As
autoridades peruanas recomendaram a população a evitar diversas praias e a não
comer peixes após a morte misteriosa de centenas de golfinhos e pelicanos
durante as últimas semanas.
"A
Direção Executiva de Saúde Ambiental determinou às prefeituras que orientem a
população sobre o risco de se frequentar as praias onde há golfinhos e
pelicanos mortos", assinala o ministério da Saúde.
Ao
menos 1.500 aves, a maioria pelicanos, morreram de causa desconhecida nas últimas
duas semanas, do mesmo modo que 877 golfinhos, segundo o ministério do Meio
Ambiente.
"Enquanto
não soubermos com certeza as causas científicas das mortes manteremos as
medidas", disse nesta segunda-feira o diretor de proteção ambiental do
ministério da Saúde, Bernardo Ausejo.
"Esperamos
que dentro de cinco a dez dias" possamos liberar as praias, assinalou
Ausejo, em meio à pergunta mais popular do país: o que está matando os
golfinhos e pelicanos?
Abraham
Levy, presidente da Meteorológica, a principal empresa privada de previsão do
tempo no Peru, atribui as mortes ao aquecimento das águas do mar, devido ao
fenômeno climático El Niño.
"O
último caso de morte em massa de aves marinhas data de 1997 (...) e em ambos
houve um importante aquecimento do mar", disse Levy à AFP.
Golfinho morto em praia na costa norte do
Peru, em março de 2012
Foto de Wilfredo Sandoval/AFP
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"O
aquecimento do mar altera a cadeia alimentar, que é algo complexo que começa
com o plancton e acaba nas aves marinhas para as aves, e no lado dos mamíferos
acaba nos lobos marinhos...", explicou Levy.
A
ex-vice-ministra da Pesca Patricia Majluf disse que a morte das aves se deve à
falta de enchovas, que migram para o sul diante do aquecimento das águas, e que
os golfinhos são vítimas de um vírus.
O
biólogo Carlos Bocanegra, professor da Universidade Nacional de Trujillo
(norte), afirma que os golfinhos são vítimas da prospecção de petróleo e gás
nas águas do Pacífico norte peruano.
"Não
é surpresa a morte dos golfinhos. São os ruídos que estão matando os golfinhos
que depois aparecem nas praias", declarou Bocanegra à rádio RPP, descartando
a presença de um vírus.
Sobre
os pelicanos, Bocanegra concorda que a causa é a ausência de enchovas devido ao
aquecimento das águas: "a temperatura do mar em La Libertad (norte) chegou
a 22 graus, quando não deve superar os 17 graus".
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