Eles
provocam distúrbios hormonais, mas estão escondidos em cosméticos, embalagens
de alimentos e até em brinquedos. Por isso é quase impossível escapar deles no
dia a dia.
Existem
cerca de 800 compostos químicos suspeitos de interferir no sistema hormonal,
segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Garrafas de plástico são produzidas com bisfenol A, que podem provocar
distúrbios hormonais. Direito de imagem Thinkstock
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A maioria
ainda está sendo submetida a mais estudos, mas a Comissão Europeia garante que
pelo menos 66 destes compostos, como bisfenol A (BPA), dioxina, atrazina e
vários ftalatos (BBP, DEHP, DOP e DBP), têm "clara evidência de perturbação
da atividade endócrina".
Esse
alerta fez parte de uma proposta divulgada ano passado pela OMS com o objetivo
de regular seu uso.
Cada vez
mais pesquisas com animais vinculam compostos como esses a prejuízos à saúde
que vão desde a infertilidade ao risco de câncer.
Ainda
faltam evidências em humanos. Por isso, essas substâncias continuam presentes
em centenas de produtos de consumo diário. Veja aqui a lista dos compostos citados pela Comissão
Europeia
A marca Campbell busca alternativas para substituir o bisfenol A. Direito
de imagem Thinkstock
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Os
ftalatos são usados, por exemplo, em produtos coloridos, como brinquedos
infantis e sexuais, produtos de limpeza, como detergente, embalagens de
alimento, produtos de beleza, como esmalte de unhas, sprays para o cabelo,
loções de barbear, sabonetes, shampoos, perfumes e outros produtos com fragrância.
Outro
exemplo é o bisfenol A (BPA), presente em garrafas de plástico ou latas,
cosméticos, brinquedos, CDs e, até há pouco tempo, em mamadeiras.
Alguns
compostos perderam o uso, como o ftalato DBP, que era um plastificante usado em
vernizes de unha ou tintas de impressão. Mesmo assim, continuam provocando
riscos à saúde, uma vez que, segundo a OMS, seus efeitos podem afetar várias
gerações.
Exposição precoce gera risco para toda vida
Tanto
animais como humanos são mais vulneráveis a esses compostos durante certos
períodos do desenvolvimento como dentro do útero da mãe e na puberdade.
A OMS diz
que os efeitos da exposição precoce ao composto podem se manifestar em qualquer
momento da vida, através de câncer de mama e de próstata, infertilidade,
puberdade precoce, obesidade, transtornos metabólicos e diabetes tipo 2.
Os brinquedos com ftalatos estão proibidos em muitos países. Direito de
imagem Getty Images
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Como minimizar a exposição
Hoje é
difícil saber qual é a composição exata dos produtos que consumimos. Em 2015, a
Agência Química Sueca analisou 112 brinquedos no país e descobriu que 15% deles
tinham substâncias químicas proibidas.
No caso
de produtos cosméticos e de higiene, os fabricantes não precisam incluí-los na
lista de ingredientes dos produtos. Por isso, com frequência, o ftalatos estão
"escondidos" atrás da palavra "fragrância".
Algumas
dicas para evitar substâncias maléficas:
- Escolher cremes, detergentes e produtos "livres de fragrância" pode reduzir a exposição aos ftalatos.
- Priorizar materiais alternativos ao plástico, como a madeira, quando comprar brinquedos para as crianças.
- No caso de embalagens de comida, preferir vidro sobre latas, que costumam ser forradas com BPA, e plásticos.
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