Novo relatório
da Royal Society de Londres foi apresentado no mês passado
Os
altos níveis de consumo dos países industrializados e o excesso de população em
países em desenvolvimento são dois dos principais problemas referidos no
relatório «People
and the Planet», publicado ontem pela Royal Society de Londres.
Dirigida
pelo biólogo John Sulston (Nobel de Fisiologia/Medicina em 2002), uma equipe de
22 cientistas estudou a ligação entre a população global e o consumo e as suas
implicações num planeta com recursos limitados.
Paul
Nurse, presidente da Royal Society (e também Nobel de Fisiologia/Medicina em
2001), afirma, no prefácio do relatório final, que as “rápidas e globais
alterações na população humana juntamente com nível sem precedentes de consumo
promoveram mudanças profundas na saúde humana, no bem-estar e no meio ambiente”.
África
é o maior desafio: a população aumentará 2 mil milhões de habitantes
durante
este século, diz Ekliya Zulu
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A
combinação desses fAtores tem “consequências a longo prazo para o planeta”, que
é limitado nos seus recursos. Esse impacto, que está a sentir-se nas gerações atuais
e vai continuar a sentir-se nas futuras, levanta muitas preocupações “e
desafia-nos a considerar a relação entre população e planeta”.
Durante
quase dois anos, os investigadores estudaram a fundo as atuais tendências
sociais, econômicas e ambientais para tentar perceber que futuro espera a
humanidade nos próximos 100 anos.
O
relatório alerta para a pressão de crescimento da população que ano passado
atingiu os sete bilhões de habitantes. Em meados deste século, haverá mais 2,3 bilhões
de novos habitantes (o atual número de habitantes da China e da Índia juntas).
Relatório
foi publicado em abril no
site «People
and the Planet»,
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É
“vital que os países em desenvolvimento controlem a sua população, sendo também
necessária uma melhor distribuição de riqueza”. O maior desafio vai ser África,
“onde a população aumentará 2 bilhões durante o século XXI”, diz Ekliya Zulu.
Para
isso é necessário promover a saúde reprodutiva e programas voluntários de
planeamento familiar. Quando o crescimento populacional desacelera, “as
mulheres ganham mais poder e isso significa mais dinheiro para os que menos têm
e mais oportunidades de educação”.
Para
que a vida no planeta seja sustentável será também necessário que “os países
desenvolvidos moderem o consumo e tomem medidas drásticas para diminuir as
emissões de CO2”, diz o investigador Jules Pretty. É também
necessário “tirar da pobreza 1300 milhões de pessoas que vivem com menos de
1,25 dólares por dia”.
Outro
ponto essencial do relatório afirma que “população e meio ambiente não podem
ser vistos como assuntos separados. As alterações demográficas e tudo o que
estas envolvem devem ser alvo de discussão económica e ambiental”. Os
investigadores sugerem ainda que desenvolvam novos sistemas socioeconômicos.
«Fornecer
orientações aos governantes e população é o objetivo maior»
Este
relatório, diz Paul Nurse, não é uma declaração definitiva sobre estes temas,
mas uma visão geral dos impactos da população humana e do consumo no planeta.
Levanta questões sobre a melhor forma de aproveitar as oportunidades que as
mudanças na população podem trazer e como evitar os impactos mais negativos.
O
objetivo do estudo é fornecer orientações para os governantes e informar o
público interessado com base numa avaliação pragmática com os melhores dados
disponíveis. O âmbito do estudo foi global e reconhece explicitamente variações
regionais na dinâmica populacional e na desigualdade dos padrões de consumo à
volta do mundo.
Muito interessante! Então é preciso informar os governantes? Eu só queria entender!!!
ResponderExcluirA espécie "governante" só toma providência depois do problema instalado, ou seja, não enxergam um palmo diante do nariz a não ser dinheiro e poder.
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