O planeta com a órbita do meio, Wolf 1061c é potencialmente habitável e pode até ter água em estado líquido (UNSW/Imagem simulada com Universe Sandbox 2/universesandbox.com) |
Cientistas
australianos identificaram um exoplaneta potencialmente habitável a 14 anos-luz
da Terra – distância relativamente curta no espaço.
Pesquisadores
da Universidade de New South Wales descobriram que o planeta, que tem mais de
quatro vezes a massa da Terra, é um dos três que orbitam a estrela-anã Wolf
1061.
"É
uma descoberta particularmente animadora pois todos os três planetas têm uma
massa baixa o bastante para serem potencialmente rochosos e de superfície
sólida. E o planeta do meio, Wolf 1061c, está na zona (chamada de) 'Cachinhos
Dourados', onde pode ser viável a existência de água em estado líquido – e
talvez até vida", afirmou um dos autores do estudo, Duncan Wright.
A
estrela-anã Wolf 1061, que os três planetas descobertos orbitam, é
relativamente fria e estável. Os planetas têm orbitas de cinco, 18 e 67 dias.
As
massas são pelo menos 1,4, 4,3 e 5,2 vezes a da Terra, respectivamente.
O
planeta maior fica de fora do limite da área habitável e provavelmente também é
rochoso, enquanto que o planeta menor está perto demais da estrela para ser
habitável.
O Gliese 667Cc foi descoberto em
fevereiro de 2012 - Imagem
copyright BBC
|
Gliese
Robert
Wittenmyer, que também participou da pesquisa, disse à BBC Brasil que a
descoberta da super-Terra é tão importante quanto à de outro planeta
potencialmente habitável fora de nosso Sistema Solar, Gliese 667Cc.
Anunciado
em fevereiro de 2012, o Gliese 667Cc é outro planeta da classe super-Terra, uma
classe de planetas com o tamanho entre os de planetas rochosos como Terra e
Marte e os gigantes gasosos Júpiter e Saturno.
O
Gliese 667Cc tem cerca de 4,5 vezes a massa da Terra, demora 28 dias para
completar a órbita em volta de sua estrela e está a 22 anos-luz.
Pequenos
planetas rochosos são abundantes em nossa galáxia, e sistemas com muitos
planetas também parecem ser comuns. No entanto, a maioria dos exoplanetas
rochosos descobertos até agora estão a centenas – ou até milhares – de anos-luz.
A localização da estrela Wolf 1061 (Imagem: Universidade de Nova Gales do Sul) |
Atmosfera
Wittenmyer
afirmou à BBC Brasil que a equipe de cientistas só poderá analisar a atmosfera
do planeta quando ele passar em frente à estrela.
"Vamos
usar nosso telescópio Minerva para procurar por trânsitos em fevereiro, quando
a estrela poderá ser observada de novo. Se (o planeta) transitar (em frente à
estrela) será a melhor chance, pois (o sistema) está tão perto (da
Terra)."
O
cientista afirma que, caso eles consigam observar o planeta em trânsito em
frente à estrela Wolf 1061, eles poderão medir seu raio, densidade e atmosfera.
A
equipe da Universidade de New South Wales conseguiu fazer a descoberta
observando a estrela-anã com instrumentos específicos do Observatório Europeu
do Sul em La Silla, no Chile.
"Nossa
equipe desenvolveu uma nova técnica que melhora a análise de dados deste
instrumento preciso, construído para a caça de planetas, e nós estudamos mais
de uma década de observações da Wolf 1061", disse o professor Chris
Tinney, chefe do setor de Ciência Exoplanetária da universidade australiana.
"Estes
três planetas bem do nosso lado se juntam ao pequeno porém crescente grupo de
mundos rochosos potencialmente habitáveis orbitando estrelas próximas mais
frias que nosso Sol", acrescentou.
"É
fascinante observar a vastidão do espaço e pensar que uma estrela tão próxima
de nós – um vizinho próximo – pode ter um planeta habitável", afirmou
Duncan Wright.
Fonte:
BBC
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