Pesquisadores
apresentaram o documento em um encontro que aconteceu na cidade de São
Francisco nesta terça-feira (13), e disseram que o Ártico continua se aquecendo
em um ritmo descrito como “espantoso”.
“O Ártico
como um todo está se aquecendo pelo menos duas vezes mais rapidamente do que o
resto do planeta”, diz Jeremy Mathis, cientista climático do órgão responsável
pelo boletim.
O Arctic Report Card 2016, ou boletim do
Ártico, acaba de ser publicado pela National Oceanic and Atmospheric
Administration. Seu conteúdo não é nada animador.
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O
aquecimento acontece em parte por causa de um loop de retroalimentação único da
região. Normalmente, a região fica fria porque a neve e o gelo refletem grande
parte da luz solar de volta para o espaço. Mas temperaturas mais quentes estão
derretendo esta capa térmica, expondo chão escuro e água, que absorvem mais
calor solar. Isso faz com que a região se aqueça mais rapidamente.
Mathis
também alerta que o aquecimento está piorando de forma progressiva. “O Ártico
está ficando persistentemente mais quente; o gelo do mar continua a entrar em
declínio, particularmente durante os meses de verão”, aponta ele.
“A
segunda maior notícia de 2016 são as temperaturas de inverno”, opina,
argumentando que até 2012 ou 2013 era comum que sua cidade, Fairbanks (Alaska),
registrasse temperatura de -40°C por algumas semanas no inverno. Nos últimos
quatro anos, tal temperatura mal foi registrada na região, muito menos foi
observada por vários dias seguidos.
Mas que
diferença existe entre um frio de -20°C e -40°C? Segundo o pesquisador, isso
traz consequências para os meses mais quentes. “Você muda a física do acúmulo
de neve de forma que ela fica mais vulnerável a derreter assim que o sol
aparece”, explica ele.
Além
disso, a neve nas regiões polares não são tão resistentes ao aquecimento quanto
em outros locais. Isso porque apenas um ou dois graus de variação na
temperatura já transformam um mundo congelado em um mundo descongelado –
ambientes completamente diferentes.
“Em
outros locais, uma mudança de 23°C para 26°C praticamente não faz diferença
nenhuma. Mas se você cruza o ponto de derretimento, você está entrando em um
mundo completamente novo”, explica Marco Tedesco, pesquisador do Observatório
da Terra Lamond Doherty. [NPR]
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