País vizinho alberga 85 mil espécies de animais e
plantas, 54% das descritas na Europa
Espanha é
o país europeu onde se concentra a maior percentagem de espécies ameaçadas de
todo o continente. Este é o resultado de um estudo da União Internacional para
a Conservação da Natureza (UICN) publicado no princípio do mês, baseado na
Lista Vermelha Européia, o catálogo que indica o grau de ameaça das espécies
européias em perigo. Portugal está terceiro lugar em número de espécies
ameaçadas.
“Espanha
concentra uma grande proporção de espécies ameaçadas a nível europeu e tem a
importante responsabilidade de as proteger no seu território. É preciso que
haja mais e melhor ação para melhorar a situação destas espécies”, refere o
estudo, recordando que Espanha, como Estado-membro da União Européia, se comprometeu
a travar a perda de biodiversidade até 2020.
Segundo a
UICN, Espanha alberga aproximadamente 85 mil espécies de animais e plantas, o
que representa 54% do total das espécies descritas na Europa e poderá
representar mais de 5% da biodiversidade mundial.
O lince
ibérico é uma das espécies ameaçadas de extinção
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O estudo
assegura que 38% das espécies que fazem parte da Lista Vermelha Européia estão
presentes no país, a percentagem mais alta dos estados europeus. Em segundo
está Grécia, que tem 32% das espécies da Lista, e Portugal, com 22% de espécies
em risco.
Estes
dados são preocupantes tanto mais que as políticas de biodiversidade estão “praticamente
abandonadas” pelas administrações estatal e autônomas. “O
Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente centra os seus esforços
em modificar a normativa ambiental com graves consequências como a falta de proteção
e os desregulamento”.
As
Comunidades Autônomas têm, por seu lado, “apoiado projetos que
teoricamente favorecem o crescimento econômico mas que, na verdade, têm graves
consequências ambientais e sociais”, denuncia o grupo Ecologistas en
Acción, que ontem organizou, em Madrid, um debate para analisar a situação da
biodiversidade.
No país vizinho estão ameaçados 19% dos
mamíferos, 24% de répteis, 7% de anfíbios, 37% de peixes de água doce, 5% de
borboletas, 8% de libélulas, 6% de escaravelhos, 26% de moluscos terrestres, 34%
de moluscos de água doce e 26% de plantas vasculares. “Do total de
espécies estudadas no país, mais de uma quinta parte estão ameaçadas e pelo
menos 10% estão ameaçadas a nível europeu”, refere ainda o estudo
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