No norte
do nosso planeta fica um dos lugares mais remotos e hostis: o Ártico, um
ambiente onde é extremamente difícil sobreviver.
O iglu tem forma semiesférica e é construído pelos esquimós com blocos
de gelo. Direito de imagem Thinkstock
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No
inverno, a região fica congelada durante meses que não parecem ter fim. E mesmo
no verão, não há árvores e são muito poucas as plantas comestíveis.
Mesmo
assim, alguns milhares vivem lá. São pessoas que dependem do conhecimento
profundo do seu entorno e se equilibram constantemente numa linha tênue entre a
vida e a morte.
Em
Ilulissat, na Groenlândia, os inuítes - ou inuit, que são os membros da nação
indígena esquimó que habitam as regiões árticas - costumam festejar todos os
anos a volta do sol.
Depois de
meses de escuridão, o astro volta a iluminar o céu aos 13 minutos da 13ª hora
do 13º dia do mês de janeiro.
O calor do
lugar
Os
habitantes do Polo Norte não teriam a mínima chance de sobreviver sem um local
onde se abrigar.
Ou seja:
um iglu pode significar a diferença entre a vida ou a morte quando a
temperatura é de 20 graus abaixo de zero.
Para fugir do frio extremo, uma casa de neve? Direito de imagem Pixabay
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Os pais
inuítes ensinam aos filhos ainda pequenos como construir essas casas tão
peculiares.
Eles
mostram, por exemplo, qual o tipo de neve deve ser usado e como cortá-la.
Depois,
explicam como devem ser unidos os blocos de gelo para garantir que a casa não
desabe.
Um iglu
bem construído deve permitir a entrada da luz e ao mesmo tempo manter fora o
vento gelado.
O passo a
passo do iglu
Por ser
feito com materiais que podem ser conseguidos com facilidade, o iglu é a casa
perfeita para o Ártico.
Mas o que
os torna ainda mais adequados são as características dos iglus tradicionais
feitos em Igloolik, na região ártica do Canadá.
1. Neve
Comecemos
com o básico: o iglu é feito de neve e mais nada.
E como em
qualquer outra construção, a qualidade do material é importante.
A neve
deve estar suficientemente seca e firme para ser manipulada e cortada com uma
serra.
2.
Isolamento térmico
Para
proteger o iglu, os esquimós o cercam com neve na altura da primeira fileira de
blocos.
Isso
ajuda a manter a casa quente - considerando que "quente", neste caso,
é relativo.
3.
Plataforma
Onde
dormir em um iglu?
Na cama,
que é uma plataforma de neve com até 60 centímetros de altura.
Como o ar
quente sempre sobe, com uma cama alta é possível aproveitar a parte mais
aquecida do espaço, que fica próxima do teto.
Tradicionalmente,
uma pequena lamparina a óleo ajuda a esquentar o ambiente, mas é preciso que
ela esteja pendurada e não eleve muito a temperatura, pois as paredes podem
começar a derreter.
Ao construir um iglu é importante deixar
entrar luz e ar. Direito de imagem Thinkstock
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4. Duto de
ventilação
É preciso
fazer um pequeno buraco a mais ou menos três quartos da altura do iglu.
Isso vai
funcionar como um duto de ventilação, que deixa entrar o ar fresco.
Outra
função importante do duto é manter o interior do iglu seco, servindo como saída
para o vapor produzido pela respiração dos moradores.
5. Entrada
A entrada
é um túnel que começa na parte interna da parede do iglu.
Esta é a
parte mais fria, mas quando se chega à sala de estar a temperatura será mais
alta.
6. Estrutura
O iglu é
construído em espiral - o primeiro círculo de blocos é disposto ligeiramente
inclinado para o interior.
Uma vez
completada essa parte, é esculpida uma inclinação na parte de cima dos blocos
para que as camadas seguintes formem uma espiral, como acontece quando se
descasca uma laranja com a faca de uma só vez.
Essa
espiral é o que dá resistência ao iglu.
Em
seguida é feito o teto, deixando apenas uma pequena abertura na parte de cima
da espiral.
Por último, basta apenas cortar um pedaço de
neve no formato da abertura e fechar o iglu.
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