de gás ou carvão – reservatórios
geológicos, no jargão científico –, os quais estão localizados abaixo dos
lagos, pelos quais o metano também escapa.
Segundo
Anthony, a maioria dos pontos de vazamento está situada em regiões do Ártico
onde o permafrost (subsolo congelado) e as geleiras estão derretendo, o que é
bastante lógico. “Em um planeta mais quente, o descongelamento das geleiras
pode levar a vazamentos significativos de metano”, escreveram os cientistas na
revista especializada.
Como
afirma o professor Euan Nisbet, da Universidade de Londres, Reino Unido, que
também pesquisa assuntos correlatos no Ártico, a região é uma das que mais
estão se aquecendo e que mais têm fontes de metano, que aumentarão conforme a
temperatura subir.
Mas
o fato de os vazamentos apresentarem uma ameaça imediata ainda é controverso
entre cientistas. Alguns acreditam que os impactos desses vazamentos antárticos
só serão sentidos daqui a décadas, enquanto outros dizem que seu lançamento na
atmosfera vai acelerar o aquecimento global.
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