A
Grande Barreira de Corais da Austrália perdeu mais da metade de sua extensão
nos últimos 27 anos como consequência das tempestades, da depredação provocada
por estrelas do mar e do embranquecimento causado pelas mudanças climáticas,
segundo um estudo divulgado nesta terça-feira.
Os
arrecifes poderão continuar se deteriorando nas mesmas proporções até 2022 se
nada for feito para proteger a Grande Barreira, advertem cientistas do
Instituto Australiano de Ciências Marinhas e da Universidade de Wollongong, no
estado de Nova Gales do Sul.
"A
perda da metade da cobertura coralina original é uma fonte de enorme
preocupação porque é sinônimo de perda de hábitat para dezenas de milhares de
espécies" marinhas, avaliam os pesquisadores, que reuniram 2.258 estudos
científicos feitos nas últimas três décadas sobre o tema.
Os
ciclones tropicais de forte intensidade -34 no total desde 1985- foram
responsáveis por quase a metade (48%) da degradação da Grande Barreira,
seguidos por uma espécie de estrela do mar, a 'Acanthaster planci', de tipo
invasivo, chamada de "coroa-de-espinhos", que se alimenta de algas
(42%).
Grande Barreira de Corais em 2009 - Foto de Great Barriier Reef Marine Park/AFP |
Dois
graves episódios de embranquecimento ocorreram em 1998 e em 2002, relacionados
com o aumento da temperatura dos oceanos, e tiveram "um impacto nefasto de
grande magnitude", em particular nas porções centrais e setentrionais do
arrecife.
No
entanto, um dos autores do estudo, Hugh Sweatman, afirma que a barreira tem a
possibilidade de se reconstituir.
"Mas
a reconstituição leva entre 10 e 20 anos. Atualmente, os intervalos entre os
problemas são curtos demais para uma reconstituição completa", disse.
Classificada
pela Unesco como patrimônio mundial, a Grande Barreira se estende por cerca de
345.000 quilômetros quadrados ao longo da costa australiana, e constitui o mais
vasto conjunto coralino do mundo, com cerca de 3.000 sistemas e centenas de
ilhas tropicais.
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