Desde
julho deste ano, as lâmpadas incandescentes tiveram sua venda suspensa no país.
Até 2010, cerca de 70% dos lares brasileiros utilizavam estes tipos de
lâmpadas, proibidas agora por não atenderem à portaria do Ministério de Minas
e Energia, que
determinou eficiência luminosa mínima para a fabricação e comercialização de
lâmpadas no país.
Tipos de Lâmpadas |
Entre as
lâmpadas mais econômicas disponíveis no mercado atualmente, estão a
fluorescente e a de LED. Mas você sabe qual vale mais a pena? Para entender
melhor qual é a opção mais vantajosa, é fundamental entender como cada uma
destas tecnologias funciona.
Lâmpadas
fluorescentes
A lâmpada
fluorescente foi criada por Nikola Tesla, um dos mais icônicos inventores da
história, e começou a ser vendida no mercado em 1938. Na época, ela representou
um salto em economia em comparação às lâmpadas incandescentes. Mas, você sabe
como ela funciona?
De
maneira simplificada, ao ligarmos o interruptor, dentro das lâmpadas
fluorescentes é gerada uma corrente elétrica que migra de uma extremidade a
outra por meio de uma mistura de gases, normalmente o mercúrio.
Ao ser
estimulado, os gases emitem radiação ultravioleta, que não são visíveis aos
olhos humanos e, por isso, precisam ser convertidos em luz visível. Para isso,
as lâmpadas são revestidas por uma substância que tem como base o fósforo.
Esse
revestimento absorve a radiação UV produzida pela reação da corrente elétrica
na mistura de gases, gerando a luz. Além da iluminação, nesta reação, a lâmpada
fluorescente também produz calor em um processo físico conhecido como efeito
Joule.
E as
lâmpadas de LED?
No
mercado desde a década de 60, as lâmpadas LED foram desenvolvidas por Nick Holonyak,
quando este trabalhava para a General Eletric, multinacional americana de
serviços e tecnologia.
Estas
lâmpadas possuem componentes eletrônicos semicondutores que funcionam como um
chip e possuem a capacidade de transmitir corrente elétrica sem utilizar
filamentos, como ocorre nas lâmpadas incandescentes, ou gás, como nas lâmpadas
fluorescentes. Essa composição faz toda diferença no LED. Sua forma de
transmissão de corrente elétrica faz com que a lâmpada quase não dissipe nem
calor, nem vibração, tornando-a mais eficiente.
Confira
este vídeo sobre as diferenças entre as lâmpadas no Canal do Manual do Mundo.
Em
relação à diferença de consumo, as lâmpadas mais econômicas são as de LED, e
são dois os principais motivos que explicam isso.
O
primeiro é que a energia consumida pela LED é revertida quase que totalmente em
luz e não em calor. Na prática, isso quer dizer que enquanto a fluorescente
gasta em média 15 W, a mesma luminosidade em um ambiente pode ser alcançada por
um LED com 10 W.
Então a
lâmpada LED não esquenta? Na verdade, sim. A LED esquenta, no entanto, o
processo de iluminação é extremamente eficiente, e o calor residual mínimo
produzido é 98% dissipado.
Mesmo
assim, o calor produzido nem se compara com as lâmpadas fluorescentes. Segundo
o Instituto de Energia e Ambiente
da Universidade de São Paulo, da energia gasta por uma lâmpada fluorescente,
20% é transformada em luz, enquanto que 80% é gasta na forma de calor.
No que
diz respeito à economia, segundo um comparativo realizado pela página do Planeta Sustentável da Abril, o gasto total em reais após o
uso de 25 mil horas em lâmpada fluorescente é de R$ 142,50, enquanto que
a mesma duração com LED representa um gasto de R$122. Outra forma de
comparar as lâmpadas é através da relação lúmens, fluxo luminoso, por Watt. Os
lúmens são uma unidade de medida que quantificam a intensidade luminosa de uma
fonte de luz.
Dados da
PROCEL de 2007 mostram um estudo comparativo sobre a eficiência das lâmpadas:
O segundo
motivo que demonstra que as lâmpadas mais econômicas são as de LED em
relação às fluorescentes é a vida útil. Entretanto, apesar das lâmpadas de LED
não “queimarem” como as demais lâmpadas, ela vai perdendo seu brilho lentamente.
Ainda
assim, sua vida útil é de 25 mil horas até que seu brilho caia a 70% da
sua capacidade normal, momento que é considerado entre os pesquisadores quando
de fato as pessoas passam a perceber a diminuição do brilho.
Mesmo
assim, a durabilidade da lâmpada LED corresponderia a mais de 3 lâmpadas
compactas fluorescentes.
LED: 25
mil horas
Fluorescente
compacta: 8 mil horas
Halógena:
1 mil horas
Incadescente:
1 mil horas
Mais
econômica e com vida útil mais longa, no entanto, o preço da lâmpada LED é
mais alto.
Mas, afinal,
por que a lâmpada LED é mais cara?
Apesar do
preço das lâmpadas de LED assustar muitos consumidores, o que poucos
compreendem é que a economia proporcionada por este investimento se dá a longo
prazo.
Entre
alguns dos motivos, a baixa competitividade da indústria de LED brasileira faz
com que os produtos importados dominem o mercado. Além disso, uma das
principais matérias primas, o cristal semicondutor, não é fornecido no Brasil
e, por isso, sua obtenção só feita por meio de importação.
Mesmo
assim, os preços vêm caindo gradualmente, e as projeções futuras são
promissoras para a difusão desta tecnologia.
Meio
ambiente e saúde humana
Além das
lâmpadas LED representarem uma alternativa mais econômica, elas chegam a reduzir
em até 90% o consumo de energia com iluminação e, também por isso, são
eficientes energeticamente, sendo mais sustentáveis.
Em
relação ao meio ambiente, a iluminação em LED também não emite radiação UV.
Segundo estudo americano, algumas fissuras no
revestimento de fósforo das lâmpadas fluorescente podem expor a pele humana a
radiações ultravioletas A e C, que por sua vez levam a danos nas células da
pele e dos olhos.
Porém, a grande
desvantagem ambiental da fluorescente é em relação ao seu descarte. Isso
porque o rompimento da lâmpada leva ao escape de gases como mercúrio e o
chumbo, elementos extremamente nocivos aos humanos.
Inclusive,
o vapor de mercúrio pode contaminar e causar danos à atmosfera, além de ser
extremamente tóxico aos seres vivos.
Além da
economia, saber escolher qual lâmpada mais econômica para comprar ajuda
diretamente no descarte de resíduos nocivos ao meio ambiente e à saúde
humana e, de quebra, também diminui o desperdício de energia.