Segundo os cientistas, este foi um avanço
fundamental, embora o mais importante ainda esteja por vir.
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Jornal
GGN -
Cientistas do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhage, na Dinamarca,
anunciaram, nesta semana, que conseguiram fazer o “teletransporte quântico” de
átomos gás césio a uma distância de 50 cm. Resultado de aprimoramento de
processo similar realizado em 2006, o feito foi publicado na revista científica
Nature Physics. De acordo com a pesquisa, os cientistas fizeram vários
experimentos de teletransporte de “nuvens de átomos”, todas com sucesso.
O
processo de teletransporte ocorre com uso de dois recipientes de vidro,
posicionados a meio metro um do outro e dentro de uma câmara carregada com
campo magnético. Em ambos, há “nuvens” contendo bilhões de átomos de gás césio.
Um dos recipientes é atingido por um facho de luz laser, que se funde com a
nuvem de átomos do gás por meio de um fenômeno quântico “estranho”. A luz e os
átomos do gás césio ficam sincronizados entre si em um processo ainda não totalmente
compreendido pelos cientistas.
A fusão quântica entre as partículas do laser e os átomos do gás só é possível porque a luz incidida possui um comprimento de onde específico. Ao serem atingidos pela luz, os elétrons dos átomos do gás césio reagem, tornando-se em uma espécie de “agulhas magnéticas”, que apontam na mesma direção. A orientação dos elétrons – para cima ou para baixo – permite que o gás passe a registrar informações “quânticas” de sentido lógico, como nos computadores: 0 e 1 (falso e verdadeiro).
A fusão quântica entre as partículas do laser e os átomos do gás só é possível porque a luz incidida possui um comprimento de onde específico. Ao serem atingidos pela luz, os elétrons dos átomos do gás césio reagem, tornando-se em uma espécie de “agulhas magnéticas”, que apontam na mesma direção. A orientação dos elétrons – para cima ou para baixo – permite que o gás passe a registrar informações “quânticas” de sentido lógico, como nos computadores: 0 e 1 (falso e verdadeiro).
Como
funciona
O gás,
por sua vez, emite fótons (partículas de luz) que contêm a informação quântica.
Essa luz, então, é enviada a uma velocidade de 200 metros por segundo para o
outro recipiente de gás. A informação quântica presente na luz do laser é
“lida” por um detector, que envia de volta ao primeiro recipiente a informação
referente ao padrão das direções dos elétrons dos átomos do gás césio do
segundo recipiente. O padrão do direcionamento dos elétrons – a informação
“quântica” – é ajustado em relação ao sinal do detector. O ajuste, de acordo
com a pesquisa, completa o processo de teletransporte.
Uma das
dificuldades encontradas pelos cientistas era que a informação quântica
repassada entre os recipientes era perdida quando a luz atravessava a
superfície do vidro dos frascos. Para resolver o problema, os pesquisadores
usaram um revestimento de parafina no interior de cada recipiente, fazendo com
que os átomos de gás não perdessem sua a codificação (posicionamento dos
elétrons) ao esbarrar no vidro. A solução, conforme explica o professor Eugene
Polzik, integrante da equipe, não foi tão fácil como parece.
Comunicação
quântica
Além do
processo de fusão quântica – um dos primeiros passos para o teletransporte –,
os cientistas também precisaram desenvolver um detector sensível o suficiente
para fazer a leitura de informação quântica dos fótons da luz laser. Os
pesquisadores avisam, contudo, que o experimento controlado em laboratório
ainda não tem previsão para ser aplicado no cotidiano. Mas explicam que a
distância usada nos experimentos – 50 cm –, que não chega a ser surpreendente,
é uma limitação física do laboratório, não da técnica de teletransporte.
“Poderíamos
aumentar a distância, se tivéssemos o espaço e, em princípio, poderíamos teletransportar
informações, por exemplo, para um satélite”, explica Eugene Polzik, destacando
que os resultados representam um importante passo para o desenvolvimento de uma
rede de comunicação quântica no futuro.
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