Quando foi confirmado que o urânio parecia eliminação de reação nuclear, pesquisadores de todo o mundo viajaram para estudar o local, na república do Gabão (Damien Meyer/AFP/Getty Images) |
É
possível que um acidente geológico resultou em reatores nucleares ‘naturais’
melhores equipados do que os reatores existentes hoje? Na África, em uma
montanha há rejeitos de urânio. Depósitos que sugerem a existência de uma
civilização avançada hà 2 bilhões de anos atrás.
Chamado
de ‘monstro atômico’, em todo o mundo não houve maior produtor de energia
nuclear e mais eficiente. Paredes com ângulos inclinados, isolamento para o
lixo nuclear e a melhor refrigeração que a engenharia poderia desenvolver. Ele
tinha uma estrutura bem concebida que poderia tê-lo mantido para sempre. Assim,
após o período da ‘grande destruição’, muitas civilizações posteriores tentaram
explorar o que restava do ‘monstro’ para voltar aos dias de glória.
OKLO, Gabão, África: Treze reatores nucleares existiram em “períodos pré-históricos ao longo do leito da mina de URÂNIO com cerca de 200 metros em Oklo — que foi descoberto em 1972. |
Mas o
prédio foi muito dilapidado e o sistema de reciclagem de urânio já não
funcionava. Finalmente, ao longo dos milênios, as paredes e os canais de
refrigeração foram oxidados, corroídos e acabaram sendo confundidos com a montanha
que antigamente os havia abrigado. Milhões de anos mais tarde, o único
remanescente de uma tecnologia de construção que existia naquele lugar era o
material empobrecido, o resto do reator estava irreconhecível.
Este
cenário de ficção não poderia ter sido muito diferente do real, quando você
considerar que para muitos cientistas a existência de um ‘reator nuclear no
Gabão’, um depósito de urânio gigante encontrado na África na década de
setenta, é um fenômeno que nunca poderia ter acontecido naturalmente.
A partir
de uma idade aproximada de 2 bilhões de anos, Oklo mina na República do Gabão,
saltou à luz internacional quando uma empresa francesa descobriu que seu urânio
tinha sido extraído e utilizado.
Depois de
analisar amostras da mina, os técnicos Tricastin Usina Nuclear descobriram que
o mineral não seria bom para fins industriais. Suspeitando uma possível fraude
por parte da empresa que exportava urânio, Tricastin Central decidiu investigar
a razão das mostras de urânio normais serem aproximadamente 0,7% de material
utilizável, enquanto que o Oklo apenas aproximados de 0,3%. Quando foi
confirmado que o material parecia eliminação de reação nuclear, pesquisadores
de todo o mundo viajaram para estudar o local.
Depois de
uma exaustiva análise química e geológica, os cientistas por unanimidade
chegaram a uma conclusão assustadora: as minas de urânio no Gabão não poderiam
ter sido outra coisa além de um reator de 35 mil km², o qual iniciou o seu
trabalho 2 bilhões de anos atrás e manteve-se em operação durante outros 500
mil anos.
Estes
números assombrosos levaram muitos especialistas a quebrar suas cabeças
pensando em uma possível explicação. Mas 40 anos depois, o caso das minas de
Gabão ainda desperta-lhes as mesmas perguntas que tinham no início. O que ou
quem estava usando a energia nuclear antes de qualquer civilização pisara na
Terra? Como eles projetaram um complexo de reatores tão grande? Como foram
mantidos em operação por tanto tempo?
A explicação implausível
Em um
esforço para explicar a origem do reator, os cientistas se voltaram para uma
velha teoria do químico japonês Kazuo Kuroda, que anos antes tinha sido
ridicularizada depois de postular sua teoria.
Kuroda
disse que uma reação nuclear poderia ocorrer sem que a mão do homem intervenha
e que a natureza dê uma série de condições essenciais: um depósito de urânio no
tamanho certo, um mineral com uma alta proporção de urânio físsil, um elemento
que age como moderador na ausência de partículas dissolvidas que impedem a
reação.
Mas, três
das condições de Kuroda eram altamente improváveis. Ainda mais difícil de
explicar era como uma reação nuclear natural poderia ter permanecido
equilibrada, sem que o núcleo de urânio fosse extinto ou derretesse durante o
período de cerca de 500 mil anos. Por esta razão, os cientistas adicionaram à
hipótese de Kuroda um fator final: um ocasional sistema geológico que permitia
a entrada de água para os depósitos e da saída do vapor de reação.
Estima-se
que há muitos milhões de anos, a proporção de urânio físsil na natureza foi
muito mais elevada (cerca de 3% do minério), um evento chave para que a reação
suposta possa ter ocorrido. Com base nesse fator, os cientistas propuseram que
a cada três horas os depósitos de urânio poderiam ter sido espontaneamente
ativados quando inundados com água filtrada as rachaduras, gerando calor e se
apagando quando a água, que atuava como moderadora, se evaporava completamente.
No
entanto, a teoria de Kuroda, a água necessária deveria ter uma boa relação de
deutério (água pesada) e deveria estar ausente de qualquer partícula que
poderia parar os nêutrons na reação. Poderia água que escoa através das rochas
ter essas condições tão excepcionais? Poderia estar na natureza um líquido, que
hoje requer um processo de produção elaborado?
Engenharia avançada
Após uma
série de análise geológica, os pesquisadores descobriram que o reator Oklo
ainda manteve uma última surpresa: Os ‘depósitos’ de resíduos adotaram uma
disposição tal que apesar de ter passado milhões de anos, a radioatividade não
havia escapado fora da mina. Na verdade, foi calculado que o impacto térmico de
reatores operacionais não devem ter passado de uma gama de mais de 40 metros.
Cientistas reconhecem a inabilidade de um sistema de resíduo emular tão
eficiente. O reator ainda é estudado de modo a conceber novas tecnologias
baseadas na sua estrutura.
Resumindo,
o gigante reator no Gabão foi o melhor já concebido em relação a qualquer
reator moderno.
Assim,
mesmo que a teoria dos ‘reatores naturais’ seja agora a mais difundida no meio
acadêmico, no local de Oklo hà muitas perguntas que ainda aguardam sem serem
respondidas.
Por que o
urânio foi encontrado em depósitos bem delimitados e não por acaso dispersos em
toda a Terra? Por que esse fenômeno ocorreu apenas na África e não em outras
partes do mundo? Pode coincidentemente as paredes de uma mina formar um desenho
de tal modo que nenhuma radioatividade possa migrar para fora da mesma? Mas,
acima de tudo, o que exatamente aconteceu no Gabão 2 bilhões de anos atrás?
Fonte:
Por Leonardo Vintiñi, Epoch Times em Ciência e
Tecnologia
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