Pesquisadores
franceses do Instituto de Farmacologia Celular e Molecular em Nice descobriram
que o veneno de mamba-negra, uma cobra africana considerada por muitos a
mais mortífera do mundo, pode agir como um analgésico tão forte quanto a
morfina, mas sem seus efeitos colaterais.
Os
cientistas pesquisaram 50 espécies de cobras diferentes até encontrarem o que
buscavam na mamba-negra ou mamba-preta (Dendroaspis polylepis), uma das cobras
mais venenosas e rápidas do mundo.
Mamba-negra ou Mamba-preta (Dendroaspis polylepis |
Seu
veneno pode ser separado em vários compostos. Uma classe específica de peptídeos
encontrada nesse veneno, chamada de mambalgins, tem capacidades analgésicas
incríveis.
As
mambalgins trabalham com um conjunto totalmente diferente de receptores do que
a morfina, mas igualmente eficazes – ou até melhores.
A
morfina age no caminho dos opióides no cérebro. Ela pode cortar a dor, mas
também é viciante e causa dores de cabeça, dificuldade de pensamento, vômitos e
espasmos musculares. Já as mambalgins combatem a dor através de uma rota
totalmente diferente no cérebro, que produz menos efeitos colaterais.
Por
exemplo, quando o analgésico feito a partir do veneno da cobra foi testado em
ratos, a maioria dos efeitos colaterais da morfina não foi vista. As mambalgins
foram tão eficazes quanto a morfina em acalmar a dor, mas não provocaram a
mesma supressão respiratória, e, embora depois de cinco dias os ratos tenham
mostrado alguma tolerância, esta foi menor do que com os opiáceos.
Espécies venenosas provocam ferimentos por picadas,
arranhando ou picando
suas vítimas
e injetam a toxina.
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Testes
em células humanas feitos em laboratório também mostraram que as mambalgins têm
efeitos químicos semelhantes em pessoas.
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