O mel possui uma
porção de propriedades incríveis. Além do seu sabor delicioso, é praticamente o
único alimento da natureza que não estraga. Mas você sabe por que, exatamente,
isso acontece?
O alimento
produzido pelas abelhas começou a ser usado por conta de suas propriedades
medicinais há muito tempo, especialmente como tratamento para feridas abertas.
O historiador grego Heródoto relatou que os babilônios enterravam seus mortos
no mel e Alexandre, o Grande pode ter sido embalsamado em um caixão cheio de
mel.
O mel mais
antigo já encontrado foi descoberto na Geórgia, país do Cáucaso, e remonta há
mais de 5 mil anos. Então, se você se encontrasse na posse de um mel de cerca
de 5 mil anos de idade, você poderia comê-lo?
Rico alimento |
O mel é um
açúcar. Você já ouviu todos os tipos de coisas sobre os benefícios para a saúde
da substituição de açúcar por mel, o que pode ou não ser verdade. Por mais que
o mel não seja igual àquele açúcar branco refinado, ainda é um tipo de açúcar.
E, como tanto, é higroscópico, ou seja, tem tendência para absorver a umidade
do ar e, consequentemente, não contém muita água em seu estado natural. E
pouquíssimas bactérias ou micro-organismos conseguem sobreviver em um ambiente
de umidade tão baixa assim.
Amina Harris,
diretora-executiva do Centro de Mel e Polinização, no Instituto Robert Mondavi
da Universidade da Califórnia, EUA, explica que as bactérias ou os
micro-organismos simplesmente morrem em um ambiente como esse. “Eles são
sufocados pela falta de umidade, essencialmente. O fato de os organismos não
poderem sobreviver por muito tempo no mel significa que eles não têm a chance
de estragá-lo”, conta.
Outra coisa que
diferencia o mel de outros açúcares é a sua acidez. O PH do mel está entre 3 e
4,5 (ou, mais precisamente, entre 3,26 e 4,48), condição que também mata
qualquer tipo de organismo que por acaso tem a pretensão de fazer do mel sua
casa.
Porém, existem
alguns fatores extras além do baixo teor de umidade que faz do mel uma
substância que reina absoluta ante os elementos que poderiam, em tese,
estragá-lo. Entre esses fatores estão as abelhas.
Primeiro , as
abelhas contribuem para o ambiente de baixa umidade do mel ao bater as asas
para secar o néctar. Em segundo lugar, a maneira como as abelhas introduzem o
néctar nos favos de mel é vomitando lá. Isso parece nojento, mas a composição
química dos estômagos das abelhas também contribui para a longa vida do mel.
O estômago das
abelhas contém a enzima glicose oxidase, que é adicionado ao mel quando o
néctar é regurgitado . A enzima e o néctar se misturam para criar o ácido
glucônico e o peróxido de hidrogênio. O peróxido de hidrogênio também é uma
força hostil contra qualquer ser tentando crescer no mel.
O armazenamento
também é importante. Vimos que o mel possui pouca água em seu estado natural,
mas pode facilmente absorver água, caso seja exposto a ela. Se isso acontecer,
o mel pode realmente estragar. Portanto, o ponto chave para o mel permanecer
bom para o consumo humano é ter certeza de que ele está bem vedado e armazenado
em local seco.
O que pode
acontecer com um mel mal armazenado é a cristalização. O mel cristalizado não
significa, necessariamente, que ele está estragado. O alimento que chega ao
mercado muitas vezes passam antes por filtros para remover partículas que podem
levar à cristalização. O mel cru e o mel orgânico não são submetidos a esse
processo, mas isso não significa que eles vão estragar. Além disso, o
diferentes tipos de mel possuem taxas de cristalização distintas. Por isso,
pode ser apenas que o mel que você tem na sua casa é mais propenso à
cristalização.
E, se você não
gostar do seu mel cristalizado, a grande dica é não colocá-lo na geladeira. Abaixo
de 10°C, a cristalização diminui, então sinta-se livre para congelar o seu mel.
Por outro lado, com temperaturas acima de 25°C, o mel resiste melhor à
cristalização.
De uma forma
geral, o mel cristaliza mais rapidamente se estiver sob uma temperaturas entre
10 e 15° C. Por isso, se você quiser evitar ter de aquecer o seu mel para
remover os cristais (a propósito, o calor lento e indireto é o melhor para
isso), evite a geladeira.
No final das
contas, sim , o mel em sua maioria não estraga. No entanto, o alimento pode
conter esporos da bactéria Clostridium botulinum. Embora patogênica, o
micro-organismo não é prejudicial para adultos ou crianças com mais de um ano
de idade, cujo trato gastrointestinal já está desenvolvido o suficiente para
lidar com os esporos. Mas crianças menores de um ano possuem riscos de
desenvolver a doença botulismo infantil. Ou seja, o mel não é bom para o seu
bebê.
Voltando à
grande pergunta do texto, você poderia comer um mel de cinco mil anos de idade?
Bem, se ele passou esse tempo todo selado e armazenado longe da umidade, vá em
frente. Se está cristalizado, não se incomode: é só aquecê-lo e colocá-lo em
seu alimento de escolha.[io9]
Você coloca açúcar ou mel em frutas?
Se ainda fica na
dúvida, lembre-se que 40% da composição do mel é frutose, o açúcar natural das
frutas. Então moderadamente o complemento faz muito bem ao seu corpo.
Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), o mel tem mais de 70 substâncias essenciais
para o organismo. Alguns deles são: água, frutose, sacarose, glicose
(carboidratos), potássio, ferro, sódio, fósforo, zinco, cloro, cálcio,
magnésio, vitaminas do complexo B, vitaminas A, E, C e alguns tipos de
aminoácidos (proteínas). O mel ainda é indicado na assimilação dos alimentos e
na prevenção e tratamentos de desordens gastrointestinais.
Porém,
cuidado se está pensando em se deliciar com um pote de mel pelas manhãs. Duas
colheres de sobremesa ao dia são suficientes.
As mamães que
ficam preocupadas com alergia: crianças a partir de um ano já podem consumir o
alimento sem risco. Já os diabéticos devem ficar mais atentos, pois o mel é
fonte de carboidratos simples e de alto índice glicêmico, o que pode
descontrolar as taxas de açúcar no sangue.
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