Cientistas
questionaram, nesta quinta-feira, um dos grandes dogmas da medicina moderna: o
de que níveis mais elevados de "bom" colesterol aumentariam
automaticamente a saúde cardiovascular.
Em
um estudo publicado na revista científica The Lancet, pesquisadores anunciaram
ter descoberto que não há evidências médicas de que altas taxas de
lipoproteínas de alta densidade (o tipo de colesterol conhecido como HDL, na
sigla em inglês) diminuem o risco de infarto.
Certos medicamentos usados para aumentar
os níveis do HDL podem causar efeitos
Colaterais - Foto de John Moore/AFP/Getty Images
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Concentrações
elevadas de HDL são umas das principais taxas acompanhadas em exames de sangue.
Elas são tão controladas quanto a manutenção de níveis reduzidos de
"mau" colesterol (a lipoproteína de baixa densidade, ou LDL) como
critério para o risco de obstrução das artérias.
O
estudo usou um método conhecido como randomização mendeliana para comparar o
risco de infarto entre pessoas que herdaram boas variantes genéticas que
renderam predisposição para taxas elevadas de HDL.
De
acordo com a crença popular, esses indivíduos teriam menor risco de doença
coronária. Contudo, a pesquisa, que contou com quase 12,5 mil pessoas com
histórico de ataque cardíaco e mais de 41 mil saudáveis, mostrou que esse nem
sempre era esse o caso.
Os
resultados são importantes devido ao uso de certos medicamentos, muitas vezes
administrados para aumentar os níveis do HDL, mas que podem causar efeitos
colaterais.
"Esses
resultados nos mostram que algumas formas de elevar o colesterol HDL podem não
ajudar a reduzir o risco de infarto do miocárdio em seres humanos",
explicou Sekar Kathiresan, do Hospital Geral de Massachusetts e da Faculdade de
Medicina de Harvard.
"Dessa
forma, se algum tipo de intervenção, como o uso de medicamentos, elevar o
colesterol HDL, não podemos assumir automaticamente que o risco de infarto do
miocárdio tenha diminuído", acrescentou.
Por
outro lado, o estudo afirma que o colesterol "ruim" continua sendo um
indicativo de risco cardíaco.
Um
outro estudo, também publicado na edição desta quinta da The Lancet, confirmou
os benefícios das estatinas, medicamentos que reduzem o colesterol LDL, para
proteger pessoas sem histórico de doença cardiovascular.
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